segunda-feira, 23 de maio de 2011

É filme?

Eu nunca te contei minha história, nunca te disse de mim. Foi escolha unicamente sua criar essas incontáveis e piratas versões. Versões dvd de banca de camelô, onde se leva pra casa terror, drama, romance e ação pelo preço de qualquer coisa. E assiste-se de acordo com o humor. Ou o tempo.
Mas o lance, meu bem, é que eu tô mais para cinema de bairro. Mesmo que alguns sintam vontade de levantar no meio da sessão porque não entenderam o filme. Ou porque já o viram antes.
Comigo você paga caro e não, não pode dar pause nem para ir no banheiro. Não tem controle remoto mas tem pipoca, entendeu?
E eu fico aqui escrevendo metáforas imbecis, só porque ontem eu não te quis mais. Tento me justificar afirmando pra mim mesma, que o que eu não quis foi precisar me esconder de ninguém. Precisar de escurinhos para te beijar.
Mentira claro, mas a minha verdade sempre vem sem legendas. Você não entenderia.

5 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Ai, amiga, eu não te alertei? as metáforas são perigosas, eu li no Kundera, O tomas nunca mais teve paz. Porque, já cantava a Elza, quem amor, não tem paz e de referência em referência eu tento me esquivar da intensidade que teu texto convoca. Eu, que fiz dos meus desejos coragens, quando sinto tanto, já sei dos cortes que virão.
Mas inistimos, não é? Viver é muito perigoso, esta certo o Rosa.

Alexandre Henrique disse...

É amiga as vezes a idgnação, pode ser um filme que agente não paga a entrada na bilheteria, mas paga caro depois sem querer, e sem dever nada a ninguém.

Marcantonio disse...

Com licença, mas as metáforas não são imbecis, as suas, digo. E, de modo geral, elas é que interessam, elas não são a roupa, mas a nudez, e não as acho em absoluto perigosas. Perigoso é o sentido literal, estrito, tipo lâmina de guilhotina, que nos corta a cabeça antes de começarmos a pensar, refletir, espelhar. Ou sonhar ter decifrado o outro nesse jogo.

O que é cinema de bairro mesmo? Aquele que está em extinção? Hum, acho sob esse ângulo seria uma metáfora universal para qualquer ilusão humana projetada... Rs.

O final do texto é sensacional.

Beijo.

Rafa disse...

A-do-rei o comentário acima, então repito e fico por aqui.

P.S. Puta texto, se fosse só literatura estaríamos salvos, não é?

Bj

Leonardo Xavier disse...

Sinceramente, bem que o amor podia ser menos complicado...

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