segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ciranda

Sexta-feira. Logo depois de arrumar minhas coisas no quarto que agora é a parte que me cabe no latifundio da minha mãe, resolvi sair. Não agüentava mais chorar, não agüentava mais infelicidade, não agüentava mais piedade. Decidida, fui para um show no centro da cidade com uma amiga querida e quase-amigo tatuado e gay.
Medo de tanta gente junta sem um homem para proteger-me de mim.
Começo devagarzinho a dançar até me dar conta que estava numa grande ciranda e que girava com desconhecidos sorridentes. Levantei braços, bati pés e mãos, dancei de olhos fechados. Ninguém para me segurar os braços e a vontade.
Deu medo, mas foi bom.

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