terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mulheres e sofrimento

Terça-feira passada a dor me fez voltar ao hospital. Outra ultrassom, outros médicos impessoais.
Fui internada.
No quarto coletivo, mulheres e seus sofrimentos.
Havia uma menina de dezesseis anos, uma mulher de quarenta e um. Outras. Mais. Todas perderam ou estavam perdendo seus filhos como eu. Sentiam dor como eu. Como eu ficaram vinte horas sem comer até aparecer um anestesista que nos dopasse para arrancancarem os últimos resquícios de uma maternidade que não aconteceu. O nome disso é curetagem.
Quando acordei estava numa enfermaria com outras mulheres e seus recém-nascidos filhos. Quis ir embora, assinei um termo de responsabilidade e passei os últimos cinco dias em casa, quase sem me mexer.
Dor. Dor. Dor.
Ainda.
Acho que para sempre.

7 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Queria que essas minhas palavras fossem um abraço. Serão, amiga, serão. Eu estou dando um jeito, vou chegar aí, viu?

Caminhante disse...

S, o que fazer pra te ajudar? Que bom que você está em casa. Se é pra ficar quietinha, que seja no meio das tuas coisas, com as tuas cortinas e os teus lençois. Sofrimento físico é assim mesmo, parece eterno. Mas um dia passará, tudo isso passará.

Belos e Malvados disse...

Eu te mando um abraço bem apertado, S.

Leonardo Xavier disse...

S., eu espero que sua dor passe e que você fique bem logo.

um grande abraço

Céu disse...

beijos, beijos e mais beijos!

Unknown disse...

amooooooo... bela linda beijos carinho aconchego

Lília disse...

A dor da perda de um filho nunca passa. A minha nunca passou.

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