sexta-feira, 9 de março de 2012

Mudando

Amores e amoras!!!

Querem comentar? Vão ! Querem continuar me lendo? Vão ? Querem saber quem (não) é S. Vão ?

E não se entristeçam... É só mais uma mudança.

Fica aqui um último (?) presente para vocês. Uma performance-intervenção que fiz aqui na cidade onde eu moro, ontem mesmo.

Já falei que voltei de viagem?

Já me apresentei?

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Então é... né?

Tirei os vestidos bonitinhos da mochila para que coubessem minhas linhas, agulhas, papéis, tintas e pincéis e... desisti. Então é. Mala de rodinha, e assumidamente uma mulher que não vive sem creme de pentear. Ah, mas eu tentei, né? Peço publicamente perdão à N.S da mulheres de sovaco cabeludo e despidas de vaidades e sigo viagem amanhã com sua benção assim mesmo. Cheia de tranqueiras... e com excesso de peso.

Enfim, estarei durante um mês ou mais no Vale do Capão, como já comentei por aqui... e portanto, fora de área... sentirei falta daqui e de vocês, fofoletes...

Fica então, meus amores e amoras, essa que é minha oração não só de Natal, mas do para sempre. Ou até que digamos em uníssono amém... Sintam-se amados...

"Ao teu encontro, Homem do meu tempo, 
E à espera de que tu prevaleças 
À rosácea de fogo, ao ódio, às guerras, 
Te cantarei infinitamente 
à espera de que um dia te conheças 
E convides o poeta e a todos 
esses amantes da palavra, e os outros, 
Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa. 
As coisas serão simples e redondas, justas. 
Te cantarei 
Minha própria rudeza e o difícil de antes, 
Aparências, o amor dilacerado dos homens 
Meu próprio amor que é o teu 
O mistério dos rios, da terra, da semente. 

Te cantarei 
Aquele que me fez poeta e que me prometeu 
Compaixão e ternura e paz na Terra 
Se ainda encontrasse em ti, o que te deu."
(Hilda Hilst)

E a música é... só vou ficar por lá... mais um pouquinho, ok? Inté!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vontade

Um tal cara ligou às quatro e meia da manhã desses dias. Não atendi porque não vi. Nada demais. E mesmo que visse. Provavelmente não. Ele insiste, depois de termos entre bebedeiras e vontades, que não é isso o que foi. Isso o que? - dá vontade. De perguntar. Vontade de mim? Como a que te faz ligar sempre que bebe? Como a que se infiltra nas ligações atendidas do meu celular vez ou outra?

Ah, eu sei. É só porque ele ri comigo. Se sente. A vontade. Mas só de ligar. E de falar sério. Só falar besteira. De apenas escutar em silêncio minhas baboseiras todas. E rir de novo. E sentir vontade de novo. De comentar o filme. O trânsito ruim. Do seu dia. Da noite de ontem. De escutar uma música e achar minha cara. Lembrar de se lembrar, se por acaso a gente se encontrar, de me contar. De tal artista. A tal piada. Os fatos. Não, eu não sou a tal. Não precisam me lembrar. É, eu sei. Que ele quer ser "apenas" meu amigo. 

Merda! Os homens tem mesmo medo de mim. Aceito e eu também me assusto. Com a covardia. A minha e a alheia.


Aí teve um. Outro. Quarenta e oito horas de anestesia. Mentiras amigas, daquelas antigas. Num quarto de hotel turismo em corpos, garrafas e alegrias. Fez as malas e foi embora. Me deixando com a bagagem de sempre. Tudo de (a)interior. Pesar, saudade, medo. Dor.


E estou doente. Tento me arrastar de volta pra cama, tão vazia. Ela. Eu também. O vazio é uma espera, poetizo.

Mas estar de joelhos não é fácil para ninguém. Nem para pedir, muito menos para apoiar um primeiro pé que sirva de impulso pro corpo inteiro seguir junto com a necessidade de levantar. E continuar sobrevivendo.

Sim, a música é óbvia. Mas quem foi que disse que eu também não era?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O amor é minha religião

"O amor é minha religião. Do tipo que quanto mais posta à prova pela ciência do desprezo, os cálculos de nãos e o ateu cinismo, eu, mulher de fé que sou e sinto, mais e mais e ainda mais acredito."
Escrito em papel na casa de E. entre vinho, amigas, ironia e esperanças. Hoje.

O amor desliga o despertador porque não tem hora para acordar. Também dorme raramente e antes dos seus poucos cochilos me arranca as máscaras e os cabelos. 
Me faz falar a verdade, mesmo entre parênteses e entrelinhas. É principalmente sussurro e sopro entre as pernas. Me despe do não, me mostra inteira, em total desrespeito. Por isso amor, mesmo no escuro, é claro, desassossego. E no entanto paz extrema de estar bem. Amor é pro outro, mas principalmente comigo. Também.
Pensei que não o conhecia, mas sempre que nos cruzamos por aí, ele encomprida os olhos, me espia. Eu me benzo, digo amém. Finjo que não tropeço, desacelero o passo. Por receio de cair, sucumbir, morrer de. Confesso.
Ah, esse bicho doido, fez de mim caça e algoz. Morde-me os calcanhares, arranca-me da letargia e do meu fingido desprezo, sucumbe a meus pés, exige, sangra, me estraçalha o coração. Não me deixa nem um pedaço. 
Me ensina a acreditar na intuição, a esquecer o não. A não morrer na praia. De fome. De medo. No entanto amor é calma. No desespero.
Falo dele em bares, bebo-os em copos e corpos, me embriago só de sabe-lo. Mais, ai de mim, amor é alcool, volátil. Quando tento capturá-lo em fogo de desejo, evapora e deixa-me. De ressaca. Nua em pelo.
Leio-o em livros, choro por seus fins em palcos, concordo em filme seu conselho. Amor é um espetáculo. Que tem sempre bis. Amor é cansaço. De exposição e aplauso.
Amor é recomeço.

Medo e estrada

Eu só queria te fazer feliz. No meio da estrada, no meio do mundo. Como se diz: eu acho que poderíamos... Você sabe, eu sei... mas tem o silêncio... calar a boca é o mínimo que devemos ao cinismo. E à todas essas coisas sem nome que nos obrigam a permanecer assim. Mesmo. Nos somos a geração dos que morrem de medo... do tipo de gente que seria feliz para sempre como na música de Renato Russo. Ai Ele morreu e nós também, meu bem...antes mesmo de termos começado a acreditar um no outro.

Curta e grossa

Não quero mais amor, muito menos compromisso. Nem festas, nem sexo, nem isso, nem aquilo. Nada de mais. Nem de menos. Do que eu preciso? Apenas que nasça logo esse meu dente siso. 
E o comentário abaixo é mais um oferecimento da série "Das vezes que precisamos nos valer do direito de sermos baixas e vulgares" 
- Você me cozinhou mas foi outro que comeu.

E tenho dito!

Possível

"Um pouco de possível, senão sufoco." 
Deleuze 

Tenho escrito de forma muito fragmentada. E é no facebook, seja pelo feedback instantâneo, pela possibilidade de sacar a opinião de gente que me conhece in loco, por poder espezinhar algumas outras pessoas ou simplesmente pela minha necessidade umbiguistica de me expor, que as ideias vão se organizando até acabarem se transmutando num post como esse. 
O fio condutor desses dias: "amores possíveis". 
Que são muitos. 
E sim, eu acredito em duendes. 
A questão é que nesse mundo virtual muita gente acaba por vestir a carapuça das atualizações de status alheias.
Eu então, que adoro um vestido emprestado, nem se fala...
Mas olha, sério... eu já amei, fui apaixonada ou pasme, apenas transei com outras caras além dele. Acredite, eu já levei pés na bunda que doeram bem mais. Eu leio os mesmos autores, escuto as mesmas bandas e cantores, danço nas tamancas, borro o delineador, rabisco em guardanapos soluços e impropérios bem antes de qualquer história que possa ser chamada de "nossa". E não, não me tornei uma "feminista amarga" apenas porque ele não me quis. 
Na verdade nem sei se sofri por não ter sido desejada e sim porque naquela hora, em pleno processo criativo (que rendeu um livro de pseudo-poemas e uma exposição, a minha primeira individual) eu simplesmente precisava de algum referencial além dos "fantasmas dos Natais passados". Algo como esse twitter de relação, 140 caracteres de frases batidas, que mesmo em grande parte também imaginada, tinha qualquer coisa de aporte nas lembranças de uma realidade qualquer. 
Mesmo que pouca. Mesmo que doída.
E eu não poderia magoar ninguém que estivesse perto. Ou que já estivera na minha cama.
O que acabou acontecendo, vejam que merda (e que eu só me dei conta quase agora), foi uma puta de uma elaboração de todo um processo de perda, não deste amor fajuto e vão, mas da minha própria capacidade de acreditar nele. No tal desse sentimento. 

Mas sempre existem as possibilidades.
E as mudanças.
E o ontem... em que era muita gente cool para pouca referência bibliográfica na parte que me cabia naquele latifundio. E eu que nem com óculos de leitura me enxergo mais nas citações de Clarice, porque não choro, muito menos encolhida, fiquei foi dançando pequenininho, numa timidez que não estava escrita. Torcendo para que um outro avistasse em mim qualquer coisa além das aspas.

E a música é... duas notas, maestro...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dia de chorinho.

Pelo que foi, se foi, poderia ter (s)ido.
Pelas perdas tão profundas da amiga.
Por conquistas superficiais e tão minhas.
Por ter vivido.
De tanto amor que esbanjo.
Pelo tanto que guardo.
Por causa do mau e do bom bocado.
Pelas levezas insustentáveis.
Pelo fardo.
Por isso.
Por nada.
Por tudo.

Só um chorinho
por aquilo
que pouquinho.
 

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Continuamos lindos!

No meio da minha obsessão esqueci de escrever sobre o Rio. Que não foi Janeiro e sim Setembro. E que teve a e o Rafa como paisagens preferidas dentre tantos cartões-postais. Mas falo do Rio de Setembro meio que como desculpa, porque hoje me dei ao desfrute de ler, verdadeiramente voltar a ler os blogs destas pessoas que primeiramente conheci por aqui (em blogsville, como diz o Rafa), para só então encontrar pessoalmente. Enfim, não sei se é coincidência ou apenas um processo natural de mudança, mas notei hoje, ao voltar a encontrá-los em letras e linhas, alternando susto e suspiros, detalhes que não me eram mais familiares. 
Que a Lú tem escrito bem menos sobre si (?) e muito (mas também lindamente) sobre cinema. Que o Rafa quase parou de escrever e tem voltado a fazê-lo, aos pouquinhos, também agora, no momento em que pretende juntar os trapinhos com uma pessoa deliciosa que também tive a alegria de encontrar na minha estada por lá. 
E finalmente, que nenhum de nós escreveu um post que tratasse só e sobre nosso encontro.
Não posso dizer o quanto a Lú e o Rafa influenciaram minha vida, minha forma de escrever e as mudanças ocorridas desde que o tenho feito por aqui. Por isso minha surpresa ao notar que desde o Rio em Setembro, algo inexoravelmente mudou para cada um de nós. Que ninguém, creio eu, ainda conseguiu entender muito bem. Ou se entendeu não ousou comentar.
Claro que essa é uma opinião minha e só posso falar por mim. Talvez eu esteja apenas imaginado coisas, mas a sensação que tenho é que durante muitos meses, estivemos imersos em vendavais interiores particulares demais para entender o que estava acontecendo um com o outro além de olhando dentro de nós mesmos. 
Talvez um refletindo o outro, medos e terrores e sonhos, num complicado jogo de espelhos, ao nos encontrarmos, todos juntos, acabamos nos reconhecemos foi apenas em... nós próprios. 
Não sei...sei que os amo, de uma forma naufraga e estranha e estrangeira. No entanto tão próxima e porto e irmã. Que não se explica nunca muito bem. Mas que um hora se diz. Como agora. Ou nunca. Talvez, como sempre, eu só esteja falando de mim mesma, mesmo que fale deles.
Sei não... só sei que foi assim...   


Óbvio!

Quando te dá vontade de dançar I'm Surviver em boite gay é sinal que vocês já está pronta pra outra.
Da série: mulher é tudo bicho óbvio!

Prioridades

A amiga-esposa* está morando no Vale do Capão. Vou visitá-la nessas férias. Não sabe onde é isso? Pesquisa no google e morra de inveja.
Já pesquisou? Eu já disse que vou visitá-la nessas férias?
Me lembro dela todos os dias. Tenho sentido falta. De tanta coisa. Pequenas e grandes. Tipo... como quando ela me contava uma história, meio séria, meio rindo, meio sei-lá-o-quê, como essa:
- Estava muito infeliz. Muito. Aí eu queria me matar, sabe? Queria muito, mas tinha um jogo de handball naquela tarde e não dava tempo.
tinha-um-jogo-de-handball-naquela-tarde-e-não-dava-tempo.
Sinto uma falta escandalosa das prioridades dessa mulher!

*Amiga-esposa (para os iniciantes aqui) é assim conhecida não por ser minha companheira de cama, mas por termos, entre muitas histórias juntas e anos de amizade, também dividido um apartamento.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Abusada (ou da arte de levar foras I)

Trabalho de Robson Xavier
Já levei muitos pés na bunda. Quem me lê aqui sabe, quem me conhece de fato, confirma. No entanto, desde que parei de escrever por essas bandas, justamente por causa de um, venho pensado muito à respeito do assunto. 
Ouxe, se perguntarão alguns, mas não foi porque ela tinha perdido a senha do blogger? Também. É que numa grande cachaça resultante do tal chute no traseiro, resolvi trocar minha senha (versão virtual para mudar radicalmente o corte ou a cor do cabelo). No outro dia não me lembrava mais qual era a porra do código que abria espaço para meus desabafos. Para as mudanças de sentimentos. Freud explica?  
Então tá, durante esse tempo resolvi chafurdar na obsessão. Foram três meses que renderam muitas atualizações de status no facebook na torcida de que "ele" lesse meu desejo, um livro inteirinho com cem poesias de pseudo-amor pro dito cujo, uma total falta de presença masculina na minha cama ou entre minhas pernas. Três meses. Juro. 
O engraçado é que nem a , que escutou madrugadas inteiras minhas teorias de que toda poesia, música ou espirro postado nas redes socais pelo varão escolhido para ser costela das minhas ilusões, era, claro, óbvio e ululantemente para mim, e para quem pedi ajuda para recuperar a tal senha entendeu do que se tratava. Pensou que eu estava falando de um outro blog que trata de uma outra história. 
Enfim, um dia desses, depois de ter passado a madrugada na casa de um amigo, entre vinhos e soluços achei na bolsa uns papéis que me fizeram pensar seriamente em andar com uma placa pendurada no pescoço: Não deem uma caneta à esta mulher que ela vive bêbada! Quando meu consolo foi pensar que podia ser bem pior, que eu podia estar com acesso à internet foi o alarme de loucura iminente, completado quando me flagrei, em outra ressaca desgraçada, numa segunda-feira, pedindo em tom conciliatório ao cachorro da uma outra amiga (animal mesmo, viu?), enquanto ele (o cachorro da minha amiga, não meu amor) mastigava um papel higiênico roubado do cesto de lixo do banheiro:- não me faça perder de vez a fé na humanidade, meu bem! ‎
Para me consolar e claro, dar uma espiadinha no perfil do infeliz (do meu amor, não o cachorro da amiga), voltei à terra indômita do face. Alguém tinha postado algo como "Trabalha na empresa: estou desempregado." Quando se começa a gargalhar histericamente com a desgraça alheia é lógico que está na hora de começar a rezar pra N.S da alopatia pesada. Ou voltar a escrever aqui. Escolhi ambos. E resolvi parar de pirar.
Claro que ainda não consegui rasgar as catorze cartas que escrevi e não enviei (além dos cem poemas), mas já estou bem melhor.  
Uma das coisas que me ajudou foi dar uma reprisada no meu histórico de relacionamentos e saber que ele ainda vai entender o que perdeu. O que perdemos. E antes de você começar a achar que realmente estou dançando o cisne negro, saiba que tenho provas de que isso vai acontecer.
Sério mesmo. Ninguém acredita ou parece prepotência quando eu conto, mas todo cara com que eu me relacionei, acaba descobrindo que eu sou a mulher da vida dele. Desde o meu primeiro namorado é assim. O grande problema é que essa conclusão sempre chega com um atraso de cinco anos. No mínimo. 
E ainda tem homem que reclama quando eu demoro no banho.
E aí que entra a tal arte de levar foras que me refiro no título deste post. Com o passar dos anos me tornei mestra nessa tal arte. E sabe porque, amores e amoras? 
(Momentos de tensão e suspiros de expectativa, por favor!) 
Porque me exponho na vida!!! 
E isso não é ruim, não! É ótimo! É maravilhoso! É lindo! 
Decidi, depois de muito sofrer em silêncio, escondendo amores, que soube depois (vejam que grande merda) eram correspondidos, não guardar verdades ou desejos até que fosse conveniente ou menos arriscado mostrá-los. Claro que dói escutar não. Ah, como pode doer. Tem que ter um ego muito bem estruturado e mesmo assim, muitas vezes rastejei recolhendo caquinhos de orgulho. Há períodos em que fiquei do tamanho de nada e decidi entre cervejas, amigas e ressacas, por semanas, meses ou anos, nunca mais arriscar, nunca mais dizer, nunca mais. Até que. De novo. Outra vez. Porque eu também aprendi que existe o sim, e aqueles que o dizem são os únicos homens que merecem, seja por uma noite ou uma vida inteira, a companhia de uma mulher que, mesmo morrendo de medo, o desejou tanto a ponto de esquecer os clichês acerca do que é um "comportamento aceitável para mocinhas". 
Óvio que estou arrasada, e que como tudo que eu escrevo aqui, falar de coragem pode ser apenas uma forma de esconder a covardia. Em não enviar as tais cartas. Em não dedicar o tal livro. 
Nem sei se ele tem o endereço desse blog, porque talvez, só talvez, se ele tiver, esse post seja apenas uma forma que eu encontrei, de declarar o seguinte para ele, amor da minha vida (por hoje): 
"Bipolar, meu fio? Ah, se sesse!!!! Começo a concordar com quem diz que eu sou é polipolar. Pois é. Abusada. Chata. Metida. Prepotente. Sou mesmo. E ainda te faço um último favor, me justifico: é que já tive demais dessa coisa que você insiste em não me oferecer. E que não é nem isso nem aquilo. Então pode me chamar do que quiser, contanto que não me chames mais. "
Rezemos!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Foi a saudade que me trouxe pelo braço!

Amores e amoras, só para dizer que depois de recuperada minha senha (graças à ), eu voltei,voltei para ficar...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

28/09

Dia 28 de setembro é o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto. Soube através das maravilhosas blogueiras feministas há alguns dias atrás. Desde então venho pensado sobre o assunto constantemente. Em como escrever sobre algo que me é tão marcante e cercado de dores. 
Primeiramente, não tenho como antes escapar do clichê (no sentido de algo extremamente repetido por ser verdade) que temos o direito de sermos donas de nossos corpos. Ponto. Fato. 
Para só então começar minha história. 
Eu, classe média, bem-educada, consciente da necessidade do uso da camisinha nem sempre fui responsável em minhas relações sexuais. Atire a primeira pedra quem nunca... E sim, eu já abortei.
Na primeira vez eu tinha vinte anos. Durante muito tempo sofri por me sentir a mais miserável das mulheres, e me lembrava sempre que era uma assassina monstruosa. Mas também não esqueço que ao sair de uma clínica de fundos de quintal e chegar em casa acompanhada pela minha mãe e pela recomendação da "parteira" que caso eu me sentisse mal não deveria procurar um hospital, tive uma convulsão por ter perdido muito sangue. Minha prima, que na época, fazia medicina, estava com o namorado e não quis ir me dar assistência, porque o rapaz poderia pensar mal dela. E de mim. 
Bom, diferente do tal namorado que ninguém mais sabe por onde anda, eu continuei fazendo parte da sua vida. E sobrevivi. Mas depois disso nossa relação nunca mais foi como antes. Até que foi passando a mágoa, as lembranças foram esmaecendo...
Ah, quem dera... o subconsciente é um danado.
Anos depois, um surto psicótico trouxe tudo de volta. O fato de ter abortado era associado à minha melhor amiga, minha companheira nas dificuldades familiares, a pessoa que havia crescido comigo ter, no meu desvario, quase me deixado morrer "para que não pensassem mal dela. Nem de mim.". Eu não devia valer nada mesmo. Passei semanas fora da realidade, semanas em que revivi constantemente aquele pesadelo.
Muita terapia e mais alguns anos, consegui entender que ninguém poderia ser responsável, além de mim mesma, pelo que tinha acontecido. Eu tinha abortado. Eu tinha decidido. Culpar minha prima pela sua reação era culpar a igreja, a sociedade, a família, que me diziam e dizem a todas as mulheres, até hoje, que decidir e ter direito sobre seu próprio corpo é feio e errado.
Apoio a legalização do aborto, não só porque o fiz, mas porque antes de feminista, sou mulher e acredito sim que minha dor e a de muitas outras teria sido minimizada se vivessemos num País e num mundo onde o direito de escolha não é maldição e sim benção. Onde houvesse apoio para que tomada a decisão de não dar continuidade à uma gravidez, o aborto fosse realizado com segurança. Onde não fosse preciso enlouquecer de culpa pelo fato de saber que não se terá como (ou não se quer) criar um filho. Onde não fosse preciso que mulheres morressem todos os dias porque é mais fácil fingir que abortos não acontecem.  
Mas a história não para aí...
Há alguns meses engravidei novamente. Decidimos, eu o pai, termos essa criança. Os dois posts abaixo foram escritos aqui neste blog, em Novembro, e falam um pouco do que aconteceu...

"Eu estava grávida. Até hoje. Perdi meu filho e minha confiança no serviço público de saúde e na empatia que acreditava natural entre os seres humanos. Comecei a sentir dor, um dia depois de passado o medo, finalmente ter rendido-me a alegria e espalhar a notícia para todos. Rindo. Hoje fui para o hospital com J. A amiga-esposa não achou normal o sangramento. Nem a dor. (...) Esperas. E esperas. Mais. Até que uma mulher que não sabia meu nome, nem nenhum outro, nem minha história nem nenhuma outra, disse-me que não havia mais nada. Nem nome, nem história, nem espera. Friamente. Cruelmente. E resultado nenhum vale mais que seu diploma. Amém, amém... Deuses todos eles. A atendente que queria saber minha profissão, o médico que viu a dilatação, o enfermeiro que mediu minha pressão. Deuses de pedra. E eu carne e sangue. E nada."

"Terça-feira passada a dor me fez voltar ao hospital. Outra ultrassom, outros médicos impessoais. Fui internada. No quarto coletivo, mulheres e seus sofrimentos. Havia uma menina de dezesseis anos, uma mulher de quarenta e um. Outras. Mais. Todas perderam ou estavam perdendo seus filhos como eu. Sentiam dor como eu. Como eu ficaram vinte horas sem comer até aparecer um anestesista que nos dopasse para arrancancarem os últimos resquícios de uma maternidade que não aconteceu. O nome disso é curetagem. Quando acordei estava numa enfermaria com outras mulheres e seus recém-nascidos filhos. Quis ir embora, é claro, assinei um termo de responsabilidade e passei os últimos cinco dias em casa, quase sem me mexer. Dor. Dor. Dor. Ainda. Acho que para sempre."

Fui tratada no hospital como alguém que tinha propositadamente abortado. Muito mal. Nos fizeram esperar horas, foram irônicos, secos.
E se fosse? E se é? Porque não tenho o direito de ser tratada com dignidade e respeito por ser uma adulta que fez uma escolha? 
Ah... esqueci, eu sou mulher e se não cumpro com minha obrigação maior que é parir, não valho nada mesmo... minha prima devia ter razão...

Sou

"Mentira dizer que nunca fui corajosa. Eu sempre fui. Eu sou."

Anotação de fim de folha: repetir como um mantra até...  

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Admissão

Estou triste. Mesmo. Eu, que sinto até um certo orgulho, burro é claro, em não chorar facilmente, tenho tentado não cair em prantos convulsivos hoje. As razões são muitas, e claro que escolhi especificamente uma para usar de xis da questão. Mas sei que não é só isso. Ou só por isso.
É que “eu conheci um cara e não deu certo, que dó, que dó”, é sempre uma boa razão para sofrer. Para mim sempre foi. E rende bons posts e poesias. O foda é ter que admitir que o cara desta vez, é a representação de muitas das coisas que eu quero e não tenho coragem de admitir nem para mim.
Não sou de todo imbecil e sei que as minhas tendências auto-destrutivas também tem sua parcela de mão nas costas e sempre me dão um empurrãozinho para o buraco dessas sub-relações. E que não me assumir como a romântica que fantasia um grande amor à cada trepada, insistindo num papel que desempenho bem, o da mulher libertária e escrachada, ajuda a completar o processo de auto-sabotagem.
Mas não é isso que me entristece, é estar me questionando o porquê disso que tem me ferrado.
Quem disser que mergulhar em suas próprios motivações, aquelas escondidas por baixo de todas as confortáveis mentiras que contamos à nos mesmos é fácil, me indique o método. Ou a sua anestesia. As minhas eu assumo agora. Bebida. E os “caras desta vez”. Que são quase a mesma coisa, no final das contas e me fazem evitar pensar no que dói de verdade. Minha versão de cortar na pele para não sentir as dores da alma é essa, mais branda, mais não menos covarde.
Nunca fui mesmo muito corajosa. Até agora.

domingo, 25 de setembro de 2011

E daí?

Eu sei, eu sei. Que tenho que me amar mais, parar de criar expectativas, de superestimar quem não merece. De superdimensionar o que não existe, então logicamente, não tem tamanho.
Eu sei que sou bem melhor que ele. Que os comportamentos padrões são padrões, então, porra, se repetem.
Eu sei que não era para doer tanto, para eu me importar tanto. Também sei que existe tanta coisa mais importante.
E sim, eu já sabia que ia dar nisso.
E daí?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Comida

Estou comendo agora meu prato preferido depois de noites punks, o prato é sempre o mesmo: miojo escorrido, dois ovos fritos na manteiga com queijo mais farofa pronta. Batizei-o de culinária do conforto. O prato é sempre o mesmo, já as noites, meus amores e amoras, é que nunca são iguais...
Quando hoje, uma grande amiga me disse que eu devia ganhar dinheiro contando as histórias dos meus desastres amorosos, saquei que faz tempo que o negócio não vai indo muito bem. Mas mesmo estando precisada de grana no momento, não abrirei minha boca. Porque é como diz uma outra grande amiga, se eu contar minha história pro carroceiro até o burro chora.
Isso tudo pra dizer que sim, ontem eu atendi o telefone, sim, ontem eu fui encontrá-lo, sim, ontem eu prometi para mim agir como uma boa amiga, sim, eu o beijei. Sim, sim, sim, hoje eu me fudi novamente.
Licença que eu vou acabar de engulir minha comida junto com o que me sobra de orgulho. Antes que esfrie.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

É ela!!!

"Não sou eu quem dá coices ferradurados no ar.
É esta estranha criatura que fez de mim seu encosto.
É ela !!!
Todo mundo sabe, sou uma lisa flor de pessoa,
Sem espinho de roseira nem áspera lixa de folha de figueira.

Esta amante da balbúrdia cavalga encostada ao meu sóbrio ombro
Vixe!!!
Enquanto caminho a pé, pedestre -- peregrino atônito até a morte.
Sem motivo nenhum de pranto ou angústia rouca ou desalento:
Não sou eu quem dá coices ferradurados no ar.
É esta estranha criatura que fez de mim seu encosto
E se apossou do estojo de minha figura e dela expeliu o estofo.

Quem corre desabrida
Sem ceder a concha do ouvido
A ninguém que dela discorde
É esta
Selvagem sombra acavalada que faz versos como quem morde."

Wally Salomão

domingo, 18 de setembro de 2011

Era

"O grande problema, meu amor, é que as pessoas preferem nossa versão editada. E eu não vou mais desperdiçar uma boa cena, só para agradar o grande público..." No FB ontem.

Olha só, não é fácil ser você mesma. E por mais que nos esforcemos, ainda existe o risco de cair na armadilha de vestir a fantasia que mais agrada ou excita os outros, principalmente quando escrevemos. Ou queremos conquistar alguém. Ou as duas coisas juntas.
Mas enfim, tento ser eu mesma na maioria das vezes. Mas como eu disse não é fácil, meus fios. Não mesmo. Pago um preço alto por minha boca suja, minhas pernas abertas, meu riso escancarado, minha arte, minha liberdade.
Não lamento. Quase nunca, pelo menos.
Mas tenho me sentido cansada. Claro que estar menstruada ajuda no mau-humor, mas o que tem realmente me exaurido, é ter que lidar com quem não sabe nem o que quer, nem o que é. Vou contar, o que tem me aparecido de gente doida não tá escrito. Até agora. Caras que te cozinham em banho-maria até você desistir e derreter, caras que te excluem do facebook porque... sei lá porque... caras que marcam e não aparecem e depois vem perguntar como você está com a cara mais lavada do mundo, caras que insistem em te levar para casa e na hora h broxam, caras que fingem que não te conhecem na rua. Uma coleção barra-pesada de babacas, amores e amoras... E se alguém tiver o displante de me dizer que sou que atraio esse tipo, não responderei por mim, estamos entendidos?
Continuando, foi por conta dessa série de doidos, que decidi passar meu bastão de "sou sexy, mamãe!!!". Tenho, pois, sentado de cara feia nos bares e evitado levantar minha cabeça do copo de cerveja, porque eu não quero mais ter que me esforçar para que achem ou deixem de achar qualquer coisa à meu respeito. E depois sumir. Ou depois não quererem. Ou depois qualquer porra que seja. Simples assim. Ou não.
E como disse a amiga-esposa, eu estou gordinha, o que não tem atraído, digamos, uma grande quantidade de pretendentes. Metade do problema resolvido.
Proclamo então aqui hoje, para vocês, meus amados cinco leitores, minha aposentadoria emocional e sexual. Enfim, é o fim de uma era, babys. Bebamos à morta.
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