domingo, 13 de fevereiro de 2011

Nazaré

Tava eu lendo esse blog aqui, indicação da borboleta mais linda da minha vida, o que acabou por me inspirar em também contar dos botecos que freqüento aqui na terrinha.

Pois é, como os de casa já sabem, minha balada é no boteco. A seita que fundei junto com a , não me permite freqüentar boates ou barzinhos da moda. Sou devota, sabe comoéqueé. Meu negócio é sentar, conversar, cerveja gelada com preço em conta e amigos por perto. Então acabo sempre por ir aos mesmo lugares.

Destes mesmos lugares existem os três que são os mais-mais. São eles (por ordem de freqüência): Major, Elvis e Nazaré. Vejam bem, é regra clara entre frequentadores assíduos, chamar os botecos pelos nomes de seus respectivos donos.

Vamos começar hoje falando de Nazaré e de seu estabelecimento.

Quando eu estava morando com a amiga-esposa no saudoso cafofo, Nazaré era uma mão na roda. Ficava numa praça há apenas dois quarteirões do nosso apartamento e era (é) aberto até altas horas da manhã. Lá, cansamos de acompanhar as caminhadas dos saudáveis do bairro pela tal praça enquanto tomávamos a saideira vindas de algum outro lugar de perdição.

A dona do bar, a Nazaré em questão é uma figura que merece um documentário. Grossa feito papel de enrolar prego, feia que só a molesta e desaforada até dizer basta. Nossa relação, que hoje é das melhores, não teve digamos... um começo muito auspicioso.

É que, no primeiro dia que tomei da sua cerveja, resolvi namorar com um dos homens que me couberam neste latifúndio, dentro de um carro, na tal praça e a sujeita zangou-se. Disse-me desaforos, gritou e estrebuchou. Eu bêbada e humilde, escutei calada para só no outro dia, de ressaca, prometer nunca mais voltar lá. Mas lembrem que era perto, né? Ficava aberto até de manhã?

Resisti o quanto pude, envergonhada dos meu atos e ainda tendo os gritos recebidos ecoando em meus ouvidos. A amiga-esposa foi decisiva para que eu, enfim, cedesse.

- Vamos- ela insistiu.

- Vou nada, mulher!- respondi

- S, veja bem, eu tenho um amigo que já flagrou Nazaré transando dentro do banheiro do próprio bar. Ela tava só fazendo charminho contigo.

- Sério?

- É, parece que o cara não pôde pagar a conta.

Já estava rindo ao imaginar a cena quando a amiga-esposa complementa:

- Coitado do meu amigo, demorou meses para se recuperar emocionalmente do choque com o visto.

Gargalhei e fomos. Nossa paz foi selada nesse mesmo dia. Quando Nazaré estava quase ensaiando dar outro escândalo comigo, a amiga-esposa me defende com uma piscadela cúmplice para ela e a frase:

- A gente sabe né, Naza, como são essas coisas?

Depois disso, Naza calou e nos serviu mais uma cerveja. Nunca mais tocou no assunto.

Vivemos felizes e em harmonia durante muito tempo. Ela chegou a ser quase que carinhosa conosco, nos tratava bem, ria feliz quando chegávamos, o que para os que a conhecem sabe tratar-se de um feito digno de medalha.

A comida em Nazaré é um capitulo a parte. Você pode escolher entre galinha e carne, acompanhada de macaxeira ou inhame. Só. Tem prato ou quentinha de cinco, sete e dez reais. A comida é boa, apesar (ou talvez por isso) de Nazaré não ser... digamos... muito higiênica.

A prova dos nove tivemos no dia que a amiga-esposa, que é fina e meiga e luxo e glamour, mas tem uma tara alimentar secreta com pés de galinha, pediu-os a Nazaré junto com nosso prato de cinco reais de galinha com macaxeira.

- Tem mais não, fia. O último pé eu servi praquela mesa ali.- comunicou-nos Nazaré apontando para a mesa ao nosso lado.

- Tá bom, trás mesmo sem o pé o prato de macaxeira com galinha.- respondeu a amiga-esposa conformada.

Passa um tempinho e Nazaré chega a nós com um sorriso vitorioso e o nosso prato. Milagre! Havia um pé de galinha nele! Quando Nazaré se afastou rebolando em suas carnes (e só então) olhamos uma para a outra primeiro e lentamente em seguida, para a mesa ao lado. Estava vazia. Nazaré havia nos servido o pé de galinha que não havia sido consumido na mesa que primeiramente frequentara!

Agora, como eu já disse por aqui, ela é braba, senhoras e senhores, ela causa medo. Então quando volta para pegar nosso prato, pergunta olhando nos olhos da amiga-esposa:- Gostou?

Quem era doida de ter coragem de responder que não.

Nos conformamos com nossa triste sina, comentando bebadamente depois:

- É, amiga, isso é que ecologia! E depois vem esses caras de ONGs falar em reaproveitamento...

- Eles tem que conhecer Nazaré!

- Ô se tem!!!

Eu, Naza e Amiga-esposa. Notem o dia nascendo ao fundo.
Cortei-me na foto porque minha situação não estava nada boa, amores e amoras.
Tentei, pois, poupá-los!

2 comentários:

Leonardo Xavier disse...

Tenho um do tipo perto da universidade, apesar de que Seu Baracho é bem educado e simpático com todo mundo.

Eu acho que a cabidela e o guisado de boi dele é legal, mas tem uns amigos mais luxentos que ficam com frescurinha de almoçar lá.

Alexandre Henrique disse...

Oqueee isto sobre NASA hsuahsue quem não conhece esta figura omg alguém postou sobre NASA só podia ser vc S. Caramba saudades grandes de vcs, quase me vi la no bar de NASA. huahsuhuesae :P

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