sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quatro

Bebo que se preze, sempre afirma não estar bebo. E faz um quatro guenzo, equilibrando-se num pé só, para provar. O quatro guenzo das virtualidades da vida consiste em conseguir digitar qualquer palavra com mais de quatro letras. Se você aceitar o meu humilde conselho, não tente nenhuma das coisas. Nunca. Mas você vai ficar bebo e o fará. Teimoso!
Ontem eu fui uma beba que se preza. Na rua, sambando em rodas interessantes, e nas virtualidades da vida. Ah, e usando o celular claro, a mais poderosa arma nas mãos dos ébrios. Eu, como uma beba que se preza sempre atiro no próprio pé.

Acordei pensando nisso.

Antes do advento das conversas on-line, podíamos nos considerar mais ou menos em segurança quando chegávamos em casa. O máximo que poderia acontecer era acordar abraçada à privada. Mas o inferno é cheio de cão, meus queridos. Então hoje, além de ter que reconstituir todas as merdas que você fez ao tropeçar por sua cidade, temos também que lembrar o que e com quem conversamos no msn. Creia-me, aumentou e muito o trabalho de puxar pela memória e a ressaca psicológica do dia seguinte.
O que eu sei é que sei muito pouco.

Da real: Eu tenho quase certeza que o nome do cara era Mauro, é esse o nome que digitei na agenda do celular quando ele me ligou quatro ou cinco da matina me chamando para ir ao cinema. Então tá, deve ser. Ou não. Ele não ligou mais e aposto que não deve ter certeza do meu nome também. Mas Mauro, o suposto, era o homem da minha vida ontem. Eu queria casar e ter cinco filhos com ele. Tudo porque não consegui o que queria com o pandeirista delícia da roda de samba (era mesmo um pandeiro?). E com o Recifense que era casado com a menina da carona, que estava com o casal de lésbicas, que fizeram o favor de passar em Nazaré, antes de me deixar em casa, onde eu comprei duas cervejas e meia carteira de cigarro.

Do virtual: T. e L. on-line. Eu me lamento. Eu amo Mauro para sempre. Ameaço me matar. Trocamos músicas, eu acho. L. é uma amiga ruim e me deixa á sós com T. Eu acho que ensaiei um strip na frente da cam. Acho. Tinha uma cerveja que cantava. E eu dormi na frente da cam. E acordei com um telefonema do amigo do menino abusado. E chamo T. novamente que me manda à merda e vai dormir.

Então agora minha companhia além da vergonha é uma garrafa de água. E eu nunca mais bebo, vou mudar de cidade e nunca mais entro no MSN.
Alguém acredita em mim?

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

A amiga ruim se apresenta e promete na próxima vez fazer duo no strip. Melhor assim?

Belos e Malvados disse...

kkk
É prá acreditar?

Leonardo Xavier disse...

Essa também é uma frase clássica! Eu nunca mais na minha vida faço isso! kkkk! Mas deve ser muito ruim acordar e não lembrar o que fez direito, nunca tive dessas amnésias.

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