sábado, 15 de maio de 2010

Post triste

Nos Sábados e Domingos existia uma espécie de trégua informal na guerra não-declarada que meu casamento havia se tornado nos últimos tempos. Eu e o homem que escolhi para passar o resto da minha vida íamos à praia, tomávamos cerveja, assistíamos TV, fazíamos sexo. E quase chegávamos a acreditar que tudo poderia ficar bem. Talvez por isso esses sejam os dias mais difíceis de encarar sem pegar o celular e ligar perguntando que merda foi essa que fizemos com nossas vidas e implorar para voltarmos e tentarmos novamente concertar tudo e porra, eu estou sofrendo e você.
Mas eu acabo por me conformar com o vazio na minha cama e na minha vida tentando racionalizar para manter-me firme na minha decisão de ir embora daquela loucura toda. Mas não é fácil, sabe? Dói para caralho e eu sinto falta do cheiro e da presença daquele homem e de sua risada e de meu conforto ao sabê-lo ali. É muito difícil voltar a ser eu mesma, porque não sei muito bem quem eu realmente sou sem fazer parte do casal que éramos. Complico a frase porque não sei bem como descrever a sensação de amputação que essa separação me trouxe.
Também tenho medo de me fuder sozinha. Porque não terei a quem culpar se tudo der errado. Sei como isso pode soar terrível, mas a verdade é assim. Terrível. E tudo ficar pior quando falo com minha comadre que era também minha vizinha e cunhada e ela me conta do sofrimento dele. Não quero ter que lidar com o fato de tê-lo magoado, mesmo que este homem tenha me magoado muito também.
Sei que este é um post triste, mas nenhuma guerra acaba sem mortos e feridos. E eu estou muito, muito ferida. Que eu consiga sobreviver, imploro em preces silenciosas ao divino antes de dormir. E não só nos finais de semana.

6 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

"O mesmo silêncio entre inimigos em uma campo de batalha se colocou entre nós. Uma guerra não acaba quando não há mais nada a perder. Sempre há. Ela termina quando não há mais nada a ganhar. Foi o que aconteceu entre nós". Já nem sei mais de quem copiei esta frase ou se as palavras são essas mesmas. Mas o sentido é. E também mesmo é o sentimento de libertação de quando escrevi pra um grande amor que já não é agora.

Belos e Malvados disse...

Fique bem.
Um abraço.

Emilly Moura disse...

Primeira vindo a seu blog, mas gostei dos textos.. pena que esse tem carater triste, Bjos

Unknown disse...

Querida minha pode ter certeza de uma coisa "PASSA" bjos até mais..

Lília disse...

Separação é f*. Tem quase 2 anos que me separei e ainda fico com a nostalgia dos finais de semana ótimos que tínhamos. Mas a vida não é feita de sábados e domingos, né? Vc foi clara sobre isso em seu texto lindo e profundo. Vou chover no molhado: PASSA.

p.s: o que mais gosto é do caráter triste (e de um humor mórbido sobre sua própria dor) de seus textos

Sara-cura disse...

Espero um dia aprender a dar colinho, ficar só no silêncio dos teus pensamento, desculpas, pela overdose de sara que levastes no domingo, juro que tento ser leve, mas termino pecando e te magoando, lamento as lágrimas e intenção era de um domingo feliz....

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