segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ainda doente

Juntei o resto das forças que me sobravam, levantei, entrei no chuveiro e fui para o aniversário de uma amiga. Churrasco, cerveja e boa conversa. Eram já sete da noite e o meu celular toca. Com quinze dias de atraso, mas o rapaz de uma certa noite, ressurge das cinzas. Trinta minutos depois do telefonema, foi nos encontrar num bar para a qual tínhamos migrado depois de tanta carne.
Confesso-me impressionada. Porque o grupo que eu estava é muito legal, mas bom... digamos que amiga leãozinho e seu comparsa-namorado ocupam o primeiro lugar na fila dos sarcásticos de plantão. E não é que menos de dez minutos depois de chegar, o rapaz já entabulava conversas sem fim e levava todas as brincadeiras dos bêbados da mesa (incluo-me aqui) numa boa? Ganhou o primeiro beijo da noite. E meu respeito. E acesso aos meus lençóis e endredon e a acordar ao meu lado hoje.
E aqui faço uma pausa, para falar de uma coisa que cansa minha beleza e que entre amigas chamo de intimidade “fake”. Quando as pessoas não se conhecem direito, passam a noite juntas e amanhecem fingindo-se recém-casadas. Mesmo que nenhum dos envolvidos nesse teatro, esteja sequer pensado na hipótese de ver novamente o outro depois daquilo. Então normalmente, prefiro acordar sozinha, a ter que enfrentar isso. Não tenho mais idade para fingimentos e sou grossa feito papel de enrolar prego pela manhã. Assumo.
Mas o tal rapaz, como na primeira vez, se comportou tão bem. Foi tão delicado no seu acordar e na sua saída, sem melosidades desnecessárias ou fazendo coisas que me deixassem de mais pé atrás do que normalmente sou, que me conquistou.
Gostei de sua atitude de homem, de chegar junto, de ligar, sem joguinhos e sem promessas. Gostei dele ter ido, quando disse que ia (o que aqui nessa cidade parece difícil para a maioria das pessoas, não é, borboleta amada?) e de ter chegado tão rápido depois de afirmá-lo. Também gostei de notar, quando fui olhar o histórico das chamadas do número que salvei como dele, notar que o rapaz já tinha me ligado final de semana passado e eu não atendera nem retornara. Então, apesar da minha religião não permitir, enviei uma mensagem bem meiguinha.
Porque debaixo de tanta grosseria e mágoa e ironia, ainda bate um coração romântico e bonzinho.
Mas relevem um pouco tanta fofura, que eu ainda estou doente.
E neste caso, namorado, o jogo com as palavras é até óbvio, não?

4 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

1. adoro estar certa. Eu disse que ele tinha ficado interessado, eu disse que tu ia achá-lo interessante, eu disse que ele foi ótimo de manhã.

2. Pontos e mais pontos, ele já pode até ganhar trechos de viagem de avião com tanto ponto. Estilo homem: vim, vi, venci.

3. Parece que vou gostar de você doente, assim se permitindo...

4. Namorado Cajuzense de S.,num quer curar esse niilismo todo com poesia? vamos simbora pra JP no feriado de 7 de setembro? (isso se chama nordestinidade, convidar pra casa alheia, rsrsr)

3.

Fred Caju disse...

Hahahahahahahahahaha! Butterfly, o convite é tentador, mas alguém de Fortaleza já me fez essa proposta antes (e por dinheiro). Mas quem sabe em novembro?
Quanto a você, cuide-se! S. também pode ser "s" de saúde! Ah, para ninguém achar que sou um corno manso, que conste nos autos que a nossa relação é aberta.

Luciana Nepomuceno disse...

Desculpe, Fred, mas (ainda) não estamos pagando acompanhantes, rsrsr...aceitaremos a oferta de novembro, mas podemos escolher o fds?

S. disse...

Namorado, como assim "por dinheiro"? Essa parte da sua vida vc n me contou. Teremos, pois, que reavaliar e (claro!) discutir nossa relação, viu? rsrsrrsr
Amiga que esvoaça, sua campanha para sensibilizar meu coração frio e mau com poesia me pareceu bem interessante. Comprarei livros, pois.
Beijinhos gribados

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