terça-feira, 31 de maio de 2011

Um dia

Talvez esse blog já tenha cumprido seu papel. Talvez não. Mas por enquanto, estou meio sem saco de escrever.
Um dia eu volto, quem sabe...

sábado, 28 de maio de 2011

Para não dizerem que não falei de memes

Livro pra ralar o pulso no asfalto: A caixa Preta, de Amós Oz.

Livro Amor Eterno: O cheiro de Deus, de Roberto Drummond
.
Livro Todo Mundo Gostou e Eu Também: Cem anos de Solidão.

Livro Todo Mundo Gostou e Eu Não: Não lembro. Tenho uma personalidade amorfa.

Livro Cheiro de Infância: Um que tinha uma capa branca e dourada e era cheio de contos de fadas com lindas ilustrações.

Livro Levo Pra Ilha Deserta: O cheiro de Deus, de Roberto Drummond.

Livro Nunca te Li, Sempre Te Amei: Os de Caio F. Abreu que ainda não.

Livro que amo e nunca está comigo: O cheiro de Deus, sempre empresto e não me devolvem (e olha que já o comprei três vezes).

Livro Um Dia Eu Consigo: Ulysses

Livro chic que tinha medo de não entender mas amei: O retrato de Dorian Gray.

Livro pra levar pra praia: Qualquer um de Marian Keyes.

Livro Esse Eu Recomendo Demais: O cheiro de Deus, again.

Livro Palavras Pra Dizer Meu Desejo: Uma espiã na casa do amor de Anaïs Nin.

Livro Nem Por Muito Dinheiro Eu Encaro de Novo: A Massai branca, que eu não lembro de quem é, mas rendeu até filme e é ruim que só a gota.

Livro Melhor Início: O cheiro de Deus, again e again.

Livro Melhor The End: O cheiro de Deus, again e again e again.


"É de bom aviso prevenir que Vó Inácia Micaéla, uma mulher cega na vizinhança dos 65 anos, com um rifle a tiracolo com o qual conversa como se fosse gente, espera o ataque dos jagunços chefiados pelo Coronel Bim Bim, que prometeu levar sua cabeça para pendurar na parede do sobrado de 28 janelas em Cruz dos Homens. Toda manhã, com o dedo no gatilho do rifle, Vó Inácia exercitava a pontaria, enquanto apurava o olfato de cega para sentir o cheiro de Deus antes da chegada do Coronel Bim Bim. Nos primeiros tempos como cega, Vó Inácia não sabia quando era dia, nem quando era noite, mas descobriu que o dia tinha um cheiro próprio, diferente da noite, e o cheiro da noite era diferente do cheiro de orvalho do dia nascendo, assim como o sábado à noite em Belo Horizonte cheirava ao suor dos amantes.

-Responde, rifle velho de guerra - perguntava Vó Inácia -, e se o cheiro do suor dos amantes for o cheiro de Deus?

Vó Inácia acabou por descobrir que a felicidade cheirava, que o amor tinha um cheiro tão parecido com o cheiro do ódio a ponto de pensar que a neta Catula estava amando quando na verdade podia ser o Coronel Bim Bim chegando para cumprir a ameaça de levar sua cabeça para pendurar na parede do sobrado de 28 janelas em Cruz dos Homens. De tanto que apurou o olfato de cega, Vó Inácia sentia no ar o cheiro da chuva que só ia cair daí a dois dias.

-Agora que sou uma cega - dizia Vó Inácia ao rifle a tiracolo -, eu sei: devia ter prestado mais atenção na chuva. Viver é simples, a gente é que complica. Olhar a chuva cair é viver e eu não sabia. Molhar na chuva é viver e eu não sabia. Andar descalça na chuva também é viver. Tive que ficar cega para saber.

Acariciava o rifle a tiracolo e continuava a conversar com ele:

-Eu sempre fui com muita sede ao pote, irmão rifle. A vida tem que ser bebida devagarinho, gole a gole, hoje eu sei que a vida tem que ser degustada como um bom vinho e não é feita apenas da guerra e dos grandes amores. A vida é feita da paz e dos pequenos amores. Ah, o que eu não daria para ver a chuva caindo. Eu sinto o cheiro da chuva, mas não é a mesma coisa."

Sou?

Estou doente. Gripe das brabas há uns três dias. Hoje acordei com cólica para completar o circuito "falta muito para minha morte, papai smurf?".
Claro que mesmo assim resolvi sair no meio da semana, quando ainda conseguia respirar. Cerveja, risadas, olhares.
Gente que conheci naquele dia resolveu em brincadeiras de infância de fim da noite declarar desejos. Amigo gay lindo e solteiro assumiu já ter tido vontade de transar comigo.
E eu, é? É mesmo?
Sou uma pessoa sedutora, gosto do jogo, brinco com fogo, assumo. Mas estava tão cansada que não dá pra explicar que aquilo tudo, aquela hora, só fazia me irritar.
Foi quando veio uma resposta, junto com um olhar que falava ainda mais, como unguento para o meu coração.
- Verdade ou conseqüência?
- Verdade.
- Porque você é minha amiga?
- Porque você é verdadeiramente uma pessoa boa.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

É filme?

Eu nunca te contei minha história, nunca te disse de mim. Foi escolha unicamente sua criar essas incontáveis e piratas versões. Versões dvd de banca de camelô, onde se leva pra casa terror, drama, romance e ação pelo preço de qualquer coisa. E assiste-se de acordo com o humor. Ou o tempo.
Mas o lance, meu bem, é que eu tô mais para cinema de bairro. Mesmo que alguns sintam vontade de levantar no meio da sessão porque não entenderam o filme. Ou porque já o viram antes.
Comigo você paga caro e não, não pode dar pause nem para ir no banheiro. Não tem controle remoto mas tem pipoca, entendeu?
E eu fico aqui escrevendo metáforas imbecis, só porque ontem eu não te quis mais. Tento me justificar afirmando pra mim mesma, que o que eu não quis foi precisar me esconder de ninguém. Precisar de escurinhos para te beijar.
Mentira claro, mas a minha verdade sempre vem sem legendas. Você não entenderia.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Quadro

"[There is no simple for me]"

Eu sabia que seria estranho. Você não fode nem trepa, faz amor, me contou na primeira noite que não saiu de cima de mim. Metaforicamente falando, of course. E eu olhando estranho seu jeito estranho de me olhar, como se fosse uma mentira o que te flagrava desvelando entre cervejas e joelhos que se encostavam.
Você pinta e eu abomino suas criações, não quero ser mais uma, falei em tom de brincadeira de artista contemporânea cool. Mas era verdade. Aí teve o beijo, teve a porra do seu beijo. E você beijando e falando e salivando que falar trepar e fuder era vulgar e eu levantando a mão: presente. Te mostrei meu sutiã vermelho e rimos.
Mais beijos, meu short arriado e seu desejo em me agradar. Eu indo embora do carro-esconderijo-bolha de sabão rindo da amiga chapada de maconha e a noite, uma outra risada, mais discreta e pessoal, antes de dormir, ao lembrar do seu jeito de pirata riponga, com pássaro em cima do ombro. Literalmente.
Então seu telefonema "só para escutar minha voz" e eu fria fugindo da sua. Estou trabalhando.
Mas aí teve hoje.
Em que você me recebeu em seu abraço e massageou meus pés e puta que o pariu, golpe baixo, como disse outra amiga mais tarde, você os beijou. Ferrou, meu nego, eu já estava nas suas mãos. Eu me peguei adolescente fazendo doce de ir pro quarto porque eu sabia, eu sabia, que você ia me fuder. Literal e metaforicamente. Mas o que você fez, foi amor e eu fiquei tão atordoada que canalhamente vesti a roupa rápido e fui em busca de um cigarro e de um abrigo. Era porque eu não podia ficar mais daquele jeito, tão nua e tão brega e tão vermelha e tão sóbria.
Me flagrei sentada num banheiro estranho com a cabeça entre os joelhos tentando parar de tremer para logo depois ensaiar na frente do espelho meu imbecil ar blasé.
Mas não adiantou. Eu sou a porra de uma farsa, pensei enquanto me aconchegava no seu peito e descansava de mim naquela rede tão branca e tão porto e tão firme e tão certa. Você tem cara de menina de dezesseis anos com o primeiro namorado, você riu e eu disse que desde menina eu não era menina. E era verdade.
Até hoje.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Assim

Eu não gosto de estar sozinha. Principalmente alcoolizada. Principalmente hoje. Não é nenhuma necessidade preemente de aconchego nem de relações sérias ou sequer de namoro, muito menos de casamento. É só porque as vezes é urgente fazer sexo sem precisar conversar antes. Simples assim.

Óculos

Por vezes nada mais bosta que ser adulto.
Tipo: Quando vocês estiverem lendo isso aqui eu vou estar numa reunião qualquer no monte de meio de papéis e enfiada em óculos de grau. E é claro que alguns fingirão me levar a sério enquanto outros vão piscar o olho pra mim e findo o blábláblá marcaremos uma cerveja pro final-de-semana que somos todos amigos, afinal de contas.
O negózi é que está difícil equilibrar as coisas. Me entregar ao processo criativo que me submerge, afunda minha cabeça na banheira, qual policial-gangster-torturador e dez minutos depois responder a um e-mail ou bater um papo on-line sobre documentações e burocracias.
Reclamo porque no meio disso tudo só dormi três horas. Mas enfim, vamos em frente que atrás vem gente.
S. é o caralho, meu nome é Zé Pequena!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

disparates

porque eu sou inconstante e má e vez por outra acho engraçado brincar de não sei. então as letras não conseguiriam mesmo me contar e no momento seguinte terei que desvendar a matéria.
tão particulares meus disparates que te enchem o saco e eu morro de rir enquanto vejo isso ocorrendo nestas redes em que nem sereias nem tubarões nem estrelas do mar podem ser aprisionados.
na sua e na minha frente pilhas de responsabilidades piscam.
das minhas eu sei e sofro e acabo por decidir dançar um rock da ysmália, gritando que ‎"...levar um soco quase não dói / quebrar os dentes não dói/ ter que levantar quase não dói / te ver fugindo quase não dói/ te ver saindo não dói/ e te pedir pra ficar mais um pouco quase não dói..." descalça no piso frio para não pirar de vez. de camisola vermelha ainda. e sem calcinha.
eu canto do outro cara que te contei. e pra você também que é mais um, é qualquer outro, é o que eu quiser inventar. como ele, como aquele e como tantos.
as suas eu apenas imagino e nem quero mesmo saber muito, porque foi você que um dia disse que não importava o que disséssemos. e essa é daquelas verdades tristes que dá vontade de chorar escondido, porque é.
então eu peço minhas escovas de dentes de volta e sei que você vai ser educado o suficiente para não mandar eu ir me fuder, mesmo que você seja daqueles caras que lê o bukowsky e banca o bêbado. porque isso também pode ser uma mentira, assim como o que eu escrevo e penso e sinto.
mas eu te disse temos que manter nossa fama. eu posso me apaixonar perdidamente e ou me desapaixonar em cinco minutos. podemos trepar numa mesa de sinuca ou nenhum dos dois sequer existir.
a questão é o que novamente não importa. você vai me render um ou dois posts, três ou quatro citações e seguiremos com nossas vidas, cada qual no seu quadrado como aquela musiquinha imbecil. talvez vez ou outra digamos oi ou eu ria de alguma piada que contei ou do fato de você me chamar como a um demônio.
e isso é lindo, apesar de. ou talvez por causa.
mas é só.

Favas

Tenho andado meio sumida, assumo. É que as coisas do lado de cá tem andado complicadas. E corridas.
Mas de uma forma ou de outra o que importa no quesito coração de mocinha foi resolvido. Desencantei. Mesmo.
Mandei às favas, o homem-ervilha verde (outrora homem-zen), responsável pelo picadinho de minha´lma nesses últimos tempos.
Todas chora, todas aplaude, todas reza em agradecimento.
Meu negócio agora é com o homem-passarinhoquercantar. Aguardem os próximos capítulos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Caquinhos

‎"Para tal minha mãe me aqueceu
e me chamava para casa antes do breu
e induzia a noite da infância a ficar quieta
e me dava fortes cereais na minha dieta
e às oito em ponto me fazia deitar
e prendia meus cabelos, sem me permitir engordar
e vigiava meu sentar, minha postura
para eu me tornar uma mulher madura
e ouvir um assobio e perder a razão
e fazer caquinhos do meu coração."

Dorothy Parker

Sim, eu o encontrei ontem. Mais um mês fudida, em rehab, para again e again e again.
Tô um caco.
Alguém tem uma armadura emocional para me emprestar?

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fragilidade

A pseudo-fragilidade feminina é uma arma. Eu, que nasci (ou me tornei) despida dos encantos típicos de mocinha coitadinha e necessitada de cuidados, me fodo sempre. Até quando eu tento me vitimizar não me levam a sério.

Sei não... preciso de um curso com uma especialista que eu conheço, que não pode ir tirar uma nota fiscal de serviços no centro porque... bichinha, mora longe e tem filho pequeno.

Mas S. sempre pode, fofoletes. Sempre! Trocar pneu? Pegar três ônibus? Enfrentar fila de banco, cachorro bravo, sexo casual, becos escuros, porrada? Presente! Eu sou fuderosa!

Hoje meu segundo nome é mau-humor!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CLT

Cansada. Cansada. Cansada demais. Foi difícil sequer pensar em me afastar da escola e dos meus alunos. Então quando tomei a decisão de pedir demissão e me dedicar aos projetos que pagavam (bem) melhor e dos quais não estava conseguindo me esfalfar como deveria, afogada em planos de aula, cadernetas e afins, já estava bem pouquinha. E claro que não pensei, intempestiva (e burra) que sou, em coisas como legislação trabalhista. Resultado: Vou ter que "restituir" o colégio com meu salário por que não dei aviso prévio. Acreditem, fofoletes!!! Murphy é meu pai e a rapadura é doce mas é dura!
E se eu não escrever por uns tempos é porque fui presa por dívidas não-pagas. Mandem-me um bolo com uma faca serra dentro, tá? E rezemos que até lá eu não tenha que ter me tornado a "namorada" de Maria Botijão ou seja lá quem se chame a manda-chuva que vai arcar pela minha proteção dentro das grades, vendo o sol nascer quadrado, enfim... vocês entenderam...

domingo, 8 de maio de 2011

Ópera bufa

"Eu não estava quebrado, foi só uma interpretação, uma versão daquele ato final. Um sonho curto, ruim e mesquinho dentro do meu sonho maior, longo e aberto - apelidado de vida real, existência, a lucidez com suas esquinas e possibilidades. Eu não me quebrei, só atribui importância demais à oscilação momentânea da minha autoestima, valor demais a mim mesmo, pior, ao objeto dessa dependência psicologicamente física. Uma versão demasiado dramática do meu abandono. Fiz da minha vida uma ópera, um livro." Gabito Nunes

É uma puta de uma sacanagem o que tenho feito comigo. Me saboto sim, verdade, mea culpa, mea máxima culpa, assumo. Coloco o pé na frente, me dou rasteira, enfio-os pelas mãos.

Mas continuo seguindo, caralho, sou quase uma propaganda de uísque. Claro que com a licença poética do meu jeito desmantelado, trôpego, caindo pelas tabelas. Mas sigo, porra. De olhos delineados e cachinhos sapecas. Sempre.

Só que burramente tenho me contentando em não exigir a poltrona da janela. Tô perdendo a vista, baby. Vê que auto-pilantragem, paguei caro pelo lugar e deixei que uma mexicana dramática o ocupasse.

Como disse, eu me saboto. It´s my life, senhoras e senhores.

E a ficha inventou de cair, no meia de uma dose de cana com abacaxi e do trago no rolúidi quase inda agora. Porra, que pretensão a minha, querer me dar ao direito de sofrer por quase-amores. Imaginá-los tamanho extra G esses jeans de anoréxicas emocionais.

E eu, uma jovem senhora, tenho que prezar meus cabelos brancos tingidos de Chocolate Imédia Excellence by L´oreal Paris e parar de querer morrer todo dia as seis da tarde ou se o telefone não tocar e se tocar e não for ele. Até porque pedi meu celular no meio de uma boite noite dessas. Neste mesmo dia, sem cigarro, sem grana e sem vergonha na cara eu chegava na área de fumantes, e falava: “Eu podia tá roubando, eu podia tá matando, eu podia tá me prostituindo, mas eu só estou aqui pedindo um cigarrinho a vocês...”

Vou é usar a cara de pau que me veio de brinde ao nascer e pedir meu lugar de volta a tal mexicana rapariga. Porque essa viagem é minha. E tenho dito.

Rezemos, irmãos e irmãs!

Relatório

Sexta. Saiu com a calcinha que mencionou na conversa de algumas horas atrás. Beijou uma boca qualquer, circulou nas ruas do centro da cidade procurando os olhos dele. Não encontrou nada. Ficou bêbada. Fez oito tentativas de acertar o número. (Não podia ter esquecido. Não devia ter deletado. Não podia nem devia estar ligando.) Dormiu no sofá, com o celular fazendo às vezes de meia como naquele livro de Milan Kundera.

Sábado. Bota de salto alto. Preto. Red. Beijou uma boca. Sambou como se estivesse possuída. Outra boca que falava demais foi calada com a sua.

Domingo. Olhos borrados. Calcinha na bolsa.

(E ela não esqueceu.)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Correspondência


Caro,

Me ensinaram desde pequena que o que era meu estava guardado. A essa altura da minha vida, desconfio que só podem ter esquecido onde. Mas fico brava não, e sigo empinando nariz e tomando cerveja demais e espalhando gargalhadas escandalosamente, fingindo que não morro cada vez que descubro que não era nada disso.

Porque não foi, sabe? Não conosco.

Por esses dias, comecei a rabiscar, sonhando alto, a planta baixa da minha futura casa. Muita madeira para aquecer, muito vidro para ver-verde do lado de fora. E um quarto. Só.

Pensei: Sou feliz.

Pensei mais: Quem precisa da presença de outro, tantos que somos.

Ainda: Nem dou conta de mim...

O travesseiro riu como se fosse você, bem da minha cara.

Mas minha vingança foi terrível, vingança de mulher desnudada. Matei-o afogado.

Amor, S.


Sensibilidade alheia

- Tô super gripada, há três dias sem dormir, com uma cólica de matar, me sentindo muito solitária, além de não ter um tostão...
- Mas tá tudo bem, não está?
- Claro, porque não estaria?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dos outros. De mim.

"Ela sabia o que era o desejo - embora não soubesse que sabia - Era assim : ficava faminta mas não de comida, era um gosto meio doloroso que subia do baixo-ventre e arrepiava o bico dos seios e os braços vazios sem abraço. Tornava-se toda dramática e viver doía..."

Caio F., é claro! ( )
Clarice, é claro! ( )

Bilhete

Eu amo o homem atrás da máquina. E posso estar na mesa ao lado...

P.S: Nenhuma situação é tão ruim quanto parece, dentro de uma casca de Nova Schin pode habitar uma Bohemia.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Porque tá foda!

Hoje eu só quis te encontrar para dizer que eu não te quero mais. Mesmo. Que sem você minha vida está bem melhor, que tudo ficou mais fácil desde.

Que não existe mais nenhuma mágoa, nenhum ranço, nenhuma vontade, nenhuma saudade.

Ass: Pinóquia

Tá com medo, pra que veio?

Nada de mais, tudo nos eixos e sob controle nesse loucura que camisa de força nenhuma contém que essa porra de mundo é, mas sabe? Sabe? Hoje anoiteci apaixonada.

P.S: Metafórico? Fórico? Prefiro dêntrico.

Nada a declarar

"Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.

Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.

Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza."

Hilda, é claro!
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