terça-feira, 1 de junho de 2010

Os telefonemas, o ex-marido e o cinzeiro

Recebi uma mensagem da minha operadora de celular informando um número de protocolo de um tal pedido feito numa tal central de atendimento. Pedido este que não fiz. Somo dois mais dois, tomo coragem e ligo para o ex-marido.
- Você mandou cancelar meu celular?- Pergunto delicadamente
- Mandei. Tinha uma conta atrasada.- Responde com uma voz de congelar o inferno.
- Porque você não me mandou a conta?- Retruco já menos delicadamente.
- ...
- Olha, mais tarde vou encontrar F. (comadre e ex-vizinha) e mando por ela o aparelho e o chip.- Falo já puta da vida
- Só quero o chip.- Responde grosso feito papel de enrolar prego.
- Você não está podendo falar não?- Levantando a voz alguns decibéis.
- Estou no trânsito- Responde o palhaço desligando na minha cara.
Respiro fundo e mesmo assim não consigo me controlar, afinal de contas a porra do celular estava no nome dele porque o imbecil destroçou o meu num acesso de ciúme. Conto até dez e ligo novamente. Eu sei que não devia, mas...
- Você recebeu minha carta? Porque não respondeu?- A carta em questão tratava de vários assuntos de ordem financeira.
- Tinha o que responder?- Pergunta o idiota.
- Tinha, você sabe que eu preciso me programar financeiramente.- falo como quando trato com crianças.
- Olha, deposito o dinheiro dia cinco.- E desliga. Na minha cara novamente.
Bom, na nossa primeira separação, que acabou resultando em divórcio saí sem nada. Nunca nem pensei em pedir, uma vez que tinha uma situação profissional estável. Voltamos a viver juntos depois de um tempo e seis anos depois, nova separação. Desta vez eu estou de volta à universidade, à tarde, o que me impede de manter um emprego nos dois horários e ganhando muito pouco num estágio. Ainda tento ganhar um extra com meus projetos em artes visuais, e mesmo assim novamente deixei tudo para ele. Inclusive a Pajero 0 km que ele comprou quatro dias antes que eu saísse de casa.
Não sou a favor de ser sustentada por homem nenhum, mas pedi que ele me ajudasse por um período de seis meses a uma ano até que eu acabasse meu curso e me estruturasse financeiramente. Era sobre isso que a tal carta tratava. Aleguei não querer recorrer a advogados e tal. Tentei ser razoável. Fui delicada. Juro. Por isso...
- Olha, porra, você está me julgando interesseira?- Pergunto assim que ele atende minha terceira ligação.
- Não estou julgando nada. Só não quero falar com você. Não ligue mais para mim.
Bom, amigos e amigas, falou o homem que passou quinze anos me aperreando o juízo telefonicamente. De madrugada. De tarde de manhã e de noite. Gritando. Chorando. Ameaçando. Todas as opções juntas. Esse ser agora não quer mais falar comigo. Não sei se rio ou se eu choro. Mas já quebrei um cinzeiro na parede de puro ódio.
Palhaço!

4 comentários:

Caminhante disse...

Tenho nem o que dizer. Palhaço!

Luciana Nepomuceno disse...

Palhaço! Você só errou porque devia ter quebrado o cinzeiro na cabeça dele! Desculpe a incitação à violência, mas tem coisa que me tira do sério...essa é uma dessas. Poxa, as pessoas se amaram (ou julgaram se amar), não sobra nem um tantinho de respeito e consideração?
Ai, me exaltei. Bjs carinhosos pra você....

PS. adorei suas mensagens nos meus blogs, fico lendo e relendo, rsrs...

Belos e Malvados disse...

Concordo com vocês, meninas: Palhaço!!!

Unknown disse...

Meu Deus é incrível como conceitos, bom censo e o respeito vão pro ralo....é lamentável!!!!!
E agora quero seu novo numero KKKKKKKK..
.. bjo linda

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