sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Boba

Quando descobri Sex and the city eu tinha vinte e nove anos. Tinha sido educada para acreditar que o casamento era a realização de toda mulher. Que não se falava de sexo. Que era errado querer estar com minhas amigas ao invés de lavar cuecas. Eu estava me separando nesta época. Pode não parecer sério, mas era sim.
Para vocês terem uma idéia, passei quase dois anos sem visitar a minha avó amada porque não conseguiria suportar seu olhar de pena (ou seja lá o que viesse de seu coração) e suas palavras por não ter conseguido manter minha relação.
Não, não foi nenhuma grande revolução. Esta já tinha acontecido em mim quando li Jorge Amado. Mas foi bom e agradável saber que certas coisas que eu pensava e não falava eram escancaradas nesta minissérie. Digamos que era uma pausa para tomar água no meio da batalha.
Muitas coisas aconteceram desde então. E hoje, aos trinta e cinco anos e quatro meses, ganhei da minha mãe o DVD pirata do segundo filme.
Já tinha lido muitas críticas sobre o filme e estava com medo de assisti-lo, confesso. Mas gostei. Ponto.
Claro que é o filme é superficial, mas nem sempre temos que travestirmo-nos de Simones para falar do feminino. E ele está lá sim. Em toda sua grandeza, medo, ridículo e superficialidade.
Claro que é uma comédia romântica boba. Claro. Mas como não rir quando Samantha (minha personagem preferida) dá escândalos com camisinhas e decotes no meio de um mercado árabe? Óbvio que a cena seguinte, das mulheres mostrando-se primeiramente tradicionais em seus trajes e ao tirá-los mostrarem estar vestidas com roupas de grife, significa à grosso modo que somos no fundo, todas nós, umas bobas que só se importam com moda e futilidade.
Mas não é só isso. Nada é tão simples. Nem tão complicado que não se possa rir de.
Talvez eu seja mesmo uma boba, mas eu realmente acho que toda mulher devia ver essa minissérie ridícula (todas as temporadas) com as amigas, depois ver o primeiro filme. E depois o segundo.
É, eu sou boba mesmo. Mas sei que Samantha acaba o filme fazendo sexo e não lavando cuecas. Ainda há esperança no mundo.

6 comentários:

Rafa disse...

28-29..ô idade revolucionária! Eu também passei por uma grande mudança esta época. E vi sex and the city. Tem coisas ótimas, pra mim, sobretudo, a amizade entre as personagens, que acho sagrado, e saber, mais uma vez, que se relacionar não é tarefa simples não. Bj!
P.S. Definitivamente sexo é bem melhor que lavar cuecas.. rs

Leonardo Xavier disse...

S., eu pelo menos penso que a gente tem que se deixar ser um pouco bobo e romântico de vez em quando. Não vale a pena ser sério demais.

Luciana Nepomuceno disse...

Amiga, você ainda vai me amar se eu disser que 45 minutos de moda, escracho e libertacionices femininas é ótimo mas que, passando disso, tipo num longametragem, é condenar-me à morte com agravo de tortura?
E, sim, fazer sexo é infinitamente melhor que lavar cueca, mas não me incomodo de lavar as cuecas de quem está fazendo sexo comigo desde que ele faça massagem no meu pé, traga café na cama, arrume a bagunça do quarto e seja bom de papo quando à distância e de sexo quando perto (e vice-versa)?
Amanhã, posso ter outra opinião, claro. Bjs contraditórios.

Caminhante disse...

Eu fiquei decepcionada no Sex 1, porque acabaram com a Sam. Se você me disser que ela volta à velha forma - independente, hilária, descarada - eu assisto.

Quem eu quero enganar? Vou assistir de qualquer jeito porque sou fã.

Anônimo disse...

Faz a pipoca, gata, que eu chego ja pra essa session ai!

Gabriella Maciel disse...

Só posso dizer que AMO sex and the city! AUHEUAHE, já assisti a todas as temporadas também! me divirto.

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