domingo, 13 de março de 2011

Tatuagem

Teve um livro que li há uns tempos atrás, que comprei como erótico...e não o era. Ou sim, quem entende os seres humanos... Sei que nele uma mulher trepava com um cara da religião que tinha matado seu marido.

Quando ela fala do desejo de fuder o cara e literalmente o faz com dedos e cabides e lágrimas eu me choquei. Doce e meiga que era eu me choquei. Com o ódio que se transforma em desejo.

Como podia ser? Não era tudo amor?

Não?

Mas certas coisas aconteceram... te contei que não sou mais boa? E hoje é isso que eu mais desejo. Enfiar-te algum pau que em mim inexiste e que te faça suplicar. Por mais. Por menos. Que eu pare. Algo que te doa tanto que faça você implorar que eu desista.

Você implorando e eu rindo sadicamente. Penso e rio novamente...

Inveja do seu pau? Não, baby... ódio. De nós dois. E de tanto carinho que me fez chorar...

Triste, não é? Que eu agora só o lembre assim?

Marquei minha sexta tatuagem para o mês que vem... meu braço direito inteiro...o mapa da minha terra para que eu me encontre...

Triste, não é? Que eu agora só me encontre assim?

Mas como eu falei para outro hoje. Meu lema: Antes dor na pele que na alma.

Você ri da minha cara e diz: A mesma coisa, baby... a mesma coisa...

Triste, não é?

"A voz dela assustou-a; parecia sua própria voz, porém muito mais grave e gutural do que o normal. Estava zangada com ele, enraivecida por ele ter interrompido seus pensamentos quando estava prestes a descobrir uma grande verdade. Sobre ele. Sobre ela. Tudo irremediavelmente perdido.
Sem saber mais o que fazer consigo mesma, pegou o arame e começou a açoitá-lo nos lados, sem muita força, mas com força suficiente para tirar uma gota de sangue a cada açoite. Ele se mexia para a frente e para trás na cama, mas não deu uma só palavra, não pediu que ela parasse. Ela percebeu, aqueles movimentos produziam um efeito íntimo e estranho na sua própria respiração; o mero fato de observá-lo se mexendo para frente e para trás quando ela o vergastara mudara os ritmos de sua respiração. Sentia o sangue pulsar-lhe nas veias, com um passo acelerado cada vez que o arame encostava no corpo dele, a cada gota de sangue que escorria. Porém uma certa formalidade invadira seus sentidos. Tinha a impressão de estar desempenhando um ritual com aquele homem, um ritual de certo modo tão formal e complexo quanto um minueto antigo."
Encontro-Claire Tristan

Um comentário:

Rafa disse...

Então é isso: vamos comprar uma ruma de cabides e sair empalando cruelmente os babacas deste mundo. Ao invés de lua-de-mel a gente terá um Banho-de-sangue-, mon amour.

Bjin

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