sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De volta

Ontem quatro pessoas tentaram me tirar de casa (ou vir para minha casa) com telefonemas e propostas escusas. Eu nem tchum.

Aí Dormi. E dormi. E dormi mais. Não levantei para nhada. Aula? Foda-se. Chefe ligando? Cara no travesseiro.

Caralho, a depressão voltou com a gota- pensei. FO-DEU! Aí a amiga-esposa luxo e glamour liga dos estrangeiros para mim. Tô chegando. Tás chorando? Não babe, ainda não.

Depois da benção da voz dela, chafurdei só um mais um pouquinho na minha auto-comiseração depressiva até reunir forças para levantar. Me animo mais um tanto quando lembro que a minha santa mãezinha havia deixado uma garrafa de coca-cola na geladeira. Apesar de saber que alguns possam começar a duvidar realmente da minha sanidade, tenho que revelar algo. Para mim coca-cola em jejum tem gosto de “as coisas ainda podem dar certo”. Ressaca? Chute na bunda? Conta negativa? É tiro e queda.

Só que Murphy é meus pai, amores e amoras. A bichiguenta da garrafa pet explodiu quando eu a abri. Não me perguntem como, mas sério, tem coca-cola até no teto. Dentro da geladeira. Em todas as panelas, em cima do microondas. Nas paredes todas. Rapaz, aquilo é uma arma de destruição em massa. Mas o pior do acidente foi não sobrar nem uma gotinha do precioso líquido para meu alívio emocional.

Suspiro, prendo meus cabelos que não vêem pente há dói dias, boto meu vestido de pavão e saio. Vejam só vocês, se não fossem alguns dos meus vícios, cigarro e coca-cola estaria sem ver a cor da rua até agora. Acho uma puta de uma ironia.

Volto com uma latinha e uma carteira de cigarro vermelhos. Cama novamente. Penso, fumo uns cigarros, dou uns goles na coca e resolvo gritar : Porra! Vá se foder! Caralho! Raiva do mundo! Raiva de mim! Pronto, falei meia dúzia de palavrões e agora já tô bem melhorzinha. Se os vizinhos não mandarem o pinel vir me buscar, eu saio dessa.

Mas sim, eu vou mesmo voltar para Recife. Não tem nada a ver com minha “fama” aqui. Claro que eu estou num momento fudido e não sou boba nem nada de não saber que pirar na batatinha era o mínimo que eu faria. Não é isso, portanto. Fodam-se os que pensam ou falam mal de mim. Mas é que sou só carne exposta e estou sem forças e dói, sabe, me sentir tão estrangeira? Quero então os prédios altos, os rios que me já me refletiram, as velhas amizades, o conforto da minha família, me perder na multidão. Eu me quero de volta.

Assim. Assado.

2 comentários:

Leonardo Xavier disse...

Sei lá, eu tenho essa impressão de que realmente é legal. Voltar para casa e se sentir em casa com a família da gente por perto.

beijo e melhoras S.

Luciana Nepomuceno disse...

Assado. Assim. Onde você estiver eu vou te aperriar. E pra Recife tem avião daqui de onde estou, hahahhaha

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