terça-feira, 30 de novembro de 2010

Final

Como alguns poucos devem ter notado pela minha ausência aqui no blog, continuo sem acesso a internet. Mas ando também desconectada de tantas outras coisas importantes dentro de mim que nem sei se faz assim tanta diferença.

Enfim, final de período e vontade de chutar o balde e não terminar os milhões de trabalhos iniciados. Mesmo assim, vontade de pouca coisa. Ando pouquinha em muito.

E Domingo desabei. Não sei que espécie de vida eu queria de volta, mas era essa a frase que eu berrava entre lágrimas, no meio da rua, para a amiga-esposa, só o que sei é que naquele momento essa vida incluia dinheiro para táxi e para a cerveja da saideira.

E assim caminha a humanidade...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Amores

J. afirmou que as histórias contadas por ela tem sempre a mesma reação de minha parte. Repetidas vezes. Vivemos de rir juntas, pois. Amiga-esposa, I love you, xuxú! E vamos preservar as matas nativas (piada interna).
Depois de ebriamente e egoisticamente aconselhá-la numa mesa de bar a recomeçar do zero um blog qualquer, porque eu estava em processo de abstinência literária e não-literal, eis que ELA voltou, recuperou senha (roubada ou perdida?) e volta a me brindar com suas muitas vidas numa só. Amo muito tudo isso. Saúde, baby!
Cadê tú aqui na terrinha, sujeita? Amo também. E muito. Também.

Mais Caio

E para não perder o costume, mais uma de Caio.

"... eu não te defino nem te compreendo apenas sei que chegaste..."
Caio Fernando Abreu

Babá, baby.

Estou de babá hoje. E aproveitei, enquanto compartilhava do gosto musical de uma linda garotinha de seis anos, o que incluiu Justin Bieber (é esse o nome do menino cantor?) e terrores infanto-juvenis topetudos afins, para ler as revistas de adolescente da outra filha (a mais velha) da amiga-mestra.
Já dizia o ditado: Tá na chuva...
Enfim, estou quase de joelhos em agradecimento aos meus trinta e cinco anos, que me trouxeram rugas, celulites, estrias e uma extensa lista de canalhas carimbados no meu passaporte emocional e sexual. Acenderei velas e cantarei hinos à saia balonê, ao biquini verde-neon, ao batom boka-loka e aos Menudos.
Porque puta que los pari, se para minha geração não foi fácil ser adolescente, para essa é punk-rock-hard-core-trash-metal. Ao menos foi o que achei pelo que pude vislumbrar nesse meu mergulho antropo-teen-filosófico-revistal.
Outra coisa, que porra de moda é essa, pelo amor de dadá? Tudo assim, tão sem sentido. Alguém me faça um favor e diga a essas pobres, que elas vão sim, se envergonhar ao olhar as fotografias de sí mesmas daqui e vinte anos.
E porra, dá logo esse negozi. E não, não interessa com quem, você não vai ver sentir "ondas de prazer" na primeira vez. Sim, vai doer. Torça para acabar logo e parta rapidinho para as próximas.
E não, masturbação não dá pelo na mão. Nem na dele nem na sua!
É, tô velha, chata e sem paciência para xurumelas. Louvemos a isso!
P.S: Mas porque será que a pergunta "E se ele não ligar?" continua tão in? Mulheres! Hunf!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lembrete

"Cuidado com as ilusões mocinha, profundas e enganosas feito o mar."
Caio Fernando Abreu

Rachaduras

Caio Fernando Abreu

Paixão não é dos meus sentimentos prioritários no momento. Mas entre trocas de nomes enquanto quase dormia e pessoa distante para quem reapareci, ela desponta meio assim, escondida como flor vagabunda entre as frestas do concreto que usei em abundância para me proteger do avanço de florestas e ervas daninhas. Em mim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mulheres e sofrimento

Terça-feira passada a dor me fez voltar ao hospital. Outra ultrassom, outros médicos impessoais.
Fui internada.
No quarto coletivo, mulheres e seus sofrimentos.
Havia uma menina de dezesseis anos, uma mulher de quarenta e um. Outras. Mais. Todas perderam ou estavam perdendo seus filhos como eu. Sentiam dor como eu. Como eu ficaram vinte horas sem comer até aparecer um anestesista que nos dopasse para arrancancarem os últimos resquícios de uma maternidade que não aconteceu. O nome disso é curetagem.
Quando acordei estava numa enfermaria com outras mulheres e seus recém-nascidos filhos. Quis ir embora, assinei um termo de responsabilidade e passei os últimos cinco dias em casa, quase sem me mexer.
Dor. Dor. Dor.
Ainda.
Acho que para sempre.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sim, foi comigo...

Nada

Eu estava grávida. Até hoje. Perdi meu filho e minha confiança no serviço público de saúde e na empatia que acreditava natural entre os seres humanos.
Comecei a sentir dor, um dia depois de passado o medo, finalmente ter rendido-me a alegria e espalhar a notícia para todos. Rindo.
Hoje fui para o hospital com J. A amiga-esposa não achou normal o sangramento. Nem a dor. No carro, sem acreditar que depois do meu sim, a natureza pudesse me negar algo, eu fiz promessas aos montes. Vãs.
A ironia é que também hoje, um pouco mais cedo, havia pintado mulheres grávidas aos montes e escolhi nomes para futuros.
Mas houve a dor e lágrimas. Esperas. E esperas. Mais. Até que uma mulher que não sabia meu nome, nem nenhum outro, nem minha história nem nenhuma outra, disse-me que não havia mais nada. Nem nome, nem história, nem espera.
Friamente.
Cruelmente.
E resultado nenhum vale mais que seu diploma. Amém, amém... Deuses todos eles. A atendente que queria saber minha profissão, o médico que viu a dilatação, o enfermeiro que mediu minha pressão. Deuses de pedra. E eu carne e sangue. E nada.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Batatinha

Continuo sem internet. Grandíssima bosta. Fazer o que? Esperar... esperar...
A Oi me fudeu e eu dei tchau.
Sinto tanta falta de contar-me e assim reconhecer-me. Espelho, espelho meu, existe alguém mais boba do que eu?
J. continua. Eu continuo. As amizades que espalham flores e amores e delicadezas em meus caminhos.
Algumas notícias fora de hora me pegaram de surpresa. Esculhambaram meu cotidiano que parecia tão organizado em sua bagunça. Mas enfim... sabe-se lá o que dadá dará...

E batatinha quando nasce esparrama pelo chão... a menina quando chora põe a mão no coração...

Êita, mulher inspirada!!!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...