quarta-feira, 9 de março de 2011

Percepção




Apesar da capacidade de fazer com que soem engraçadas as histórias mais terríveis não tenho ânimo para tal. Estou cansada.
Não agüento mais as porradas do mundo, apesar de saber que ultimamente sou eu que tenho insistido em dar a cara a tapa...
Ainda agora, logo depois de começar este post, uma amiga liga e discorro roucamente no telefone a minha decepção. Falo dessa percepção da crueldade, da maldade em sua forma mais triste e simples, que enxerguei sem lentes de proteção. No mundo. E nas pessoas.
Sim, eu estou assustada, amiga. Muito.
Me assumo como crédula, romântica, quase uma ingênua. E conto deste carnaval.
Depois dele, alguma barreira construída há muito, muito tempo para proteger-me da realidade e que represava mares de verdade se rompeu. Tudo, todos os terrores invadiram-me de vez. Desde ontem, quando voltei para casa, tenho tentado catar como uma desabrigada algum vestígio de ilusão para costurar agasalhos, abrigos de esperança. Falta-me a linha, falta-me pano, falto-me para tal.
Queria muito algum sussuro no ouvido que disesse, que prometesse que tudo ia ficar bem. Que foram apenas maus dias... Talvez... apenas talvez eu pudesse acreditar.

E qual é a música, maestro?

"...Então não pare de ser um homem
Apenas dê uma olhadinha para outro lado quando você puder
Mostre um pouco de ternura
Não importa se você chorar

Dê-me uma razão para amar você
Dê-me uma razão para ser... uma mulher
Eu só quero ser uma mulher
Isso é tudo que quero ser, é tudo, uma mulher

Este é o começo de todo o sempre.

É hora de seguir adiante
Então eu quero ser

Estou tão cansada de brincar
Brincar com esse arco e flecha
Vou dar meu coração embora
Deixar outras garotas brincarem

Eu fui uma tentação por muito tempo..."

4 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Amiga,
é só que também nos somos o escuro da noite. E, por vezes, faltamo-nos em luz. Posso propor uma trilha sonora alternativa?
http://www.youtube.com/watch?v=aW63eDQDcU0

Leonardo Xavier disse...

Sinceramente, eu acho que o meu primeiro conselho para sair dessas crises existênciais é agir como se não estivesse passando por elas.

Eu começaria trocando de trilha sonora.

^^

Menina no Sotão disse...

Por isso que há tempos eu tenho investido meu tempo em aprender a tatear no escuro. Vai por mim: é util. rs
bacio

Rafa disse...

Dói, dói e as palavras emudecem. O que salva? Um abraço e colo de gente amada. Agora aí. Em Setembro, aqui.

Bj grande

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