Ontem, fui para uma reunião que durou até umas oito da noite no centro da cidade. Saio de lá, com sede, com tédio e com preguiça de voltar para casa. Ligo então para amiga corintiana propondo encontrarmo-nos para ver o jogo no local de sempre (para quem não sabe o jogo foi CorinthiansxFlamengo e nos perdemos). Eu, uma recém-convertida aos prazeres do futebol , que incluem, no meu caso específico, gargalhadas histéricas e sensores de testosterona, chego mais cedo que a amiga e da minha bolsa-mala saco um livro, que finjo ler no escuro (pensei seriamente em pedir para passarem no telão do bar uma dos meus DVD’s de yoga, enquanto o jogo não começava, mas achei um tanto inapropriado para a ocasião), peço uma vodka, um petisco e como e bebo e finjo ler cercada de homens com o uniforme de seus respectivos times e jogadores de sinuca.
Nada demais na situação, até que ao ocasionalmente levantar meus olhinhos meigos vejo adentrando no recinto, o homem-teflon. Não satisfeito em quase me causar uma parada cardíaca, o divino o faz chegar acompanhado do homem-carcará (post abaixo). Fecho o livro, abro um sorriso conveniente e abraço ambos, convidando-os para sentar comigo. O dialogo abaixo se segue:
Homem-Carcará: - Oi, S. Ia até pedir ao homem-teflon seu telefone para conversamos, mas...
Eu: - Vamos fazer uma coisa? Esquece aquilo, ok? Eu não estava bem e aquela foi uma semana bem complicada para mim.
Bom, o “aquilo” acima citado fica para um outro post. Nossa pseudo-conversa cessa com a chegada da amiga corintiana com o namorado e outro casal amigo. Educada que é, e também amiga de ambos, a amiga corintiana os convida para sentar na mesa. Eles recusam e sentam em outra mesa, bem na minha frente. O jogo começa.
Juro que tentei prestar atenção, juro que gritei e roí as unhas e fiz tudo que tinha que fazer nos momentos adequados da partida. Intervalo. Banheiro. Arrumo o cabelo quando o homem-Teflon chega e diz:
-S...S... Recebi seu e-mail.
Eu, com o coração aos pulos, uso a técnica de fazer cara de doida. Homem-Teflon acrescenta:
- O da tal vereadora que quer aprovar aquele projeto de lei. Assustador mesmo essa tentativa de retrocesso na nossa cidade! (ou algo assim)
Ai, graças a Deus, penso eu, ele se referia a um e-mail que mandei para todos que eu conheço e não o e-mail que mandei só para ele (post abaixo). Engato uma conversa sem sentido sobre a tal lei e saio meio de repente ao notar, que sim, eu queria que aquele porra me beijasse.
Momentos angustiantes no segundo tempo. O jogo (de futebol) termina. Confraternizo, rio, bebo, lamento o fato de termos perdido, e num momento de insanidade ao avistar o Homem-Teflon encostado numa grade, pego minha dose, levanto decidida e caminho em sua direção.
O resumo da conversa que se seguiu é muito longo para ser considerado um resumo. Mas ao tentar entender o que estava contido nas entrelinhas dessa conversa, chego agora, em plena luz do dia, as seguintes conclusões:
1- O homem-Teflon fez com que eu acabasse por acreditar que eu realmente agi como uma louca varrida, mas ele, condescendente, inteligente e da paz que é me perdoa por ter confundido o que aconteceu entre nós com qualquer coisa parecida com um envolvimento.
2- Sim, ele tinha outros compromissos para aquela noite, e sim, ele não quer saber de mais nada comigo. (E nunca houve nada antes também, sua louca!)
3- Eu sou uma pessoa muito interessante e se eu me comportar e prometer não me envolver, nem fantasiar, nem querer nada de sua pessoa, pode ser que consigamos um dia nos tornar amigos.
4- Esse negócio de “entrelinhas” é coisa de mulher neurótica e em conversas masculinas nunca existem “entrelinhas”, o que prova que eu realmente não estou suficientemente madura para ser amiga de pessoa tão despida de subterfúgios e jogos.
Sento na mesa que me cabe, deixo-o com suas certezas e ao ir embora, vou me despedir. Nos abraçamos e ele me deseja paz. Digo que acho paz uma coisa muito chata. Vou embora. Durmo com a seguinte frase de Adélia Prado como música de ninar na cabeça: “Eu não quero a faca nem o queijo, eu quero a fome”.
Fim de jogo.
Nada demais na situação, até que ao ocasionalmente levantar meus olhinhos meigos vejo adentrando no recinto, o homem-teflon. Não satisfeito em quase me causar uma parada cardíaca, o divino o faz chegar acompanhado do homem-carcará (post abaixo). Fecho o livro, abro um sorriso conveniente e abraço ambos, convidando-os para sentar comigo. O dialogo abaixo se segue:
Homem-Carcará: - Oi, S. Ia até pedir ao homem-teflon seu telefone para conversamos, mas...
Eu: - Vamos fazer uma coisa? Esquece aquilo, ok? Eu não estava bem e aquela foi uma semana bem complicada para mim.
Bom, o “aquilo” acima citado fica para um outro post. Nossa pseudo-conversa cessa com a chegada da amiga corintiana com o namorado e outro casal amigo. Educada que é, e também amiga de ambos, a amiga corintiana os convida para sentar na mesa. Eles recusam e sentam em outra mesa, bem na minha frente. O jogo começa.
Juro que tentei prestar atenção, juro que gritei e roí as unhas e fiz tudo que tinha que fazer nos momentos adequados da partida. Intervalo. Banheiro. Arrumo o cabelo quando o homem-Teflon chega e diz:
-S...S... Recebi seu e-mail.
Eu, com o coração aos pulos, uso a técnica de fazer cara de doida. Homem-Teflon acrescenta:
- O da tal vereadora que quer aprovar aquele projeto de lei. Assustador mesmo essa tentativa de retrocesso na nossa cidade! (ou algo assim)
Ai, graças a Deus, penso eu, ele se referia a um e-mail que mandei para todos que eu conheço e não o e-mail que mandei só para ele (post abaixo). Engato uma conversa sem sentido sobre a tal lei e saio meio de repente ao notar, que sim, eu queria que aquele porra me beijasse.
Momentos angustiantes no segundo tempo. O jogo (de futebol) termina. Confraternizo, rio, bebo, lamento o fato de termos perdido, e num momento de insanidade ao avistar o Homem-Teflon encostado numa grade, pego minha dose, levanto decidida e caminho em sua direção.
O resumo da conversa que se seguiu é muito longo para ser considerado um resumo. Mas ao tentar entender o que estava contido nas entrelinhas dessa conversa, chego agora, em plena luz do dia, as seguintes conclusões:
1- O homem-Teflon fez com que eu acabasse por acreditar que eu realmente agi como uma louca varrida, mas ele, condescendente, inteligente e da paz que é me perdoa por ter confundido o que aconteceu entre nós com qualquer coisa parecida com um envolvimento.
2- Sim, ele tinha outros compromissos para aquela noite, e sim, ele não quer saber de mais nada comigo. (E nunca houve nada antes também, sua louca!)
3- Eu sou uma pessoa muito interessante e se eu me comportar e prometer não me envolver, nem fantasiar, nem querer nada de sua pessoa, pode ser que consigamos um dia nos tornar amigos.
4- Esse negócio de “entrelinhas” é coisa de mulher neurótica e em conversas masculinas nunca existem “entrelinhas”, o que prova que eu realmente não estou suficientemente madura para ser amiga de pessoa tão despida de subterfúgios e jogos.
Sento na mesa que me cabe, deixo-o com suas certezas e ao ir embora, vou me despedir. Nos abraçamos e ele me deseja paz. Digo que acho paz uma coisa muito chata. Vou embora. Durmo com a seguinte frase de Adélia Prado como música de ninar na cabeça: “Eu não quero a faca nem o queijo, eu quero a fome”.
Fim de jogo.
5 comentários:
Querida adooorei...
saudades bjos
Penso que conheço esse homem-teflon....
Realmente, muitas vezes a fome é bem melhor que o prato.
hahahahaha
bom demais.
sim S. , R. é você.
tudo faz sentido. sou uma neurótica maluca que cria entrelinhas pra aumentar meu ego.
sabecomé?
é de foder.
mas fazer o que?
um dia eles se tocam e resolvem me ignorar de vez.
saudades saudades demais!
quando nos vemos?????
abracinho querida!
Amei seu blog. Super me identifiquei com este texto em especial e acho que realmente não há entrelinhas para homens. Ou é ou não é.
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