domingo, 25 de abril de 2010

Três delicadezas

Amiga liga e oferece trabalho. Produzir um projeto de exibição de vídeos experimentais dentro de outro projeto maior. Alívio pelo convite, que além de me fazer esquecer o chicletinho mental que tenho mastigado essa última semana, garantirá uma graninha extra para evitar o desespero que os poucos reais na minha conta bancária tem causado.
Depois de um jantar deliciosamente típico, ganho o livro “A arte de escrever cartas” da amiga empregadora, uma coletânea que trata da minha grande paixão dos últimos meses e tem tudo a ver com o trabalho artístico que tenho produzido em decorrência dela.
Antes de dormir, o que farei em breve, recebo e-mail de uma pessoa que sei lá se por ignorância minha, falta de tempo ou preguiça nunca chegou a ser realmente um amigo. Nele a poesia abaixo:

A GAIOLA

Maria do Carmo Barreto Campello de Melo

E era a gaiola e era a vida era a gaiola
e era o muro a cerca e o preconceito
e era o filho a família e a aliança
e era a grade a filha e era o conceito
e era o relógio o horário o apontamento
e a tabuleta dizendo é proibido.
E era a vida era o mundo e era a gaiola
e era a casa o nome a vestimenta
e era o imposto o aluguel a ferramenta
e era o orgulho e o coração fechado
e o sentimento trancado a cadeado.
E era o amor e o desamor e o medo de magoar
e eram os laços e o sinal de não passar
e era a vida era a vida o mundo e a gaiola
e era a vida e a vida era a gaiola.

A soma dessas três delicadezas com certeza me fará dormir sem precisar de ansiolítico. Hoje.

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