quarta-feira, 21 de julho de 2010

Seu encargo e minha carga

Foi como se de repente a dor houvesse simplesmente acabado. Ido embora. E em seu lugar, um alegria tímida, novinha, recém-nascida e em tons pastéis.
Três meses. Há três dias. Só hoje me dei conta.
Voltei da feira agorinha, e o porteiro do meu prédio me sorriu e depois de dizer que nunca mais tinha me visto, comenta:
- Gosto das músicas que você escuta logo cedo.
Sorri de volta encantada, porque ele falava de Bach. Subi as escadas, abri a porta e tudo estava em seus lugares. Inclusive eu. Guardei pão e queijo, enquanto esquentava água para um café fora de hora. E penso nessa novidade boa. Nada fora do lugar. Nada mesmo. Nem as horas, que quem as decide sou eu.
E sinto que para você, amiga que amo, eu tenha que ser mais do que eu sou. Me comportar melhor do que agora. Sentir diferente e fazer menos ou mais ou... enfim... ter, que em tempo integral desconstruir essa fantasia de pessoa que não reconheço nas suas críticas e zangas. Não gosto dela, dessa pessoa, e ela não sou eu, saibas.
Meu amor por você não é só mérito teu, ele brota não só desse coração que se expõe, mas de mim inteira, falando e fazendo besteiras. E penso, que talvez, se um dia eu conseguisse alcançar o alto padrão que me exiges, esse sentimento, tal como flor que recebe água em excesso, morreria.
Talvez no fundo, queiras matar é meu reflexo em você. Talvez eu pese em excesso e seja carga em tua vida, não alegria. Sinto muito, então. Mas essas minhas últimas afirmações são só hipóteses.
As verdades absolutas a nosso respeito, deixo à seu encargo.

Um comentário:

Luciana Nepomuceno disse...

Eu tenho um montão de verdades relativas, tá servida?

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