terça-feira, 31 de maio de 2011
Um dia
sábado, 28 de maio de 2011
Para não dizerem que não falei de memes
Sou?
segunda-feira, 23 de maio de 2011
É filme?
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Quadro
terça-feira, 17 de maio de 2011
Assim
Óculos
segunda-feira, 16 de maio de 2011
disparates
Favas
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Caquinhos
e às oito em ponto me fazia deitar
terça-feira, 10 de maio de 2011
Fragilidade
segunda-feira, 9 de maio de 2011
CLT
domingo, 8 de maio de 2011
Ópera bufa
É uma puta de uma sacanagem o que tenho feito comigo. Me saboto sim, verdade, mea culpa, mea máxima culpa, assumo. Coloco o pé na frente, me dou rasteira, enfio-os pelas mãos.
Mas continuo seguindo, caralho, sou quase uma propaganda de uísque. Claro que com a licença poética do meu jeito desmantelado, trôpego, caindo pelas tabelas. Mas sigo, porra. De olhos delineados e cachinhos sapecas. Sempre.
Só que burramente tenho me contentando em não exigir a poltrona da janela. Tô perdendo a vista, baby. Vê que auto-pilantragem, paguei caro pelo lugar e deixei que uma mexicana dramática o ocupasse.
Como disse, eu me saboto. It´s my life, senhoras e senhores.
E a ficha inventou de cair, no meia de uma dose de cana com abacaxi e do trago no rolúidi quase inda agora. Porra, que pretensão a minha, querer me dar ao direito de sofrer por quase-amores. Imaginá-los tamanho extra G esses jeans de anoréxicas emocionais.
E eu, uma jovem senhora, tenho que prezar meus cabelos brancos tingidos de Chocolate Imédia Excellence by L´oreal Paris e parar de querer morrer todo dia as seis da tarde ou se o telefone não tocar e se tocar e não for ele. Até porque pedi meu celular no meio de uma boite noite dessas. Neste mesmo dia, sem cigarro, sem grana e sem vergonha na cara eu chegava na área de fumantes, e falava: “Eu podia tá roubando, eu podia tá matando, eu podia tá me prostituindo, mas eu só estou aqui pedindo um cigarrinho a vocês...”
Vou é usar a cara de pau que me veio de brinde ao nascer e pedir meu lugar de volta a tal mexicana rapariga. Porque essa viagem é minha. E tenho dito.
Rezemos, irmãos e irmãs!
Relatório
Sexta. Saiu com a calcinha que mencionou na conversa de algumas horas atrás. Beijou uma boca qualquer, circulou nas ruas do centro da cidade procurando os olhos dele. Não encontrou nada. Ficou bêbada. Fez oito tentativas de acertar o número. (Não podia ter esquecido. Não devia ter deletado. Não podia nem devia estar ligando.) Dormiu no sofá, com o celular fazendo às vezes de meia como naquele livro de Milan Kundera.
Sábado. Bota de salto alto. Preto. Red. Beijou uma boca. Sambou como se estivesse possuída. Outra boca que falava demais foi calada com a sua.
Domingo. Olhos borrados. Calcinha na bolsa.
(E ela não esqueceu.)
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Correspondência
Caro,
Me ensinaram desde pequena que o que era meu estava guardado. A essa altura da minha vida, desconfio que só podem ter esquecido onde. Mas fico brava não, e sigo empinando nariz e tomando cerveja demais e espalhando gargalhadas escandalosamente, fingindo que não morro cada vez que descubro que não era nada disso.
Porque não foi, sabe? Não conosco.
Por esses dias, comecei a rabiscar, sonhando alto, a planta baixa da minha futura casa. Muita madeira para aquecer, muito vidro para ver-verde do lado de fora. E um quarto. Só.
Pensei: Sou feliz.
Pensei mais: Quem precisa da presença de outro, tantos que somos.
Ainda: Nem dou conta de mim...
O travesseiro riu como se fosse você, bem da minha cara.
Mas minha vingança foi terrível, vingança de mulher desnudada. Matei-o afogado.
Amor, S.
Sensibilidade alheia
- Mas tá tudo bem, não está?
- Claro, porque não estaria?
terça-feira, 3 de maio de 2011
Dos outros. De mim.
Bilhete
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Porque tá foda!
Hoje eu só quis te encontrar para dizer que eu não te quero mais. Mesmo. Que sem você minha vida está bem melhor, que tudo ficou mais fácil desde.
Que não existe mais nenhuma mágoa, nenhum ranço, nenhuma vontade, nenhuma saudade.
Ass: Pinóquia
Tá com medo, pra que veio?
Nada a declarar
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.
Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.
Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza."