sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tapete vazio

O roteiro exigia, sabe como é? Quando ele pegou no meu pé com delicadeza e sensualidade dissimulada, a cena daquele tal filme passou pela minha cabeça e eu o beijei. Silêncios estranhos num momento que pedia explosões e gritos e súplicas. Grite por mim, por favor. Ele nem, nem...
E assim foi até ele voltar no outro dia. Ainda silenciosamente. E eu falando pelos cotovelos e pelos joelhos. Palavras demais para preencher as estranhezas.
Deixo-o dormindo na minha sala vou jogar sinuca cinicamente, com a certeza de que ele esperará. Prepotência até as oito da manhã e um tapete vazio quando do meu cambaleante retorno para casa.
Meu chaveiro de flor foi com ele. Minhas chaves todas. As portas estão escancaradas e eu morando com essa ausência. Sem poder sair. E o silêncio das chamadas não atendidas. E o silêncio das verdades ditas. E o silêncio das certezas bebidas. E o silêncio.

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

O silêncio é a mais ambígua das situações...pode ser cúmplice presença ou abismo. Eu que sei o quanto já doeu...

Emilly Moura disse...

o amigo do menino abusado???

Anônimo disse...

Minha filha, um menino tão bom. Olhe: estuda, os pais são professores, o bebê já vai nascer inteligente. Tá na faixa, é seu numero, o resto se ensina. Pede ele em namoro?

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