quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Sabotagem
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Pressa
Ontem, depois de quatro dias quase sempre juntos, neguei almoçar com J. Ou vê-lo.
Me isolei na minha bolha de individualidade. Cama. Sono. Sonhos. Horas depois, recebi uma mensagem no celular na qual ele se declarava apaixonado. Meu primeiro pensamento foi: Como assim, Bial? Já?
Depois, vários outros pensamentos desordenadamente se sucederam. Até que consegui enxergar-me nessa versão masculina de pressa sentimental. Entendi porque a passionalidade é uma característica que assusta. Em mim. E nos outros.
Parece que estamos tão acostumados (ou pelo menos eu estou) a passar impunemente pela vida e pela cama alheias, que qualquer reação mais forte a esses atos é um motivo de puxar o freio de mão e ligar o pisca-alerta.
Então hoje acordei assim. Estacionada no canteiro da pista. Sem saber aonde ir e sem mapa no porta-luvas.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Que
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Uma bossa nova
Esse final de semana foi repleto da presença de J.
Acordar e dormir e acordar ao lado de alguém me causou sentimentos contraditórios. Por vezes uma quase felicidade preguiçosa, em outras uma angústia ao não poder me esparramar no meu colchão de casal. De sentir-me invadida nas minhas defesas com delicadezas e cuidados.
E houve desvelares, personagens foram desconstruídos. Me flagrei numa idéia de doçura em que não me reconheço há tempos.
- Foi só prestar atenção em como você atende os telefonemas das pessoas que gosta, S.
Enfim, vamos ver o que acontece.
Não quero mais pressas nem presságios. Quero é o conforto do coração batendo em ritmo de bossa-nova. Amém.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Passarinho
Ontem fui dormir muito, muito cedo. Antes recebi a visita da minha amada mãe com mimos e conversas.
E sim, recebi uma mensagem linda de J. Depois um telefonema.
Amiga leãzinho também ligou depois de dias sem nos falarmos por conta de uma briga. Conversas, novidades e paz. A outra S. me chamando para sair da toca. E. e C. idem.
Mas é que os pedreiros tinham arrancado a grade da minha varanda, chegou um aviso de corte da minha energia, recebi e-mails chatos, a conta está negativa, estou com medo do futuro. Queria só cama e descanso. Então como disse, dormi e dormi e dormi.
Acordei antes do sol, varri a poeira que tomou conta da casa, passei pano nos medos todos. Daqui a pouco vou trabalhar tentando enxergar além dos problemas. Além do meu próprio umbigo.
Mas oxalá. tudinho passa. E como diz o poeta: Eu passarinho.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Liga pra mim, não, não liga pra ele...
Ontem ganhei meus presentes made in zoropa. Um colar lindo, lindo, um porta-bilhetes-retratos de coração e um toblerone. Coloquei um pretinho básico, meu mimo no pescoço e e fiquei bem lindinha e cheirosa para o reencontro do amigo-amado e da amiga-esposa. Depois dos gritos, beijos, abraços e presentes distribuídos entre meus fofinhos, fomos os três para o bar ao lado da universidade. Antes, J. tinha ligado para mim e eu comentara que estaria num jantar, já que queria curtir meus amores sozinha um tempinho.
Quem diabos é J.? perguntarão vocês. Bom, J. é um cara que dei uns beijos no Sábado. Nada surpreendente além das mensagens mimosas again e do tal telefonema em que anunciava vontade de me ver naquela noite mesmo. Então pensei encafifadamente: É verdade mesmo? É só você não transar com o cara na primeira vez que eles ligam?
Decidida a elucidar minha dúvida cruel mandei uma mensagem de texto lá pelas dez da noite. J. foi nos encontrar já em outro bar, onde já eu estava sentada comportada e meigamente numa mesa tomando cerveja com meus amores, a outra S. e dois dos cães que habitam o inferno. Traduzindo para os iniciantes neste blog: Dois dos cães que habitam o inferno= dois caras com quem eu já tive algum envolvimento a nível de.
O circo estava armado, pois.
A outra S. beijou um deles, o menino bonito. Eu pisei no pé dele. Então eu beijei J. Um dos cães foi embora. Algum tempo depois me liga: Comprei sushi para você. Estou indo te buscar agora. Eu: Tá doido, meu nego? Um terceiro cão (este ausente do espetáculo ao vivo) também liga: Comprei um vinho, vem para cá. Eu: tem, mas tá faltando. Foi nesse momento que tive vontade de cheirar meu suvaco para ver se estava exalando alguma fragância chama-homi. Foi nesse momento que J. ficou meio puto, eu acho.
Como assim, Bial? É só você estar acompanhada que neguinho te quer? E que chamariz é esse para canalhas, peloamordedadá? E porque eu, logo eu, pobre, pero limpinha estava sendo alvo de tanta cobiça? Seria considerada uma presa fácil para os predadores desta cidade? Quem sou eu? Onde estou? Onde está Wally? Oh! Quantas dúvidas fervilharam na minha cabecinha cacheada e bêbada na noite de ontem.
As últimas cervejas da noite foram religiosamente tomadas no pé-sujo amado onde encontramos o cara que botou minha onde não devia. Eu o confrontei com a pergunta que não queria calar. Porque? Não lembro o que ele respondeu. J. ficou mais puto um pouquinho.
Decidida a esquecer tantas perguntas sem respostas trago J. para casa comigo. Acordamos três da tarde com o barulho dos pedreiros e eu fui politicamente incorreta ao torcer para que o barulho caísse junto com eles do andaime. Alto. Acho que J. não vai mais me ligar.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Coração levinho
Ontem foi dia de gargalhadas homéricas com amiga-esposa e E.
Fomos para o pé-de-cana que amamos e entre cervejas desfilamos “causos” sobre nós e sobre outros. Me arrependi de não estar com um gravador porque as pérolas foram muitas.
Só sei que acabamos a madrugada esperando numa parada passar algum ônibus abençoado que deixasse E. em casa, enquanto eu resmungava que não tínhamos mais idade pra essas coisas, comíamos uma quentinha de macaxeira e galinha com as mãos e um cachorro nos cuidava com olhares pidões.
Ainda assim não paramos de rir. Muito.
Dormi apenas duas horas e hoje fui trabalhar com olhos de coelhinho da páscoa. Mas sem nenhum arrependimento e com o coração levinho e colorido.
Para ler escutando tango
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Direto do túnel do tempo
domingo, 19 de setembro de 2010
De volta II
Euforia. Pulos. Abraços. Gritos. A saudade era tanta que ainda não passou. E hoje a amiga-esposa está na casa da mãe. Mas ontem, ah, ontem! Melhor nem falar nisso, até porque depois das duas da manhã eu não lembro de muita coisa mesmo.
sábado, 18 de setembro de 2010
Assobios
- Estou na frente do computador há oito horas.
- Desliguei o celular e não quis entrar no MSN. Ninguém entre mim e eu mesma.
- A casa está uma bagunça.
- Amiga-esposa chega amanhã das Oropa (já falei que a casa está uma bagunça?)
- Eu comprei uma garrafa de vinho e não sei como ela já acabou.
- Um dia eu ei de tomar banho. E arrumar a casa. E desligar o computador.
- Um dia eu paro de escrever merda.
- É, tá foda!
"Por mais que a parte formal e externa da separação tenha sido resolvida, o processo interno da separação ainda se estende por algum tempo, ao menos do ponto de vista emocional. Isso porque passamos, ainda que inconscientemente, por um processo de luto. Esse período varia em cada pessoa, podendo durar de seis meses a dois anos. O importante é se permitir elaborar cada uma das fases para poder se recuperar e reconstruir. É necessário elaborar a perda - sem negar -, aceitar a dor que o processo provoca, sem punir-se ou fugir do que estiver sentindo. Agora é o momento de fazer mudanças, uma verdadeira reforma emocional através da crise que está passando, elaborando e transformando seus sentimentos, pois só assim conseguirá reconstruir sua vida sob alicerces firmes e muito mais estáveis e seguros."
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Com Xico Sá eu caso II
Enfim, continuando... como já afirmei aqui antes, casar, casar mesmo só com o Xico Sá que acha que:
Só a lascívia embeleza uma fêmea;
só mesmo os povos embrutecidos pela superstição, reza o marquês, pode acreditar no contrário;
e acreditar no contrário é ir contra a nossa própria natureza.
Não é um fofo?
Pernambucanidades
O dia mistura as cores
Que voltam pro mesmo lugar
A incerteza me acompanhou
Onde eu tenha que passar
Eu sou o cativeiro do meu pensamento
Mas tiro meus pés do chão para poder sonhar
Se eu sou o cativeiro do meu pensamento
Porque tiro os pés do chão para poder sonhar?
Seu beijo sumiu do meu rosto
Meu sangue subiu a cabeça
Queria olhar para você
Mas sem ter que olhar para trás
Meu sorriso não é tão largo
Estou feliz mas às vezes choro
Jogo meu corpo no espaço
Ah, hoje faz...
Hoje faz um dia lindo de morrer...
Hoje faz um dia lindo de morrer...
Hoje faz um dia lindo de morrer...
Hoje faz um dia lindo de morrer...
Hoje faz um dia lindo de morrer...
De volta
Ontem quatro pessoas tentaram me tirar de casa (ou vir para minha casa) com telefonemas e propostas escusas. Eu nem tchum.
Aí Dormi. E dormi. E dormi mais. Não levantei para nhada. Aula? Foda-se. Chefe ligando? Cara no travesseiro.
Caralho, a depressão voltou com a gota- pensei. FO-DEU! Aí a amiga-esposa luxo e glamour liga dos estrangeiros para mim. Tô chegando. Tás chorando? Não babe, ainda não.
Depois da benção da voz dela, chafurdei só um mais um pouquinho na minha auto-comiseração depressiva até reunir forças para levantar. Me animo mais um tanto quando lembro que a minha santa mãezinha havia deixado uma garrafa de coca-cola na geladeira. Apesar de saber que alguns possam começar a duvidar realmente da minha sanidade, tenho que revelar algo. Para mim coca-cola em jejum tem gosto de “as coisas ainda podem dar certo”. Ressaca? Chute na bunda? Conta negativa? É tiro e queda.
Só que Murphy é meus pai, amores e amoras. A bichiguenta da garrafa pet explodiu quando eu a abri. Não me perguntem como, mas sério, tem coca-cola até no teto. Dentro da geladeira. Em todas as panelas, em cima do microondas. Nas paredes todas. Rapaz, aquilo é uma arma de destruição em massa. Mas o pior do acidente foi não sobrar nem uma gotinha do precioso líquido para meu alívio emocional.
Suspiro, prendo meus cabelos que não vêem pente há dói dias, boto meu vestido de pavão e saio. Vejam só vocês, se não fossem alguns dos meus vícios, cigarro e coca-cola estaria sem ver a cor da rua até agora. Acho uma puta de uma ironia.
Volto com uma latinha e uma carteira de cigarro vermelhos. Cama novamente. Penso, fumo uns cigarros, dou uns goles na coca e resolvo gritar : Porra! Vá se foder! Caralho! Raiva do mundo! Raiva de mim! Pronto, falei meia dúzia de palavrões e agora já tô bem melhorzinha. Se os vizinhos não mandarem o pinel vir me buscar, eu saio dessa.
Mas sim, eu vou mesmo voltar para Recife. Não tem nada a ver com minha “fama” aqui. Claro que eu estou num momento fudido e não sou boba nem nada de não saber que pirar na batatinha era o mínimo que eu faria. Não é isso, portanto. Fodam-se os que pensam ou falam mal de mim. Mas é que sou só carne exposta e estou sem forças e dói, sabe, me sentir tão estrangeira? Quero então os prédios altos, os rios que me já me refletiram, as velhas amizades, o conforto da minha família, me perder na multidão. Eu me quero de volta.
Assim. Assado.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Meu nome é Geni.
Dificilmente leio outros blogs que os que não constam dos meus preferidos. Quando o faço é por... ah, sei lá. Neste caso, tive curiosidade sobre ela desde que vi uma foto sensual sua no queridíssimo (e rídiculo!) Ricardo e logo depois, no mesmo bat-local uma crítica dele elogiando o livro que ela tinha publicado. Pensei- como assim, bial? Como vocês podem ler aqui já assumi ter alguns preconceitos. Ler um dos blog da Juliana fez-me quebrar de vez por todas com um deles. Ela é uma mulher linda, loira, gostosa, maquiada e sim, muito, muito inteligente. Escreve lindamente e agora está aqui ao lado, entre as preferidas e preferidos desse humilde cafofo.
Continuando... estava eu lendo a Jú (ó eu já íntima) e plim! saquei algumas coisas sobre blogs e afins. Parece que não é mais de bom-tom (algum dia já foi?) ter blog estilo diarinho. Esse é um blog diarinho. Merda, eu sempre fora de moda!
Mas assumo e já bradei por aqui que ele (o blog) foi pensado como tal. Gosto. Me basta. Mas enfim, se eu encher o saco, por favor me avisem que eu contrabalanço com mais cultura, política, arte, enfim, menos eu. Não, não me avisem que não vai adiantar nada. Sou ególatra assumida mesmo.
A outra coisa sacada é que por vezes não coloco links e deixo de dar os devidos créditos a alguém ou algum site de quem peguei alguma frase ou texto de poetas, letras de música e afins. Não sei se isso pode. Pode? Se não pode, please, minhas mais humildes desculpas aos quais eu preguiçosamente deixei de mencionar/linkar.
Mas voltando a mim, meu assumido assunto preferido, decidi mudar de João Pessoa. Pois é. Daqui a um ano volto para minha terra natal de mala, cuia, mãe e o dinheiro da casa que venderemos. Para quem não sabe nasci em Recife e é para minha linda cidade de rios, trânsito infernal, violência, tubarões e antigos amores que voltarei. Para os meus daí, mando um recado made in gostoso de olhos azuis: Encham a casa de flor!
Um dos motivos da minha decisão foi a minha noite de ontem. Liguei para o amigo amado e fui bater na casa dele. Cerveja, vinho, saída para o boteco preferido, sinuca, mais cerveja, mais cerveja. Um cara que já mencionei por aqui estava no tal bar e é amigo do amigo-amado. Ficamos mais, bebemos mais e mais e mais. Fomos todos para o pé-de-cana de final de noite. Cerveja. Mais. Não sei se fui eu (de acordo com muitos provavelmente eu devo ter estimulado) mas já de manhã, indo deixar o tal cara em casa, no carro do amigo-amado, eis que o dito-cujo coloca minha mão lá. Lá mesmo onde você pensou. Não faça cara de horror, que eu nunca disse que era uma pessoa meiga, mas sim eu ainda tenho chance, porque eu NÃO permaneci com a mão onde ela foi colocada. E sim, um pequeno detalhe, eu não tinha sequer beijado o cretino.
Então tá, hoje, de ressaca, cheguei a uma triste conclusão entre palavrões e garrafas de água: Minha fama nesta cidade não está das melhores. Eu não tenho sido e porra! não consigo ser uma boa menina. Então como já disse uma sábia senhora, eu nunca vou arrumar um homem que me queira com o comportamento que tenho e do jeito que bebo. Pelo menos por aqui. Não adianta mas nem fingir ser artista para poder bancar a louca-maldita-bukowiskiana. Perdi o charme (suspiro triste e profundo).
Bom, talvez eu não arrume homem em lugar nenhum mesmo, o que é no final das contas o sonho e a finalidade da vida de toda mulher. Mas em todo caso enchi o saco deste lugar. Uma cidade que acha que pode colocar minha mão onde quer não é para mim. Ou eu para ela.
Então, antes que eu apanhe de alguma esposa ou acabe acordando numa banheira com gelo sem lembrar de nada da noite anterior e sem um rim partirei, meus caros. Volto com o rabinho entre as pernas e a credibilidade destruída para o lugar que me viu dar o primeiro berro. Voltarei e não olharei para trás que não quero virar estátua de sal nem nada.
Então eis os planos feitos hoje em parceria com a nobre e honrada mãe desta que vos escreve. Mais oito meses por aqui (bangalô três vezes) para acabar com minha fama de vez por estas bandas (valhei-me Nossa Senhora do Babado Forte!), dois anos de Mestrado em Recife e debandamento para a Itália virar travesti em Roma como boa brasileira que sou (mulher pode?). Mas com diploma que eu sou limpinha.
E se alguns dos meus cinco leitores quiser-me para uma temporada paga com lavagens de prato e varridas de casa, pode deixar um comentário com a sua proposta. Inclua a passagem nas obrigações do proponente, faz favor. É, ainda estou lisinha da silva Xavier. E se também algum dos meus cinco leitores tiver um amigo legal para me apresentar, tamo topando. Nem precisa ser assim uma Brastemp, porque aqui entre nós, e de acordo com toda essa gente daqui, não to com essa bola toda não.
Meu nome é Geni.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Sobre mim
Ela manda, eu obedeço. Fazer o que, se devo o corpo?
Então lá vai (ou vão) cinco coisas sobre mim.
Eu me apaixono perdidamente: Sim, do jeito mais ridículo que se possa imaginar. Quero estar com o outro o tempo inteiro. Cato flor para colocar no cabelo. Faço versos rídiculos. Quebro coisas. Transo em qualquer lugar. Sufoco. Suspiro. Sofro. Enlouqueço. Viro bruxa, princesa, puta, atriz.
Eu me desapaixono facilmente: Ponto.
Eu amo vestidos: De todas as cores, tamanhos, estampas. Difícil me ver de calça ou de short. Acho vestido tudo de lindo, delicado, feminino, sensual.
Eu perco coisas. Muito: E Desde sempre. Minhas e dos outros. Celular, bolsa, brinco, sapato, a lista é irritante e interminável.
Eu não sei contar piadas: Ninguém acha graça nas minhas piadas além de mim, isso quando conseguem entender. Mas morro de rir de mim mesma. E dos outros. E de tudo. E de nada.
Pronto? Pronto.
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Hora marcada
Minha cozinha está cheia de poeira. A casa toda está. Um pó fininho e irritante que piora minha tosse recobre cada centímetro quadrado deste apartamento. Ontem resolvi dormir na casa de E. por causa disto. Dormi cedo. Muito.
Chego em casa antes das sete. Aleluia! O microondas-deus escuta minha prece silenciosa e esquenta orgulhoso, teimoso e distante a água para o café que tomo agora enquanto escrevo.
E escrevendo sobre esses cotidianos detalhes ridículos acredito que o resto do dia correrá também assim. Cotidiano. Ridículo. Trabalho, aula, entrega de dois artigos, arrumação do apartamento. Novamente dormir cedo.
Me assusto com a possibilidade de perder assunto, de perder riso, de ficar sem mote. Mas não sou personagem. Ninguém é. Que seja ônibus às seis da manhã, plantas que recebem água diariamente, bons livros lidos e filmes assistidos. Trivialidades podem ser reconfortantes.
Conversando com a amiga que esvoaça, dia desses, ela me falou que os dramas da vida são como colares, meros enfeites. O essencial do que vivo e do que escrevo não está neles. Um dia, um cara não tão amigo me disse que gosto deles. Dos dramas- colares. Mas hoje não, hoje não. Não quero bijouteria barata. Quero o consolo do opaco. Brilho demais cega e esconde o que é verdadeiramente precioso.
Vez ou outra falo aqui sobre um certo alguém que mora longe e que tem me tirado o chão. Mantenho essa relação-enfeite há alguns longos e conturbados meses. Nunca o qualifiquei ou usei a primeira letra do seu nome. O faço hoje.
R. me fez descobrir ontem, que tanto ele quanto qualquer outra ilusão de paixão é apenas por um personagem que inventei. Por uma idéia atraente de mim espelhada em alheios. Ninguém virá enquanto eu estiver longe das minhas verdades. Ninguém nunca vem enquanto nós empacamos em alguma fantasia idiota de nós mesmos. Ou dos outros.
Mas eu, eu quero chegar na hora marcada. Que é sempre e todos os dias.
Soube que meu ex-marido volta hoje, sozinho, de uma viagem para o exterior, longamente planejada por e para nós dois antes da separação.
Eu também.
P.S: E ela sabe das coisas. Aqui.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
E mais.
Nada mais sintomático. Perder a voz.
Hoje acordei com o inferno barulhento dos pedreiros martelando a parede logo atrás da minha cama. Não consegui ir trabalhar. Saí de casa zonza, depois de um café mal-tomado e fui me refugiar na casa da amiga-mestra. Peguei com ela meus anti-depressivos, chorei muito e dormi o sono dos finalmente abrigados depois de uma enchente.
Sei que estou fazendo drama. Nada foi tão sério. Nada é. Quando você já chegou a perder quase tudo como eu, o que vier depois é lucro. Mesmo que ainda perdas. Sempre serão menores. Sempre vai doer menos.
E tudo nem eu mesma consigo me tomar. Porque há demais em mim. Eu não sou só isso, nem só aquela, nem essa. Sou muito. E mais.
Sim, eu vou continuar gritando.
Cuidado, moço...
Elisa Lucinda
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita...
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos...
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente.
Ela é uma cobra de avental.
Não despreze a meditação doméstica.
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofia
cozinhando, costurando
e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Três dias
Acho que eu nunca fiquei tão bêbada como nos três dias deste longo fim-de-semana. Nunca fiz tanta merda e de forma tão comprometida com a auto-destruição. Então hoje seria um dia ideal para organizar o caos em que transformei minha vida. Mas estou sem voz, gripada e minha única vontade é ficar soterrada em lençóis e auto-comiseração. Fechada para balanço.
Hoje ao chegar em casa e me deparar com a roupa que saí na sexta espalhada pela sala, lembrei do meu firme propósito de só amar à Jesus. Não lembro de ter sido ele quem arrancou a calcinha que catei agorinha do chão. Enfim, teve muito cão nesse inferno de três dias.
Mas nem tudo foi espinho. Teve também amiga-mestra feliz, amiga leãozinho me estimulando a contar histórias para o teatro, S. e E para rir, falar putaria e brincar de ser contente e para chegarmos à conclusão que somos mulheres lindas e legais e inteligentes e os homens é que são uns imbecis. Telefonema da amiga de Natal me intimando presença e espalhando carinho.
Eu não posso ser tão ruim assim, né?- perguntei chorosamente bêbada no final da tarde de ontem à Mamãe. Claro que não, você é maravilhosa.-ela me responde via Embratel. Então teve também rosas. O consolo de me saber amada apesar de.
E a amiga-esposa chega no Sábado lá das bandas das Oropa. Fina, chique, toda trabalhada no luxo e no glamour. Ainda bem, porque a saudade está tão grande que não cabe mais neste apartamento.
Depois de ir ali morrer e voltar, conto dos detalhes sórdidos. Por hora, prefiro me entupir de ansiolítico e esquecimento. Amém.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Pilhas
Termino a semana na frente do computador, dois artigos para serem enviados até segunda. Pilhas de trabalhos concluídos. Outros tantos por terminar e começar. Preciso urgentemente de um mouse.
Independentemente dos detalhes técnicos, meu final de semana começa daqui a pouco. Caipirinhas de kiwi na casa da amiga-mestra seguidas de show de Beto Guedes. Porque eu mereço.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Adulta. Infantil.
Ontem tivemos uma reunião na minha casa. Coletivo de artistas. Idéias proveitosas e saborosas, muitos planos, muitas risadas, muita fotografia, muito vídeo. Algo de bom começava, sentimos todos nós.
Marco de me encontrar com T. e seu marido mais tarde num show. Me produzo em negro, salto alto e batom vermelho. Fantasia de mulher adulta.
Chego tarde, encontro os dois, mas o lugar está lotado. Ficamos impossibilitados de entrar. Recebo um telefonema imbecil. Stress.
Resolvemos ir embora. Pegamos E. em casa e vamos tomar cerveja.
Encontro F., namorado da amiga leãozinho, recém-chegado do Rio e cheio de histórias. Risadas interrompidas com a chegada do menino bonito, que senta ao meu lado.
Ele surpreso ao me reconhecer e chamar meu nome. Faço a linha ” sou uma mulher e você não passa de um filhotinho”.
Ele pede quando anuncio minha partida, logo depois:
- Fica um pouco mais.
Digo que não. Que Tenho que trabalhar. Vou embora de carona com F.
Orgulho intacto, decisão sábia e noite solitária. Mas se é assim que tem que ser, assim será.
Acordo cedo e cumpro com o que me cabe nesse mundo de labor e responsabilidades.
Adulta.
Brigo com minha mãe. Como um pacote de biscoito de chocolate. Choro.
Infantil.
A TPM grita para quem quiser ouvir: S. é o caralho, meu nome é Zé Pequena!
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Não é só comigo
Essa conversa com d. no msn mostra claramente que não só sou eu que tenho tendência a escolher homens doidos. É que todos os homens são doidos. Divirtam-se com o estranho mundo dos Jacks.
S. diz:
aí encontrei o carinha que eu tinha dormido na noite anterior
e ele nem tchum
fiquei pppppppuuuuuuuttttttttaaaaaaa
d. diz:
carai
S. diz:
e bebada
d. diz:
foda!
S. diz:
é isso que dá, n posso deixar dormir em casa, tem que botar para correr logo depois
ou então virar uma carmelita descalça
hj eu fiz uma promessa
tres meses sem sexo
nem beijo na boca
nada
para fins de limpeza emocional
e tú, o carinha de Domingo tú n deu nem bola
pq?
e hj quer ver?
d. diz:
mulher, a gente tinha ficado na sexta, foi mto massa
no domingo ele tava meio estranho, falou comigo naquela hora depois disse q ia fazer xixi, mas dai nao voltou mais... ficou com uma galera la tras
S. diz:
eu n digo...
esses caras tão fumando drops
só pode
e nem tchum? n ligou mais?
d. diz:
ai olha soh como ele eh!!!
lembra q teve uma hora q eu tava falando com d???
ai depois eu fui comprar um cigarro e ele veio atras de mim
ai disse " eu ia falar com vc, mas vc tava com seu namoradinho..."
kkkkkkkkkkkkk
S. diz:
KKKKKKKKKKK
tú n falou nada?
d. diz:
eu " namoradinho eh? dxa de viagem..."
ele " eu saquei, d... dxa de onda"
doido!
S. diz:
drops demais, amiga
só pode
d. diz:
ele se sentiu ameaçado e veio marcar territorio
S. diz:
claro que sim
pq se vc tivesse ficado com cara de cachorrinho abandonado ele n tinha nem chegado perto
homens...
d. diz:
pois eh!
mulher
eu ainda tou tentando entender esse meu rolo com ele
faz 2 meses q a gente fica direto
ele ta saido soh comigo
diz ele
mas n ta pronto pra assumir algo serio, nao q eu tenha proposto isso, mas ja tocamos no assunto
S. diz:
então, corra, lola, corrrrrraaaaaaaaa
rsrsrsrrsrsrsrrsr
esse é dos doidos mais perigosos
vulgo homem banho-maria
te cozinha o juizo lentamente
e sem chegar perto
d. diz:
eh... mas a gente ta tentando se entender... eu me divirto com ele
S. diz:
n entendo mesmo essa falta de clareza nas atitudes e palavras
os caras parecem criança em loja de brinquedo
tem medo de escolher um e achar outro mais interessante qd estiver saindo da loja
nós somos os brinquedos nesse caso
rsrsrsrrssr
d. diz:
huahua
MAS MESMO ASSIM...
Eu sei que não era pra eu ser assim
que eu devia tomar as doses nas horas certas
Eu sei que eu devia dormir boas noites de sono
e que eu devia fumar menos
escovar os dentes com pastas pra gengivas sensíveis
e perambular menos na rua quando todo mundo já foi
e não me jogar tanto quando alguém me abre os braços
e beber menos
e amar menos
eu devia parar
e pensar menos
eu sei que eu devia pensar menos
e falar menos
eu sei que eu devia falar menos
pra viver mais
eu sei que eu devia viver menos
mas eu não sei viver menos
Lugar improvável
Delicadezas
Olha a vida é complicada. Fui pro show na igreja. Música instrumental. Tomo cerveja, encontro amigos e amigas e vou para o outro show. Música da minha terra. Perto de um teatro.
Quem? Quem? O menino bonito da noite anterior.
Encontro pós-sexo é foda. Dei dois beijinhos e ele nem tchum. E como assim me dar dois beijinhos? Então ok, só quis me comer ontem? Ok, ok, sou adulta e vacinada.
Mas como agir? Não posso nem demonstrar interesse porque sou uma mulher orgulhosa, e também não quero dar em cima de mais ninguém. Queria o cara. Falei que ele não me quer?
Vejam a merda. Se eu não tivesse ficado com ele na noite anterior hoje apareceram todas as possibilidades. Mas encomprido olhos e nada.
E canso. Canso.
Mesmo que não fosse com ele seria outro e a história.... blá, blá, blá... wisckas Sachê.
Volto para casa sem nem ver mais ninguém. Cansada. Não viro lésbica porque gosto de verdade de homem, mas...
Carmelita descalça?
Não, eu não me pretendo bem-resolvida.
Minha lasanha para dois está no microondas. A vida é assim, baby.
Complicada.
Ainda bem que eu não fui delicada.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Eu estou fazendo arte?
Ontem depois do show fui com T., amigo que trabalha comigo e seu marido-artista tomar umas geladinhas no bar de sempre. Beijo na bochecha do dono e do garçom. Conversa deliça.
Amiga-mestra chega logo depois. Risadas e planos. De posse da filmadora de T. começo uma enquete pelo bar. O que é arte? Mais risos e respostas esdrúxulas. Outras ternas. Alguns silêncios. Eu estou fazendo arte? Noto um menino bonito olhando para mim de longe. Chego perto e ele: arte é ... Olha mais. Estranho, porque me sentindo feinha, mas resolvo segurar o olhar.
Pouco tempo depois, acudo T. que vomita do lado de fora do bar e o menino bonito se chega perguntando o porquê da filmagem. Conto sobre nada. Ele pede meu telefone. Eu dou. Blá, blá, blá, wisckas sachê e eu vou ao banheiro. Quando abro a porta me deparo com o menino bonito me esperando. Me beija, me encosta na parede e me chama de lagartixa. Ais e uis.
Duas da manhã, amiga-mestra me deixa em casa. Menino bonito vem comigo. Ais e uis. Cinco da manhã nós andando de mãos dadas nas ruas do bairro atrás de cigarro. Rindo. Ele diz que não adianta, não vou me livrar dele tão facilmente. Ele ainda me quer. Minha vontade não conta?- pergunto. Ele só olha. Rimos. Proponho um trato, se até chegarmos à minha rua não passar nenhum ônibus, ele fica. Ando mais devagar. Rimos mais. Não passa ônibus algum e ele acaba dormindo aqui. Ais e uis. Ao meio-dia sou acordada com mais desejo.
Meio dia e meia: Vou embora, tesão. Tá. Respondo. Me encolho no meu lençol, no meu medo e na minha grosseria. E ele: Não vai fechar a porta? Deixa encostada quando eu levantar tranco- respondo. Ele insiste em carinhos. E se eu pudesse, se quisesse, se devesse, pediria: Fica, vamos almoçar a lasanha congelada que é para dois. Mas não falo nada.
É que no escuro, que como já diz um amigo meu, é um animal de hábitos, eu quase perdi o juízo. Quase digo: Faz assim não que me apaixono. Quase me apaixonei. Tesão demais, mão demais, boca demais. Olhando o menino bonito se vestindo e depois se espreguiçando, agradeço ao divino: Obrigada! Obrigada! Obrigada! Mas fico muda. Enfio a cara no travesseiro, me envergonho da bagunça no apartamento, dos gritos, da solidão, da claridade, da minha nudez. Ele beija minha boca.
-Tchau, gostosa.
- Adeus.
domingo, 5 de setembro de 2010
Mas hoje tem...
Resgate
Ontem eu me emocionei. Fomos para um festival de música instrumental, eu e amiga-mestra. Este festival é realizado dentro das igrejas da minha e de outras duas cidades. Lindo. Lindo. Lindo. Comentei depois que o enlevo que sentimos era uma prova real da existência de algo maior. Divino? Humano? Realmente Interessa? Ela me contou que numa hora em que saí para fumar um cigarro, um homem ao seu lado estava rezando. Eu entendo esse homem. Minha oração foram as quase lágrimas.
Depois fomos tomar uma cerveja. Conversamos e assumi minha vontade de não voltar para casa por esses dias. Da solidão que tenho sentido. Do medo de abrir a porta do apartamento e me deparar com o silêncio. De pensar sobre mim. Sobre os outros. Sobre ele. Liguei e marquei de ver Iza.
Me debando pro outro lado da cidade com amiga-mestra. Na rua do bar onde eu encontraria Iza, coincidentemente havia um festa rolando. Galera Cult, conhecida e cinematográfica dançava numa casa estranha. Deixei amiga-mestra dançando junto com eles e tomei umas cervejas com a linda e duas amigas dela no tal bar. Fui para festa depois. Notei-nos penetras não desejadas. Tomei mais da cerveja dos outros e fiquei bêbada.
Amiga-mestra foi embora e eu mesmo com a síndrome de patinho feio que sempre me acomete no meio daquele povo, insisti em ficar. A carona que era certa ficou mais bêbada que eu e resolve dormir por lá. Cinco da manhã eu me deparo numa parada de ônibus sozinha. Durmo sentada e um travesti me acorda quando chegamos ao terminal. Chego em casa quase às sete. Não tinha virado cisne nem nada. Ontem eu me senti mais só que nunca. E se alguém encontrar meu bom-humor e minha alegria por aí, me avise. Pago resgate.
sábado, 4 de setembro de 2010
Nome próprio (Porcas Borboletas)
Quando você tira a roupa
Algo se revela
Eu escrevo porque dói. Porque eu preciso. Eu não conto meu nome. Mas hoje eu escancaro.
Minha graça: Raquel, o S. é o do sobrenome.
E você, qual seu nome?
Você tem uma tatuagem
De cicatriz
Das cicatrizes eu esqueço. Lembro da vinganças que minha educação não permitiram. Sonho com elas. Desejo. Isso é marca?
Quero que morras. Muito. Lentamente.
Quando você tira a roupa
Algo se revela
Você deixa a personagem
E vira atriz
Beatriz é meu nome.
Amém.