sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Imortalidade

Ganhei esse selinho da borboleta amada e para merecê-lo precisava responder a seguinte pergunta: Com quantos anos você queria ser Imortal e viver a Eternidade?

Encafifei-me esses dias com a tal da pergunta, pensei um bocadinho, mais um pouco, outro tanto e minha primeira resposta, que não seria como a da amiga, acabou se tornando a mesma. Imortalidade: Passo!

A questão é que apesar do nome deste blog ser e ele tratar de mudanças, eu amo muito quem me cerca e faço o possível para conservar essas pessoas por perto. Meus amigos o sabem. Ligo, quero saber, faço questão e charminho.

Não que tenha medo de despedidas e perdas e reconstruções, o que fatalmente acompanharia uma decisão pela imortalidade, again e again, século após século, não é isso. É porque meu corpo não acompanharia-me mais. E eu acharia injusto com as pessoas que escolhi compartilhar a vida, tal como eu a conheço, estagnar numa idade fisicamente, enquanto envelhecia-me a alma, não podendo comparar rugas, que para mim, antes de serem desastres estéticos, são histórias contadas na pele.

Acredito na sabedoria da natureza. Não questiono o que vem depois da vida no corpo tal como eu o conheço, porque também acredito que seja lá o que for, será justo e bom ou necessário. Ou não será nada, realmente não importa. Mesmo.

Só sei que sempre pensei na morte assim. Necessária. Apenas mais uma etapa da vida.

O que já temos, o que já nos coube, já é um milagre e um presente.

Então, não obrigado, mas não quero a eternidade. Até porque, imodestamente, acho que serei uma velhinha bem legal e fofinha, toda trabalhada na cadeira de balaço, crochê e biscoitinhos para as visitas.

"Move-te. Desperta.
Há homens à tua procura.
Há uma mulher, que sou eu.
A Terra mora na Via-Láctea
Eu moro à beira de estradas
Não sou pequena nem alta.

Sou muito pálida
Porque muito caminhei
Nas escurezas, no vício
De perseguir uns falares
Teus indícios.

Move-te. Tua aliança com os homens
Teu atar-se comigo
Tem muito de quebra e dessemelhança.
Muitos de nós agonizam.
A Terra toda. Há de ser quase
Brinquedo adivinhares
Onde reside o pó, onde reside o medo.

Não te demores.
Eu tenho nome: Poeira.

Move-te se te queres vivo."

Hilda Hilst

2 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Ahá...que beleza sabê-la, assim como eu, mortal. Há mais beleza, acho, no desconhecido, é por isso a vertigem de viver. Bjs, baby, seremos velhinhas muito espevitadas, isso sim.

Kinha disse...

Me enquadro na turma das velhinhas espevitadas, e já falei com uma amiga: já que durante minha vida toda passei com os cabelos vermelhos, naturalmente sem tinta, quando eles estiverem todos brancos pintarei de roxo, e entrarei para a turma das velhinhas de cabelo lilás (porque roxo + branco =....).

Eu estava lendo que você DE-TES-TOU Cisne Negro. Amiga, ando em fase tão trash que nem tive tesão de assistir, detestei só pela chamada e pronto, desisti antes de tentar. Eu tô num momento Harry Potter, num momento Enrolados, num momento Piratas do Caribe. Entendeu? ;)

Amo-te, desde a raiz dos meus cabelos ruivos até a pontinha da unha do meu dedão do pé.

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