quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dos mistérios IV


“Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?
Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste?”

Então eu conto. Aqui tem oco e ódio. Tem medo e vergonha. Tem horrores onde eu como teus filhos como aquela cadela nojenta que não devia procriar, porque era macha demais. Aqui eu sou vil e profana.
Aqui eu babo de raiva.
Daqui faço questão que morras, calcanhar ferido, e nunca mais voltes.
E se te assusto assim é porque ainda nem falei das romãs o seu caroço. Cuspo-o no teu rosto meu nojo em ódios e vermelhos sangüíneos.
E nunca foi você.
Nunca.

“Não é apenas um vago, modulado sentimento
O que me faz cantar enormemente
A memória de nós. É mais. É como um sopro
De fogo, é fraterno e leal, é ardoroso
É como se a despedida se fizesse o gozo
De saber
Que há no teu todo e no meu, um espaço
Oloroso, onde não vive o adeus.
Não é apenas vaidade de querer
Que aos cinqüenta
Tua alma e teu corpo se enterneçam
Da graça, da justeza do poema. É mais.
E por isso perdoa todo esse amor de mim
E me perdoa de ti a indiferença.”

Também.

Me deixa deitar ao teu lado? Foi só um sonho ruim.

Meu nome é várias.

4 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

É mesmo verdade que outro é enigama. Ou enigmas. E sempre em carne viva o re-conhecer.

Faço questão que morras foi muito bem dito...

Rafa disse...

"Me deixa deitar ao teu lado?"

O foda é isso...

Bjs baby

Alexandre Henrique disse...

Palavras mansas nada mais

Menina no Sotão disse...

Minhas cores também e agora sou vermelho carmim, com sons de chuva e sensações de um dia inteiro. Cadê o travesseiro? ai meus sais
bora tomar um chá.
bacio

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