Uma amiga veio me pegar em casa e rumamos para o show de Sacal e Gabriel, o pensador. Antes que me atirem pedras, só curti “Gabriel que pensa” quando tinha quinze anos (confessem que também já pecaram!). Queria mesmo era curtir o vozeirão do primeiro citado.
Enfim... paramos rapidamente nos fundos do palco para a sujeita-amiga entregar uma camiseta preta para o namorado que está trabalhando na produção dos eventos neste verão. Fiquei dividida entre o pasmo, a indignação e a admiração quando ela simplesmente recusou o convite de irmos para a área vip. Ok, ok, pensei... é cool quem pode.
Peguei meu queixo caído e fui humilde e comumente para a areia de praia, que era a terra que me cabia naquele latifúndio. Cheguei a tempo de escutar Sacal gritando: Valeu! O show tinha acabado. Merda!!!
Tentei me consolar com uma água mineral quente e fiquei observando os povos e povas. Que gente feia da porra!!! E todos trabalhados na transpiração e na marginalidade. Pensei em um amigo gay que certa vez me aconselhou a valorizar um cafuçú, mas aquilo já era demais para mim.
Tentando achar uma área mais clean, por assim dizer, me deparo com o homem que me jogou na parede e me chamou de lagartixa. Chamaremos o dito-cujo de homem-zen*, combinado? Ele me deu abraços demorados, vários beijos (no rosto), fungadas no cangote e alisadas nas costas. E eu amaldiçoando minha sobriedade e desejando um uísque. Duplo. Puro. Sem gelo.
Gaguejei algumas frases desconexas e fui atrás de um banheiro químico, ansiando por lugares em que você mija e existe papel higiênico e limpeza. Por vezes até espelho. Tipo assim, banheiro de área vip, sabecomuéqueé?
Votei por abandonarmos o show ainda não iniciado e irmos para um barzinho nosso velho conhecido. Sentamos, finalmente livre do populacho e pedimos uma cerveja. E eu, que diferente da amiga não sou auto-suficiente nem nada, nem sou mais eu (na verdade sou facinha, facinha), fiquei espichando os olhos e torcendo para o homem-zen aparecer. Nada.
Paguei a conta (R$ 10,00 de uma cerveja e um escondidinho de camarão, para que vocês saibam que oh! mais um dia sem ela encher a cara!) e vim para casa. Aí me deu insônia. Fiz crochê. Lí. Agora estou escrevendo para ver se paro de pensar no home-zen (porque ele é tãããããooo lindo, meudeusi???) e deixo Morfeu me conquistar.
É, minha noite não foi lá muito vip. Não mesmo.
* É que apesar de sua presença sempre ter me causado frio na barriga e mãos úmidas, ele me inspira calma. Toda do mundo. Contraditório?
4 comentários:
Amiga, me senti muito pouco cool agora...ia sem pejo para a área VIP. E eu já pequei, mas nunca com um Gabriel...Bj!
Me lembrou um programa do Athaide Patreze esse post heheheh.
Eis uma coisa que eu não consigo te imaginar fazendo: crochê.
Crochê? Rs. Ora, ora!
Se arrependimento matasse eu não estaria escrevendo essas linhas, teria expirado no início de 2008 quando fui assistir na praia, à altura do busto do Tamandaré, a um show do Paralamas! Deus! Como a gente dá passos errados na vida!
Beijo.
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