terça-feira, 31 de agosto de 2010
Incoerências matinais
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Foda-se.com.br
Eu chego em casa, depois de dois dias fora e sem acesso a net e as mensagens dramáticas tem que ser minha culpa, claro.
“Não sei porque você acha que te fiz mal. Não quero mais você no meu orkut, msm, caralho de asa.”
Fui deletada. Não me importo.
Sim, eu me importo.
Mas o que me importa é a vitimização antes, durante e depois. Como mantra digo: Foda-se, foda-se, foda-se. Não falei nada demais. Mas sempre falo demais. Ou de menos. Devia ter mandado tomar no cú ou calar a boca de ódio.
Ela foi filha da puta e sempre o foi. Mas eu fico com a fama e o silêncio. Ódio. Ódio. Eu tenho. E não segurei. Não sou sabida e queria dar-lhe uma porrada. Muitas. Fiz pouco.
Não adianta, amiga, dizer que fiz errado. Não atenderei seus telefonemas nem os de mais ninguém, não quero saber que fiz merda. Porque eu fiz pouco. Muito pouco para tanto drama. Devia ter falado a verdade. Talvez bastasse.
Não é o que fazem comigo?
Basta!
Eu devia ter batido nela com força. Nojenta. Porque certos ódios tem sua razão de ser. Talvez eu odeie as mulheres, talvez eu odeie você e a mim. Talvezes demais, não acha? Eu sou isso e essa. Bom que saibamos. Bom que eu saiba.
Foda-se.com.br
Mesmo assim...
Beautiful
Você pode depender incertamente
Conte pra fora e depois ponha o peso pra dentro de novo
Você pode ter certeza que chegou no fim
E ainda assim você não sente
(você sabe sobre tudo)
Você sabe que você é linda?
Você sabe que você é linda?
Você sabe que você é linda?
Você é
Sim, você é
Você pode ignorar o que você se tornou
Coloca-lo pra fora e ve-lo morrer de novo
Você pode sempre estar lá pra quem é seu amigo
E ainda assim você não sente
(você sabe sobre tudo)
Você sabe que você é linda?
Você sabe que você é linda?
Você sabe que você é linda?
Você é
Sim, você é
Os pensamentos mais intimos serão compreendidos e.....
Você pode ter tudo o que precisa
Você sabe que você é linda?
Você sabe que você é linda?
Você sabe que você é linda?
Você é
Sim, você é.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Vejam
AM-DM
Torço para que ninguém note (como muitas amigas minhas não notaram) que estou completamente bêbada. Sim, pareceria auto-sabotagem se eu não soubesse da tal reunião escutando kiko e checando e-mails. Agora. Quantas horas faltam?
Lí o que escrevi agora e me pareci bem (coloquei todos os acentos e tals). Mas a verdade é que teclo as letras uma por uma e uso corretor (esse texto foi escrito em meia hora porque não quero enfrentar um chuveiro gelado e adoro adiar tragédias)...
Nossa Senhora do babado forte, rogai por mim....
Simples
Eu nunca quis você. Normal. Devia saber desde sempre que todas as minhas paixões enlouquecedoras começaram assim.
Nós sempre fomos mais ou menos amigos. Vez ou outra trabalhamos juntos. Eventos e amizades em comum. Convivemos com as mesmas pessoas, ora bolas. Fazemos parte da mesma tribo. Conversamos os mesmos assuntos.
Mas você tem namorada. Simples. Nunca te olhei...
...mentira...
Mas hoje éramos seis, e ela não estava, quatro artistas e mulheres tirando a roupa para você e uma outra fazendo produção, espalhando cartas de tarô sob nossos corpos.
Nú é foda.
As fotos lindas, lindas, e eu querendo que você contasse como viu aquilo. Eu nunca estava na posição certa, eu estava sempre rindo errado, eu era a pessoa com a cara no travesseiro. Era eu que espalhei tudo aquilo?
Então volto ao meu desejo de musa. Quando você desceu, para levar todo o mundo em casa eu te convidei. Volta.
Mensagem dúbia? Dorme comigo, era o que eu queria dizer. Voce aceitaria se eu fosse clara?
Vez ou outra trabalhamos juntos. Eventos e amizades em comum. Convivemos com as mesmas pessoas, ora bolas. Fazemos parte da mesma tribo. Conversamos os mesmos assuntos....
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Tem, mas tá faltando...
Estou numa correria infernal. Chegando em casa dez da noite todo dia, trabalhando ainda por mais umas quatro horas depois disso.
A mala no meio do quarto ainda por ser desarrumada e eu no meio de uma briga de cachorro grande. Não tem nem como não saber meu lado. É da amiga mestra que estamos falando. Mexeu com ela, mexeu comigo.
Apesar de, sem perspectiva de grana. Lisa, lisinha da Silva Xavier. Recebendo propostas de viagens para Natal e para Ouro Preto, tudo mês que vem. Ai, se sesse...
E enquanto isso na sala de justiça minha produção artística pessoal estagnada e eu tendo que entregar meu projeto de conclusão sobre daqui a três meses.
Tem também carência e brotoeja. Roupa suja e pilhas de livros a serem lidos. Novidades para serem contadas e saudades para serem assassinadas.
Tempo? Tem, mas tá faltando.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Para a Borboleta
E como assim, você é tão linda... e tão amada... e tão amiga.
Tens que ser musa.
Tens...
Então, para você que é PB e mesmo assim, tão, tão completamente colorida, amiga... Finja que foi escrito para você. Por mim. Por todos que a conhecem. Pelos que deveriam.
“Sonhar em Casablanca e se perder no labirinto de outra história...”
Porque os filmes nunca serão demais, baby.
Amo-te. Saibas.
Há um porto?
Quando cheguei na minha cidade, a primeira coisa que notei foi a extrema sujeira e as indelicadezas cotidianas, no ônibus, no meu prédio, na minha vida. Coisas que antes me passavam desapercebidas pelo costume do estar. Mas vinda de Mossoró, cidade absurdamente limpa e de Canoa Quebrada, lugar absolutamente sorridente e amoroso, tudo aqui, à primeira vista me pareceu mau-humorado e repleto de falta de higiene e cuidados. Aos poucos os resquícios da minha zona de conforto e os reconhecimentos vários, como o situar-me em certas esquinas e lugares, conseguiram me apaziguar.
Joguei a mala na sala, tirei a roupa de viagem e tentei dormir.
Sonhei que meu ex-marido me ameaçava com facas e dramas. Acordei chorando e tive que tomar banho e ir trabalhar. Fui competente e todos me acharam sorridente e bem-disposta e bronzeada. Não deixa de ser verdade. Canoa Quebrada me encheu de energias boas, mas aqui, agora, parece-me que falta algo. Uma espécie esquisita de saudade do futuro.
Como um algo que reconheci lá em pequenos gestos, em pequenos detalhes, que farão com que aqui, eu só aproveite a energia reposta até poder retornar.
Novamente estrangeira. Novamente...
Até quando?
" Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto. "
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Canoa Quebrada III
domingo, 22 de agosto de 2010
Canoa Quebrada II
Este é um texto difícil de começar, talvez pela quantidade de acontecimentos ou de tempo ou de sentimentos que ele deve tratar. Nunca dois dias renderam tanto de todas estas coisas. Além de risos e frases memoráveis e piadas internas.
Então vou começar contando que Borboleta é a partir de hoje, e até que eu consiga pagar a fortuna que devo, dona do meu corpo. Qualquer coisa, rapazes, podem mandar e-mail para ela, que me agencia e discute valores e/ou quaisquer outros detalhes contratuais.
Depois desse aviso necessário, conto que cheguei em Mossoró às duas da manhã da Sexta. Vinho gelado e uma amiga sorridente me esperavam. Fomos dormir amanhecendo, depois de colocar em dia as fofocas. Mais tarde, depois do almoço e de deixar o Samu, o borboleto-mirim (que é um fofo) na rodoviária para visitar o pai, prontas para cair na perdição e na gandaia e promiscuidade, L., amiga gaúcha da Borboleta vem nos buscar.
Aqui, um parágrafo especial para falar dessa criatura do Sul. L. é divertida, abusada, inteligente e foi indispensável para garantir as gargalhadas constantes que preencheram essa viagem do começo ao fim. Além de dirigir bem e rápido o que nos fez chegar em Canoa Quebrada vivas e ligeirinho e maquiar divinamente, o que garantiu beleza e glamour durante as duas noites que lá passamos.
Descobrimos nossa pousada e que abusada que nós somos, ela tinha um terraço com vista para o mar e um barzinho logo embaixo do nosso quarto, onde o dono nos tratou como rainhas. Finalmente descobri minhas almas gêmeas praieiras, pessoas que concordam com minha filosofia de vida que consiste em sentar num barzinho, tomar cerveja, comer frituras e só dar uns mergulhos para fazer xixí e garantir o cabelo sexy-beach. Nada dessas caminhadas exaustivas e sem sentido, esportes radicais ou tentativa de queimar calorias de qualquer espécie.
Anoitece, o bar fecha, mas nos continuamos bebendo (desta vez vinho) no nosso terraço. Banhinho necessário, roupinhas fofas, maquiagem em ordem, nos encaminhamos para Broadway. Sim, queridos e queridas, a rua principal em Canoa Quebrada chama-se como aquela avenida famosa. Jantamos, bebemos, bebemos mais, mais um pouco, jogamos sinuca. Então, eu que já tava bem trabalhada na embriaguez tento assassinar a maquininha de tiro ao alvo. Não consegui, resolvo deixar minhas companheiras e circular pela rua, entro em lugares estranhos com gente esquisita e decreto internamente a falta de homens interessantes.
Resolvemos voltar para a pousada que ninguém tinha pegado ninguém e já era tarde.
Ao descer a ladeira que nos conduzia ao conforto, encontro uma figura bem simpática que se chamava Jura e morava num castelo. Sério. Foi no terraço deste castelo que o escutamos tocar violão e que eu o batizei de Totó, porque não estávamos mais no Kansas.
Nos despedimos de Totó, o princípo, e chegamos na pousada. Eu querendo porque querendo ir para um tal lual. Quando bati na porta pedindo as meninas que se encontravam dentro do quarto para abrirem para mim que o trinco tinha sumido, notei que a situação não permitia que eu continuasse minha incursão na noite de canoa Quebrada. Fomos dormir bêbadas e decididas a nunca mais passar fome, tal qual Escarlet. (continua...)
sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Quase não dói.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Egos e paus e eu tô chegando.
Ontem soube de um show que ia rolar no Centro. Toda trabalhada no Black e no delineador consigo arrastar a amiga mestra e F., querida que está morando em São Paulo e veio ministrar uma palestra sobre arte conceitual por essas bandas, além de nos ajudar no nosso projeto de forma geral, ampla e escrava. Foi quase um milagre conseguir fazê-las sair de casa. Mas eu sou insistente. Eu sou chata. Eu sou crí-crí.
Chegamos cedo no bar em que ia acontecer o tal show. Lá a garrafa de cerveja era virada num copo enorme, de acordo com os donos para permitir a liberdade do cliente circular livremente. Então tá. Para mim, o resultado era a ilusão de beber num copo americano e não 600 ml inteiros. Obviamente, embriaguei-me.
Mas antes disso rimos muito, falamos (claro!) de arte, colocamos as fofocas em dia e eu tentei bravamente rebater com argumentos convincentes o cansaço das amigas com a noite e as pessoas desta cidade. Só que num ponto elas têm razão. Aqui onde eu moro parece que ser antipático te dá automaticamente um atestado de cult. Não gosto nem de antipáticos nem de cults (que pronuncio como cú mesmo). Ódio mortal e eterno. Inveja, dirão alguns. Vá se fuder, respondo eu.
Vejam bem, amiga mestra é uma reconhecida artista contemporânea das bandas de Brasília, F. uma estudiosa do assunto das mais brilhantes. Ajudaram e ajudam grande parte da galera que está iniciando sua trajetória artística aqui na cidade. Podiam ser uns porres e se revestir do manto de superioridade que a experiência deu-lhes o direito de usar. Mas não. Elas são simples, legais, abertas e sorridentes. Aí vem neguinho que montou uma exposição mixuruca, tem um zine ou toca numa banda alternativa qualquer se achando no direito de fingir que não conhece e empinar o nariz? Custa muito ser delicado? Tentar articular uma conversa agradável? Dar dois beijinhos? Controlei a vontade de mandar uma boa meia dúzia ir dar meia hora de suas bundas metidas. Mas deixei para lá e me concentrei em quem vale a minha pena.
Num certo momento da noite elas tentaram me convencer a não viajar. Eu quase caio na esparrela da culpa. Porque quando programei minha ida para Mossoró, eu tinha esquecido que esse final de semana era uma das etapas de um projeto que articulamos junto com outra universidade. Blá blá blá, wisckas sachê e chegava hoje para dar uma palestra nesse evento um cara que eu TINHA que conhecer. Aí me toquei. Elas queriam-me como guia turística e divertida. Raparigas. Perguntei se ele ia casar comigo ou pelo menos elas garantiriam uma noite de sexo selvagem e ardente com o tal artista-estudioso fodão. Não? Então eu vou viajar de todo jeito, baby. Mas elas são insistentes. Elas são chatas. Elas são crí-crí. Me contam do programa Sobrevivi! do Discovery onde uma pessoa tinha sido engolida por um hipopótamo. Como assim, Bial? Elas rogam praga. Juram que eu encontrarei um hipopótamo que me engolirá no mar de Canoa Quebrada. Não cedo e bato no plástico vermelho três vezes.
Rimos mais, chega mais gente conhecida, vão embora outros conhecidos e amiga mestra e F. resolvem também fazê-lo. Eu fico. Encho o saco de mais alguns, tomo mais umas cervejas e volto para casa com C., que além de linda de marré descer (everebody loves C.) é uma outra artista brilhante e seu ficante lindinho. Uns fofos. Aguentaram bravamente minhas piadas bêbadas e sem-graça até me jogarem na frente do meu prédio.
Acordei meio assim, meio assado. Abusada. Achando que a vida é apenas uma ressaca após a outra com cachaças divertidas e outras nem tanto no meio. Mas sei que a que esvoaça salvará minha alma descrente desse mundo onde os egos são maiores que os paus. Amém.
Tô chegando, baby!
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Detalhes
Não sei onde lí, mas sei que. Um post sobre coisas que ninguém sabia sobre aquela que escrevia. Na época pensei no porque de alguém se interessar por esses detalhes.
Aí conheci a Borboleta, amor da minha vida, comecei a “namorar” o Fred (que já me abandonou), me encantei com ele e ela e ela, rí muito com esse aqui. E tantos outros e outras que tem lugar garantido no meu coração e na minha vida. No final das contas, é como se um círculo pequeno, porém fiel de amigos queridos tivesse se formado. Mas apesar do carinho que sinto, é gente que não convive comigo, não sabe de mim nem eu sei deles além do que escrevemos. É muito? É pouco? Não sei dizer...
Mas enfim, este post é para vocês. Pequenas coisas que gostaria de contar e que gostaria (também não sei bem porque) de saber.
- Eu já tive um bar.
- Nunca aceito panfletos na rua. Nunca.
- Sou filha única.
- Só pinto as unhas de vermelho. E as rôo.
- Odeio filme de terror. Tapo os olhos em cenas de violência e sinto junto quando vejo alguém passando ridículo na TV.
- Nos últimos dois meses só liguei a televisão duas vezes.
- Cozinho bem, sei costurar e faço crochê. Enfim, sou uma mulher prendada.
- Quando eu estou ficando bêbada começo a jogar o cabelo de uma lado para outro.
- Jogo sinuca muito mal. Mas jogo sempre que posso.
- Fumo muito. Hollywood, o sucesso. Baixaria, eu sei. Desde os quinze anos.
- Teve uma época em que eu só usava roupas escuras.
- Já tive cinqüenta e seis quilos, já tive setenta e seis quilos.
- Tenho cinco tatuagens, uma delas bem grande nas costas.
- Todos os cachorros que já tive eram batizados com nomes de pintores famosos.
- Tenho mania de arrumar as coisas que ficam em cima da mesa de bar de forma milimetricamente equilibrada, sou quase uma bebum obsessiva- compulsiva.
- Escrevo também num blog erótico.
- Não gosto de forró, música sertaneja nem pagode.
- Eu danço de olhos fechados.
- Eu já cursei Letras e Turismo e abandonei ambos.
- Fui gerente de vendas durante muitos anos da minha vida. E só andava de salto alto.
- Eu fui uma criança tímida. E uma pré-adolescente viciada em romances de banca de revista.
Bom, é isso. Acho que basta. E vocês, o que me contam?
E a música é essa.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Eu sou um poodle
A realidade
Eu sou um poodle. Porque eu mereço e meu pai é Murphy. Trabalho como uma escrava a manhã inteira e decido ir correndo na hora do almoço ao salão pintar o cabelo e fazer as unhas. Até aí tudo bem, mas folheando revistas alienantes cismei que um determinado corte ficaria muito bem em mim. Eu devia ter imaginado que não, já que a mulher que me inspirou loucuras capilares era loura, ou seja, tinha genes superiores aos meus. Mas eu tinha que dar a fatídica ordem:- Corta. E claro que a rapariga sádica munida de tesoura tinha que obedecer e matar meus cachinhos. E navalhar minha sobrancelha. E não me digam que eu deveria tê-la mandado parar, ela estava armada, afinal de contas. Olho no espelho, engulo o choro que já sou uma mocinha, tiro o dinheiro da carteira com unhas vermelhas e saio falando sozinha, xingando todos os salões de beleza do universo.
Aula. Discussão feia com um bando de machistas nojentos. Uma colega me faz de longe um sinal para pentear o cabelo. Berro ainda mais alto impropérios contra os porcos chauvinistas que nos obrigam a obedecer os ditames da moda e dos padrões de beleza em nome da perpetuação da espécie.
Final da tarde eu chego na casa da amiga mestra. Reunião para acertar os últimos detalhes de um projeto. Tentam me consolar e dizem que meu visual está assim... anos oitenta. Faço cara de poucos amigos e mudo de assunto. Sugerem que eu adie minha viagem. Ah, mas nem morta, baby. Resolvo voltar para casa que a exaustão e o ódio já tomam conta do meu ser.
Pego o ônibus com uma mala que pego emprestada com a amiga mestra. Ônibus errado. Ando quase vinte minutos até chegar ao fiteiro perto de casa e implorar por quatro latinhas de cerveja. Resmungo sobre como o mundo é cruel e como odeio tesouras e motoristas e projetos e peso. A sujeita que ensacola minhas cervejas diz que o importante é que eu esteja com saúde e viva.
Tá porra, eu sei! Mas eu sou um poodle. E deixa eu resmungar que eu tô pagando.
Sol
Café, anti-depressivo, pedreiros barulhentos, banho frio, telefonemas de pressa, cabelo preso, brinco comprido, sandália baixa, esvaziar cinzeiros, colocar lixo para fora, atraso, rua, perdi o óculos escuros, sol, sol, sol.
- Bom-dia para você também.
domingo, 15 de agosto de 2010
Dia do solteiro
Eu tinha postado alguns textos que serviriam como uma espécie de prévia para comemoração do dia do solteiro, que é hoje. Prometi que eles seriam diários e não cumpri já que me deu preguiça e tal e coisa e coisa e tal.
Mas enfim, eis que o dia chegou e eu estava pensando a respeito enquanto cedia ao pecado da vaidade na frente do espelho com uma pinça e olhos cheio de lágrimas.
Dizem que as pessoas casadas vivem mais. Eu acredito. Mas não tão intensamente.
Não sou a favor de libelos, e com certeza não faria questão de abrir mão da liberdade que tenho hoje em prol de uma relação bacana. Não faço da solteirice uma bandeira, mas que ela é muito divertida... ah... isso é.
Sinto isso quando saio às três da manhã e vou na conveniência comprar cigarros e um vinho sem dar satisfações à ninguém. Quando me dou ao direito de ler até tarde ou escutar músicas que só eu gosto no último volume. Quando escolho a saia mais curta, a bebida mais forte, o caminho mais longo e o beijo mais demorado.
Claro que tem medo e carência e por vezes eu trocaria meu reino por um cafuné, mas independente disso, sim, hoje eu tenho muito o que comemorar. Vamos nessa?
Nós vamos invadir sua praia
Acordei hoje com vontade de praia. Amiga Leãozinho teve que ir resolver problemas de rupturas afetivas e não pode me acompanhar. Mas no nosso telefonema matinal garantiu que iria para Mossoró/Canoa quebrada comigo próximo final de semana. Desisto da praia e vou tomar café-da-manhã na padaria. Ah, os prazeres simples do Domingo!
Ligo para o amigo amado querendo saber onde ele está. Viajando à trabalho. Volta Sexta. Digo que não estarei aqui e conto dos meus planos. Coincidência das coincidências, ele afirma que estará semana que vem por perto das bandas da Borboleta, em Cuité, então marcamos de encontramo-nos em Mossoró e seguirmos todos juntos para quebrar a canoa de acordo com a programação feita pela que esvoaça.
Amiga, este post é um aviso: Nós vamos invadir sua praia! Quem mandou resolver amar uma pessoa como eu? Da próxima vez faça amizade com o povo do Sul, que é fino, chique e conveniente.
sábado, 14 de agosto de 2010
Mensagem para R.
Jure que quando nos encontrarmos você não vai brigar comigo. Jure! Jurou? Então que tal pegarmos uma praia amanhã? Meu telefone é xxxx-xxxx. Aguardo seu contato. Só não te ligo hoje porque meus 10 royal de bônus diários já se foram. Sou pobre, mas sou limpinha.
P.S: Oxalá
Oxalá, me passe a dôr de cabeça, oxalá
Oxalá, o Carnaval aconteça,oxalá,
Oxalá, eu não ande sem cuidado,
Oxalá, que a vida me corra bem, oxalá
Alho
E sim, eu desisti de ir trabalhar. Porque hoje é Sábado.
Obrigada pela atenção.
Sem mais no momento.
Ele não quer. Simples assim.
Porque parece estar havendo alguma espécie de confusão no meidicampo: Não é que o cara não escreve pra você porque ele está ocupado, viajando, cuidando da fazendinha feicibúnquis, doente, com muito trabalho, com os meninos no final de semana. Ele não escreve pra você porque ele não quer."
Obrigada por lembrar, Fal. Levou um tempinho, mas eu aprendi. É verdade mesmo. Não ligou porque não quis ligar. Não enviou e-mail porque não quis enviar. Não mandou SMS porque não quis mandar.Quanto tempo você leva pra ligar, enviar um e-mail ou SMS só pra dizer "e aí, tudo bem? nossa, tô trabalhando demais/ minha mãe tá doente/ meu cachorro morreu. assim que as coisas melhorarem eu te ligo"?
Pensamentos profundos
Para quê?
Numa mesa ao lado da nossa, juntos, homem-carcará, homem-teflon e ex-namoradinho. Em outra o filósofo. Chega o menino-cozinheiro que nunca mencionei aqui, mas que já rendeu outras histórias.
(Intervalo para um pensamento profundo: O inferno é cheio de cão!)
Financial-man vai embora. Comento com amiga E. que o amigo Português dele muito me interessou. Bebo para esquecer os “probremas”. Bebo um pouco mais. Chega amiga A., seu menininho e Demo-gay. Dou em cima de Demo que é gay. Mais bebida. Chamo o menino-cozinheiro para vir para casa conosco. Ele recusa. Como já dizia a sábia Iza, um dia eles desistem de mim de vez.
(Intervalo para um pensamento profundo: Minha hora chegou? Desistiram de mim?)
Já devidamente alcoolizada que os “probremas” eram muitos e estavam todos presentes, resolvo ir para casa sem lenço, sem documento e sem o menino-cozinheiro. Paramos antes no posto para comprar o vinho do último suspiro.
Quem eu encontro? O ator que fez da minha cama palco dia desses. O que eu faço? Resolvo aceitar o convite para ir com ele e o amigo para uma festa nãoseionde. Essa seria a hora que minhas amigas tentariam intervir e me enfiariam dentro do carro, mas elas sabem que não adianta. Nunca tentam. Infelizmente.
Blitz. Bafômetro. Ex-marido no carro da frente.
(Intervalo para um pensamento profundo: O inferno é cheio de cão!)
Não fomos para tal festa, conseguimos de alguma forma nos livrar da multa e da poliça e viemos para minha casa. Amiga E. dormindo. Eu escuto música com o ator e seu amigo. O ator resolve ir embora sem nem me dar um beijinho que seja.
(Intervalo para um pensamento profundo: Minha hora chegou? Desistiram de mim?)
E com licença que vou trabalhar agora. Tenho uma reunião daqui a pouco. Ah, o filósofo estará presente.
(Intervalo para um pensamento profundo: O inferno é cheio de cão!)
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Suspiro de Agosto
Quem me conhece sabe que por trás da fachada de independência e ironia, sou uma romântica. E uma crédula. Me entristece ver o que tenho perdido ou escondido para tentar sobreviver nesse mundo cheio de sentimentos e atitudes cortantes. Visto armaduras e cavo fossos ao meu redor, tento me afastar da dor que podem me causar. Fico assim, cada vez mais distante da pessoa que realmente sou. Neste mês e em todos os outros é esse meu fantasma, minha assombração, meu mau-agouro.
Tenho sentido falta de carinhos e redes balançando e de cortar milimetricamente tomates para molhos amorosos e vermelhinhos. Tenho encompridado olhos para delicadezas e afagos e cafunés. Tenho suspirado por mãos nas costas e beijos atrás da orelha ou risadas cúmplices.
E ontem, fui reler as coisas que tenho escrito e como me pareceu óbvio o processo de reconstrução de mim mesma. Dor seguida de anestesias seguida de carência e saudade. Já falei que também sou previsível?
Daqui a pouco tenho uma reunião onde assuntos chatinhos serão discutidos. Semana que vem tenho muito trabalho acumulado para colocar em dia. Então hoje meu sal grosso é pensar que no próximo final-de-semana me fartarei em mimos e amizade lá em Canoa Quebrada. Onde poderei reunir novamente a energia desperdiçada em sobreviver.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Coisas estranhas
- Tás fazendo o que?- ela pergunta.
- Lendo Eu dou para idiotas. Vem para cá?
- Nada, vou dormir.
- Menina, que noite a de ontem, né?
- Pois é, o policial-boy deixou um grande beijo para você quando eu fui abrir o portão para ele hoje de manhã.
- Foi, é? Cara estranho...
- É, eu escutei. E amiga, só pessoalmente para eu te contar coisas estranhas...
Medos, muitos medos...
Mas para contrabalançar, eu sou uma mulher com uma alimentação saudável e equilibrada. A singela fotinho acima, tirada hoje assim que voltei da minha aquisição de suprimentos comprova.
Imprensadinha
Varanda, risos e a gente resolve brincar de imprensadinha. Motivo para virar copos de cana e lavar com a cerveja. Minhas boas intenções foram para o beleléu- penso. Tento manter o ar blasé quando a certa altura da noite eles perguntam:
- A gente pode guardar as nossas armas em cima da estante da sala?
Eles eram policiais. Não gosto dessa gente. Não gosto de armas. Mas resolvi confraternizar com o inimigo e relevar meus preconceitos. Até a terceira cerveja quando discorro sobre a corrupção que assola a nossa polícia. Mas eu sou volúvel e má e não tenho princípios nem dignidade. Então na sétima cerveja já estava concordando com a pena de morte. Na décima eu dancei forró. Na décima quinta eu fui para cama com um deles.
Acordei ressacada e tentando me convencer que sou adulta, vacinada, independente e usei camisinha, então não tinha do que me arrepender.
Me arrependi.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Concepção
Engraçado que durante o trabalho propriamente dito o meu foco era puramente estético, distanciado, seco.
Como explicar o milagre? Uma amiga disse-me uma vez que fazer arte é carregar um filho não-desejado. Mas só até o colocarem junto à você. Aí só o que te toma é um amor grandioso e uma felicidade plena. Nunca tive filhos, mas acho linda, linda, essa descrição. Porque eu acredito no alívio depois da dor, eu continuo a conceber. Que essa capacidade nunca se perca de mim, peço humilde ao divino.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Murphy é meu pai II
Fui olhar meu horóscopo e lá diz que hoje é o dia mais baixo da minha mandala astrológica. Alguém pelo amor de dadá sabe o que isso significa? Mata? Morde?
Medos, muitos medos...
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Murphy é meu pai
Boto uma blusa de manga porque está friozinho e mal saio de casa o sol abre-se num esplendor infernal. Calor. Assisto aula tombando de sono. Aguento firme á base de café.
Preocupada que estava com stress da amiga-mestra, resolvo voltar na universidade para entregar as receitinhas milagrosas da bichinha. Desço do ônibus e o sol se vai e a chuva resolve encanivetar-se na hora que o sinal abre, e antes que eu conseguisse atravessar a rua.
Ensopada, chego na sala que amiga-mestra dá aula e abro a porta. Quem tá do lado da porta e pega no meu braço? O filósofo filho-da-puta que me deu um fora dia desses, todo se enrisonhando pro meu lado. Largo a receita na mão dele e me mando.
Mas sou Brasileira e não desisto nunca. Me arrasto até em casa. Chuva ainda. Abro o portão e uma menina me encara e pergunta:
- A senhora mora aqui?
Vontade de dizer, não porra, eu sou uma assaltante que tem a chave dessa merda! Mas eu sou fina, luxo e glamour e confirmo. Pra quê?
- É porque eu sou do censo, posso subir com a Senhora e fazer umas perguntas?
Não, não pode. Eu não vou pegar uma pneumonia por causa do IBGE. Ela diz que volta à noite.
Tiro a roupa molhada e olho uma das três latinha de cerveja que estão na geladeira. Decido tomá-la ao invés do ansiolítico e ir dormir. A infeliz tá congelada. Todas elas estão.
E a menina do Censo que se entenda com o cara da água mineral porque eu vou dormir sem cerveja mesmo e não abro a porta para mais ninguém que eu to é com medo.
Matemática
Cedinho tenho que sair para pagar contas. Minha casa parece que foi atacada pelo monstro do vinho. Meu lençol está ruebro, assim como o chão do quarto e da sala. A pia está cheia e a geladeira está vazia. Faxina e compras, pois, depois. Tenho que justificar as minhas faltas no trabalho à noite. Ah, e tem a porra do cheiro de gás que invadiu o apartamento. Talvez eu possa usar uma intoxicação como desculpa às minhas faltas, quem sabe...
Fudida é meu segundo nome.
E eu não sei não me cuidar, ora bolas. Foda-se. Li em algum lugar que quando você sai de uma relação séria, volta a ter a idade mental e emocional de quando a começou. Estou com vinte aninhos, apenas, não me exijam maturidade.
domingo, 8 de agosto de 2010
Niilista
Resolvo respeitar a trilha sonora da vida e não ouso escutar meu Chico nem minha Nina nestas horas que dediquei à esperar o tempo passar. Madrugada ao som de cachorros uivando, bêbados que passaram gritando obcenidades delirantes, carros guinchando em freios. Muito silêncio também. Cinzeiro cheio, cama e coração vazios.
Há uma hora atrás, o cantarolar exaltado de alguma vizinha de muita fé, deixando-me entender apenas as palavras Jesus e perdão no seu estranho e musical despertar. Sinto uma onda de ternura que só me invade porque invento-a como personagem de uma triste história em que ela perde o grande amor da sua vida e enlouquece. Ela desafina.
Penso em ir para a Igreja, acompanhar minha criação, afinal hoje é Domingo. Lembro que não acredito mais nas instituições de forma geral. Niilista, como diria uma amiga. Uma pena, eu completo. Ah, mas como eu queria acreditar que tudo vai acabar bem.
O cheiro de gás é insistente e toma conta do apartamento. Me dá dor-de-cabeça.
Estava escrevendo sobre o que mesmo?
Piada
Um dia desses
Imatura
Comecei no chopp às sete da noite num shopping, com minha comadre e um amigo dela. A comadre foi embora, e continuamos, eu e o amigo dela nossa peregrinação etílica num boteco onde encontramos amiga A. e seus colegas de trabalho. Três horas depois nos despedimos de todos e seguimos os três em busca do menininho de A. Fomos para o bar perto da universidade. Fui convidada a cantar. Desafinei. Cantei baixo. Passei vergonha. Bebemos mais. Deixamos o amigo da comadre em casa e paramos num posto onde compramos duas garrafas de vinho e várias carteiras de cigarro. Viemos para minha casa e continuamos a beber.
Abri meu e-mail, taça na mão e o ex-marido tinha mandado uma mensagem seca, grossa e relativa à dinheiro.
Passei o dia hoje arrasada. Na cama. Vomitando no banheiro. Na cama. Vomitando no banheiro. Bebida mais explosões emocionais sempre cobram um alto preço.
Só agora é que tive coragem de verificar novamente minhas mensagens, a resposta do ex-marido ao meu desabafo bêbado e mal-escrito já estava lá. Entre outras coisas fui chamada de imatura, irresponsável, inconsequente e ingrata. Ele deve saber do que está falando.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Boba
Para vocês terem uma idéia, passei quase dois anos sem visitar a minha avó amada porque não conseguiria suportar seu olhar de pena (ou seja lá o que viesse de seu coração) e suas palavras por não ter conseguido manter minha relação.
Não, não foi nenhuma grande revolução. Esta já tinha acontecido em mim quando li Jorge Amado. Mas foi bom e agradável saber que certas coisas que eu pensava e não falava eram escancaradas nesta minissérie. Digamos que era uma pausa para tomar água no meio da batalha.
Muitas coisas aconteceram desde então. E hoje, aos trinta e cinco anos e quatro meses, ganhei da minha mãe o DVD pirata do segundo filme.
Já tinha lido muitas críticas sobre o filme e estava com medo de assisti-lo, confesso. Mas gostei. Ponto.
Claro que é o filme é superficial, mas nem sempre temos que travestirmo-nos de Simones para falar do feminino. E ele está lá sim. Em toda sua grandeza, medo, ridículo e superficialidade.
Claro que é uma comédia romântica boba. Claro. Mas como não rir quando Samantha (minha personagem preferida) dá escândalos com camisinhas e decotes no meio de um mercado árabe? Óbvio que a cena seguinte, das mulheres mostrando-se primeiramente tradicionais em seus trajes e ao tirá-los mostrarem estar vestidas com roupas de grife, significa à grosso modo que somos no fundo, todas nós, umas bobas que só se importam com moda e futilidade.
Mas não é só isso. Nada é tão simples. Nem tão complicado que não se possa rir de.
Talvez eu seja mesmo uma boba, mas eu realmente acho que toda mulher devia ver essa minissérie ridícula (todas as temporadas) com as amigas, depois ver o primeiro filme. E depois o segundo.
É, eu sou boba mesmo. Mas sei que Samantha acaba o filme fazendo sexo e não lavando cuecas. Ainda há esperança no mundo.
Do divino
Sim, eu queria falar com Ele.
Tarô, meditação, bruxaria, psicologia, metafísica, trabalho, tempo.
Evangélica, católica, apostólica, romana, grega, brasileira.
Yoga, I-ching, choros convulsivos, joelhos no chão, cara na parede, remédio controlado.
Nada, nada, nada.
Então é assim tão simples? Aqui? Dentro de mim?
Ainda não, baby. Não, não, não.
Deixo de pensar. E querer.
Um dia eu serei. E estarei.
E você?
Manual de sobrevivência para solteiras que moram sozinhas (Parte II)
Queridas, nossa epopéia rumo ao dia do(a) solteiro(a) continua.
Ok, você conseguiu abrir a tal garrafa de vinho sozinha, viu o tal filme, conversou no MSN, cansou do tal livro. Se a tal garrafa de vinho já está vazia e ainda são dez da noite, amiga... CUIDADO!!!
Não ceda às tentações, porque essa é a hora que você vai olhar a agenda do celular, e claro você escolherá nela alguém para trazer a próxima garrafa (afinal de contas, você acha que ainda não está bêbada (Sim, você está!!!). Claro que o escolhido para trazer a tal garrafa de vinho será um ex- alguma coisa seu e claro que você não quer nada, só um bom papo e o vinho...
Saiba, fofa, não queria te dizer, mas você vai se fuder. Começa daí. Primeiro você vai ficar puta de qualquer modo. Se ele atender (o escolhido, não o vinho) e concordar em vir e trazer a tal garrafa, você vai achar que ele (o cara, não o vinho) te julga muito fácil e vai mandá-lo à puta que los pariu. Se ele não atender, você vai insistir mais quinze vezes, afinal quem esse filho da puta pensa que é? (Você só queria um amigo que te trouxesse mais vinho, porra!). Se ele atender e mandar você à merda, sinto dizer, baby, mas é para lá que você vai.
Então delete. Todos (TODOS MESMO!) os números de telefone que apresentem algum risco. Amigo gay, pode?- Você se perguntará. Só se nunca tiver transado com mulher alguma, senão saiba, você vai tentar convencê-lo a voltar a jogar no time que te interessa. Colega de trabalho, pode?- Você se perguntará ainda. Respondo com outra pergunta: É vesgo, manca, tem fama de ruim de cama e curte forró? Não? Então não pode.
Pode parecer trágico, baby, mas não é. Certas leis são imutáveis e essa especificamente que trata de mulher solteira morando sozinha + garrafa de vinho + celular com créditos disponíveis é sempre igual à ressaca psicológica. Sempre! Sérios estudos científicos comprovam. Portanto, não tente correr riscos. Vá por mim.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Hoje escutei Nina
Porque prometia...
Be my husband : http://www.youtube.com/watch?v=XwhV69f3Ej0
"Se você me prometer que será meu homem
Eu vou te amar do meu melhor jeito, yeah."
...Porque doeu tudo e mesmo assim...
Do What You Gotta Do: http://www.youtube.com/watch?v=2jQC6L5Z108
"Faça o que tiver que fazer
Volte pra me ver quando puder
Cara, eu entendo que deve ser
Meio difícil amar uma mulher como eu
Eu não te culpo por querer ser livre."
...foi mágico...
I Put a Spell on You: http://www.youtube.com/watch?v=8Y99tXNxV5s
"Eu coloquei um feitiço em você
Por que voce é meu."
...arrepiou alma e coração...
Don't Let Me Be Misunderstood: http://www.youtube.com/watch?v=9ckv6-yhnIY
"baby, você me entende agora?
De vez em quando eu sinto uma pequena loucura.
Mas você não conhece um ser vivo capaz de ser um anjo.
Quando as coisas saem erradas eu me sinto péssimo."
...E porque foi livre e lindo.
Feeling Good: http://www.youtube.com/watch?v=CJA69C6SlRk
"Oh a liberdade é minha
E eu sei como me sinto..."
...mas era droga pesada e me fazia ver cores onde havia menos...
Lilac Wine: http://www.youtube.com/watch?v=kye7WTc5NIY
"Embaixo de uma árvore lilás
Eu fiz vinho da árvore lilás
Pus meu coração nessa receita
Isso me faz ver o que quero ver…"
E porque eu o sabia leve e efêmero, e mesmo assim, quando se foi me deixou tão triste e tão sozinha...
Little Girl Blue: http://www.youtube.com/watch?v=Y8yIpH_VI50
"A única coisa com que sempre poderá contar
São as gotas de chuva."
... hoje escutei Nina e pensei em você.
Porque eu sei...
Você quer o meu amor
Então pegue tudo
Você deseja ver tudo sair
Leve tudo
Venha agora
Mostre-me como
Você leva tudo
Você quer minha luva
Você está encantado?
Você quer vê-la escorregar e
Ver se cai
Oh nós sabemos
É o seu show
Então pegue tudo
(...)
Em Nine (o filme)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Manual de sobrevivência para solteiras que moram sozinhas (Parte I)
Passo pois, a pensar nos presentes que deveriam ser dados aos encalhadinhos e encalhadinhas como eu, e claro elaborei uma lista que (novamente claro!), acabou dando numa espécie de manual para mulheres solteiras (e que moram só).
Porque o negócio é que assim como existem muitas vantagens em se estar sem um homem-para-chamar-de-seu-mesmo-que-seja-eu, digamos que também existem pequenos inconvenientes.
Então a fim de ajudá-las à serelelepes e confiantes, comemorarem esse dia como se deve, eis que surge uma série de posts especiais que irão até a tal data propriamente dita. Sigam as minhas preciosas dicas e sejam felizes.
Manual de sobrevivência para solteiras que moram sozinhas (Parte I)
1. De como abrir uma garrafa de vinho (ou a rolha pode ser sua amiga)
Amigos
Não sou antipática, muito pelo contrário, puxo conversa em fila de banheiro, convido para ir na minha casa, empresto livros. Todo dono de bar, garçonete, fiteiro e caixa de mercadinho do meu bairro me trata com intimidade. De alguns outros bairros também. Chamam pelo nome. Contam da vida. Na universidade faço piadas, rio de mim mesma e coleciono acenos. Quase uma miss. É, eu conheço muita gente, mas amizade, amizade mesmo, descobri nos dedos, hoje, que tenho poucas.
Pensei sobre isso porque pensei sobre mim, sobre minha história e lembrei de pessoas na minha terra natal que amo muito. Será que gente que se vê apenas uma vez por ano, apesar de se conhecerem há séculos e nunca se telefonam, mesmo com tanto amor, podem se considerar amigas? Ainda?
Claro que jamais apresentaria à alguém essas pessoas como "Fulana, minha colega". Mas mesmo com o título de amiga, a sensação de proximidade estará lá? Aquele reconhecer-se como parte da história, da vida, do presente e principalmente do futuro do outro? Tenho minhas dúvidas.
Pareço pouco fiel. Pois é.
Quem com certeza absoluta iria? Para mim é isso. Não há grandes dramas, justificativas ou embromação. Simples assim. Tá ocupado demais para aparecer? Não me sinto mais tão bem com ela/ele? Porra, mas eu sempre pago? Não é meu amigo.
Eu não me despeço fácil. Sou persistente nas e com as pessoas que acredito. Mas quando digo não, é não. Uma grande (ex) amiga, dessas de andar sempre junto, simplesmente nem consta mais da minha atual agenda do celular.
Para meus amigos eu me mostro. Rio e choro. Eu perdôo, eles me perdoam. Eles estão o tempo inteiro, mesmo que na minha menção de seus nomes ou do bom e velho: “Uma amiga minha disse...” à conhecidos, à garçonete ao fiteiro e ao caixa do mercadinho.
Na verdade virei uma pessoa comunicativa porque era muito, muito quietinha quando criança e ninguém falava comigo. Eu não tinha amigos e os queria. Muitos. Milhares. Aos montes. Hoje quero cortar excessos. Quero o simples. Quero o bom. Quero o real.
Sim, e só para matar a curiosidade alheia, o meu número de amigos é igual à dos pecados capitais.
Ilha
Eu já morei numa ilha. Tinha dezoito anos e todos as coisas pareciam possíveis. Eu era bonita. Era magra. Era professora. Era jovem. Mudei muito desde então.
Quando saímos de casa pela primeira vez o mundo e suas possibilidades nos parecem enormes, não é? Não sei porquê fui me enfiar mo meio dum pedaço de terra cercado de mar e distâncias por todos os lados.
Mentira, eu sei sim. Era uma chance de beleza. E afinal de contas, o lugar era um importante roteiro turístico para gente do mundo todo. Porque não? Pensei.
Só que o mundo acabava por não me visitar-me ali, onde eu ia enlouquecendo aos poucos.Continente só de seis em seis meses. Não existia a internet. A comunidade era muito fechada, trabalhar com ela exigia cabeça baixa e não relacionar-se com os de fora. Obedeci a essa lei não-oficial, porém clara.
Lembro que brincava de musa para o divino, num percurso comprido, de horas, por praias desertas e rochas. Deixava a canga voar ao sabor do vento, imaginando como devia estar bonita naquela cena, imaginava roteiros onde homens lindos e de olhos de mar me veriam e se apaixonariam perdidamente. Falava sozinha.
Também lia muito. Bebia muito vinho. Trabalhava em excesso.
Então um dia, depois de um ano e muitos meses, minha mãe foi me visitar. Quando decidiu dar por encerrada sua estadia, larguei tudo e voltei com ela.
Vez por outra, me flagro pensando o que teria acontecido seu eu tivesse ficado, casado com o nativo que namorei por uns tempos. Também sonho muito com esse lugar. Nos meus sonhos apareço tanto muito jovem, há tantos anos atrás, como retornando agora. Dizem que a ilha está muito diferente. Talvez por isso, neles aparecem lugares que nunca conheci, mas sei que não estão lá.
A questão é que tenho sentido a mesma ansiedade que me fez querer ir embora da ilha. Aqui. Agora. Como se essa segunda cidade que escolhi depois da minha, anos depois, estivesse diminuída. Sabe quando voltamos para uma casa que julgávamos enorme quando éramos crianças e tudo parece menor, menos grandioso? Talvez isso aqui me bastasse quando eu estava casada, em dia com as contas e com o tempo.
Hoje? Não sei... não sei...
Aos dezoito anos aquela ilha também me parecia muito, muito pequena. Será que se eu voltasse lá agora ocorreria o efeito contrário? Tudo estaria agigantado?
Porque hoje eu sei, a ilha sou eu.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Amor das minhas vidas
Ontem ela me olhou e disse:
- Tua cara, S.
- Eu sei.- Respondo.
Senhoras e senhores, ontem eu (re)conheci o amor das minhas vidas.
Mas é claro que ele não me quis.
Nunca mais lembro
Ontem, chovendo horrores e eu mentalizando: Eu amo Nando Reis, Eu amo Nando Reis. Aí fui. Era show do cara. Não lembro bem como, sei que acabei com um casal gay maravilhoso e uma menina amiga deles no pé-sujo amado depois de. Sei que um cara que faz teatro fez da minha cama palco no final da noite. E sei que fiz muita, muita confusão antes disso. Com um cara que tava acompanhado e sua menininha. Sei também que vi o que me era querido com outra menininha. Não sei mais de nada.
A cabeça está estourando e os pedreiros filhos da puta não ajudam em nada na minha ressaca. Não tem ovos na geladeira para jogar. Enfim...
Ligo para amiga leãozinho e pergunto: Eu tava trágica? Não, fofa, tava engraçada, ela responde. Zenzualizando. Dançando horrores.
Mas ela foi embora cedo demais. Não posso responder pelo depois de. Medos. Medos. Se alguém bater em mim no meio da rua, eu devo ter feito por merecer.
Alguma vez eu já disse por aqui que nunca mais bebo? Juro. Juro. Desta vez é sério.
Pra Você Guardei o Amor
Nando Reis
Pra você guardei o amor
(...)
domingo, 1 de agosto de 2010
Não espere
Me adora
Pitty
Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:?
Só não desonre o meu nome
Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome
Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Pessoas que valem
Mas o amigo amado me liga. Quero te ver. Saudades suadas. Como negar? Fui. Dançamos horrores e encontrei muitos cães, que o inferno aqui é pouco para tanto. Apesar do amor que me contagia quando estou com R. (o amigo amado), não, eu não estava bem.
Chego em casa e depois de conversar com a amiga que no MSN tenta me colocar para cima, mergulho na anestesia de um livro imbecil. Continuo me sentindo uma merda. Uma enorme e grande bosta flutuando num mar de desprezo alheio.
Durmo quase onze da manhã. Mastigando auto-comiseração como chiclete.
E estou embaixo dos lençóis, às quatro da tarde, quando o socorro na forma de mãe chega. Me traz flores do seu jardim, que observo agora enquanto escrevo. Sento na varanda e conto meus dramas. Falo do cansaço e do medo de que afinal as pessoas estejam certas e eu errada. Que eu tenha mesmo que mudar, conter, parar, diminuir, para me enquadrar.
Ela lembra-me que nem os quinze anos que passei casada conseguiram fazê-lo, nem os falatórios que acompanharam-me durante minha adolescência rebelde. Agora? Ela pergunta. Talvez eu esteja ficando velha, eu afirmo. Ela diagnostica fome e me obriga a sair de casa. Sopa na cafeteria que é da esposa . Amor.
Já estou contando das coisas pequeninas que me fizeram bem. Um e-mail delicado do namorado. As risadas de ontem, com o amigo amado, quando o enxergo na fila do caixa. Não morre mais. Corremos para os braços um do outro. Ele fala de ontem e de quando um antigo amor meu, amigo nosso em comum, lhe perguntou o que existia entre nós. Ele ri quando conta-me da sua afirmação de amor apaixonado por minha pessoa. Gargalho. Amo. Muito.
O apresento à minha mãe e eles se conversam, até que ele se vai com seus miojos em sacolas e filho nos braços.
Mulher sábia.