quinta-feira, 8 de julho de 2010

Louca e baratinha

Pois é, estava eu voltando do supermercado, cheia de sacolas (sacrifício por amor à borboleta linda que tá chegando amanhã, oba!) quando o celular toca. É amiga advogada. Segue-se o seguinte dialogo (editado!):
- Que post tú deletou tão rápido, que nem deu tempo de ler?
- Um que eu escrevi beba, pedindo perdão a W. Amiga-Esposa acabou me esculhambando nos comentários.
- Ainda bem que eu não li, faria o mesmo. Iria perguntar se você não tinha esquecido de agradecer o fato dele não ter te estrangulado, serrado e jogado pros cães.
Sim, amiga advogada se referia ao caso Bruno. Claro que ela, dona de um senso de humor muito particular, deve ter morrido de achar graça da piada. Eu não.
Porque sei que o que escrevi ontem é uma decorrência dele ter agido como sempre agia quando éramos casados. A resposta é automática de minha parte. Fazer com que eu me sinta tão mal comigo mesma, com o que sou, com o que penso, com o que visto ou como eu ajo, que qualquer mínimo gesto de carinho ou respeito é considerado uma dádiva quase divina.
Ontem mamãe me ligou dizendo que ele tinha ido pessoalmente deixar os documentos e a grana na casa dela. Esse foi o ato desencadeador de uma série de chicletinhos mentais mastigados com muito vinho.
O resultado desse reflexo condicionado é sempre desastroso para mim. Apesar de ter me feito entender os motivos, nem os oito anos de terapia lacaniana conseguiram que eu deixasse de me sentir culpada pelas merdas que os outros fazem comigo. Principalmente os homens.
Foda assumir, mas esse é um fato, faz parte dos meus defeitos, do lixo interno que preciso jogar fora. Tenho até melhorado, conseguido dizer mais nãos para quem me faz mal, mas sou condescendente demais, imbecil demais com os homens que gosto. Os que gostei e posso gostar um dia também servem. Uma merda, amigos, uma grandíssima merda.
Enfim... assumir isso aqui é fazê-lo principalmente para mim. Talvez, quem sabe, isso ajude a não repetir os mesmos velhos erros de me vender baratinho, por qualquer fungada no cangote ou pegada mais quente. Porque se sou tão amada por minhas amigas, a ponto delas se incomodarem em me dar esporros quando me desvalorizo, eu tenho que me convencer desse valor por mim mesma.
“E quem nunca pecou que atire a primeira pedra”- disse o homi!

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Posso atirar uma latinha de cerveja? É que eu tenho pecado tanto...I love youe todas as outras palavras ficam pra amanhã que eu tô chegando!

Leonardo Xavier disse...

Eu acho que no fundo é meio assim, todos tem em sua bagagem alguns defeitos que por mais que a gente tenta mudar, parece ser tão difícil... Eu tenho os meus tantas vezes por mais que eu me esforce eles acabam dando uma escapada de vez em quando.

Anônimo disse...

Eu ja pequei! E te amo, tanto!

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