sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Refresco

Tudo que eu faço, alguém em mim que eu desprezo, acha o máximo.

Paulo Leminski

A outra S. tinha me chamado para sair. Pega um ônibus, me disse, que a gente se encontra na rua tal. Peguei. Já á caminho da tal rua, ligo para sabê-la. Celular desligado. Não desespero. Ligo para A. e marcamos de nos encontrar no bar de sempre.

Sabia que chegaria antes dela e no caminho comprei uma revista para aguentar a espera. Falo com dois conhecidos no bar, peço a minha cervejinha me preparo para ler, quando eles me chamam para sentar com eles. Eu estava cansada e estressada, não estava me achando uma companhia legal, mas fui. Ah, que conversa boa! Falamos sobre as redes sociais, escrita, construção de personagens e de personalidade. A. finalmente chega com Demo. Thá, a amiga psicóloga logo depois. Meu celular toca. É a outra S.

Larguei todos na mesa e fui encontrá-la, porque me pareceu pelo seu tom de voz que ela estava precisando de alguém um pouco mais... sóbrio. Quando dei por mim, estava numa mesa com um monte de homens casados curtindo seu “vale-night” (acho podre esse termo, mas...). Fechei a cara. Até que fui relaxando. E conversando.

Tarde da noite, um deles acabou vindo me deixar em casa. No caminho, paramos num boteco para a última cerveja. E tome falar de casamento, assunto que já estávamos discutindo antes. Falei que não concordava com essas saídas masculinas que varam a madrugada, porque eu, quando era casada, sofria com as longas demoras de W.

E além de não dormir a noite, torcendo para que o marido não morra num acidente, essas saídas normalmente pelo código vigente não-escrito só são restritas aos homens na relação. O papel da mulher, como eu disse antes, é fica em casa desesperando.

Foi quando me dei conta que mesmo em desacordo com meu código moral, naquele momento eu estava colaborando para que alguma mulher, em algum lugar sentisse as agonias que eu já sentira. A sensação não foi agradável, mas a conversa e a companhia eram. Não, eu não fiquei com ele. Mesmo assim.

Lembrei da história da pimenta: no dos outros...

Um comentário:

Leonardo Xavier disse...

Há pouca gente capaz de perceber os erros dos outros em si mesmo.

=P

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