Minha mãe é um docinho. Desde que estou aqui ela sempre tem me acordado com café-da-manhã pronto e histórias engraçadas sobre tudo. Aos 65 anos parece estar ligada na tomada, fazendo sempre dez coisas ao mesmo tempo e chega a ser cansativo vê-la indo de lá para cá passando pano na casa e falando ao telefone ao mesmo tempo. O tal pano nunca limpa de fato nada, mas espalha a sujeira de um modo, digamos, mais uniforme. Não preciso nem dizer que a casa é um tanto quanto caótica.
De alguma forma ela conseguiu se adaptar maravilhosamente nesta cidade estranha, apesar de ser brigada com todos os nossos vizinhos de rua. Essa mulher intelectualizada e sozinha criou do nada um jardim orgulhoso e três maravilhoso cachorros, motivo de alegria e muito, muito stress. Mas isso não quer dizer nada, uma vez que ela se estressa com absolutamente tudo. Por nunca ter aprendido a cozinhar direito, uma das minhas piadas preferidas era que ao vir passar uns dias com ela, eu sempre emagrecia porque nossa dieta era basicamente composta de papoula e rosas amarelas.
Mas uma das coisas mais divertidas nesta nossa casa branca é o jardineiro que a ajuda em suas intenções inglesas. Baixinho (o apelido do dito-cujo) parece um gnomo e hoje pela manhã me encarou da porta do meu quarto com um riso no rosto e um discurso ensaiado. Eu de camisola e ainda remelenta escutei seu texto, que foi mais ou menos esse:
- Minha fia, agüente pedindo ao senhor Jesus ajuda e força e num chore que tudo tem seu tempo. Ocê é jovem e formosa e o que é seu há de chegar.
Em choque, balancei a cabeça concordante e juro, quase caí em um pranto confuso. Mas comecei a rir quando, momentos depois, escutei a briga dos dois, minha Mãe e Baixinho sobre a invasão do segundo à minha depressão matinal. Entre outras coisas ela o chamou de bucho de piaba e ele a chamou de chata dos infernos.
Tédio não é, em absoluto, a ordem do dia nessa minha nova morada.
De alguma forma ela conseguiu se adaptar maravilhosamente nesta cidade estranha, apesar de ser brigada com todos os nossos vizinhos de rua. Essa mulher intelectualizada e sozinha criou do nada um jardim orgulhoso e três maravilhoso cachorros, motivo de alegria e muito, muito stress. Mas isso não quer dizer nada, uma vez que ela se estressa com absolutamente tudo. Por nunca ter aprendido a cozinhar direito, uma das minhas piadas preferidas era que ao vir passar uns dias com ela, eu sempre emagrecia porque nossa dieta era basicamente composta de papoula e rosas amarelas.
Mas uma das coisas mais divertidas nesta nossa casa branca é o jardineiro que a ajuda em suas intenções inglesas. Baixinho (o apelido do dito-cujo) parece um gnomo e hoje pela manhã me encarou da porta do meu quarto com um riso no rosto e um discurso ensaiado. Eu de camisola e ainda remelenta escutei seu texto, que foi mais ou menos esse:
- Minha fia, agüente pedindo ao senhor Jesus ajuda e força e num chore que tudo tem seu tempo. Ocê é jovem e formosa e o que é seu há de chegar.
Em choque, balancei a cabeça concordante e juro, quase caí em um pranto confuso. Mas comecei a rir quando, momentos depois, escutei a briga dos dois, minha Mãe e Baixinho sobre a invasão do segundo à minha depressão matinal. Entre outras coisas ela o chamou de bucho de piaba e ele a chamou de chata dos infernos.
Tédio não é, em absoluto, a ordem do dia nessa minha nova morada.
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