quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pena


Soneto das Metamorfoses

Carlos Pena Filho

Carolina, a cansada, fez-se espera
e nunca se entregou ao mar antigo.
Não por temor ao mar, mas ao perigo
de com ela incendiar-se a primavera.

Carolina, a cansada que então era,
despiu, humildemente, as vestes pretas
e incendiou navios e corvetas
já cansada, por fim, de tanta espera.

E cinza fez-se. E teve o corpo implume
escandalosamente penetrado
de imprevistos azuis e claro lume.

Foi quando se lembrou de ser esquife:
abandonou seu corpo incendiado
e adormeceu nas brumas do Recife.


Amanhã é dia de voltar para João Pessoa.

Encontrei em Recife minhas amigas amadas de tantos anos atrás e para sempre em frente.

Nesses dias dei a guardar para minha coleção de lembranças, nos olhos e no coração a cidade que ainda amo (apesar de seus estranhos cheiros e prédios altos e excessivos que sufocam as tentativas de suspiros de saudades).

Fui feliz por uns dias em confraternizações e risadas. Triste em términos à distância e lágrimas. J.

Amanhã...

3 comentários:

Caminhante disse...

Sério que você tem que voltar? Que triste. =/

Luciana Nepomuceno disse...

Que delícia é estar com amigas de tal identidade e afeto. Gosto muito de Recife e olhe que meu conhecimento praticamente se dá de janelas de hotel. Bjs (esperando vir fazer saudade aqui).

Luciana Nepomuceno disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
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