As pedras organizadamente empilhadas. Sentimentos e desejos. Ao passar pela ameaça apaziguada, cedeu finalmente. Foi quando A. sentou e chorou. Havia tanto. E alí estava. Contenção.
Fora apenas três dias antes que A. acreditara que poderia ler. Imagens. De posse do suposto. Conhecimento e da vontade, seguiu mestre e tentou enxergar. Verdade.
Os símbolos no ônibus lotado, os gestos no filme da sessão da tarde, as cores nas logomarcas, placas de loja e outdoors que pipocavam escandalosas e sedutoras, o arrepiar de pelos antes imperceptíveis na mulher que acreditava amar, a dedada do cara que furou o sinal, o vermelho na capa de seu livro favorito.
Cansa A. do exagero das interpretações, talvez equivocadas. Procura. Mestre cala e se esconde nos livros coloridos das estantes lotadas (e nota A., meio mofadas), quando questionamentos como bolhas estouram molhando com delicadeza e persistência o ambiente inteiro. Mofo demais.
Ir embora é o que resta. Embora reste tudo que o levara.
O símbolo não se esgota para A. Cansa. Cansa. Cansa. Símbolos e cores e possibilidades. A. fecha os olhos por mais tempo que o necessário agora. Quando ri, quando pensa, quando anda. Tropeça.
Cerveja com os amigos, consolo depois da oitava ou nona. Rótulos, gestos e cartazes não interessam mais assim. Tanto assim.
Anda cambaleante e obviamente se depara com o cambalear e sua obviedade no vidro que para na sua frente em forma de porta. Resolve pegar o último ônibus que passa. Último.
Fora apenas três dias antes que A. acreditara que poderia ler. Imagens. De posse do suposto. Conhecimento e da vontade, seguiu mestre e tentou enxergar. Verdade.
Os símbolos no ônibus lotado, os gestos no filme da sessão da tarde, as cores nas logomarcas, placas de loja e outdoors que pipocavam escandalosas e sedutoras, o arrepiar de pelos antes imperceptíveis na mulher que acreditava amar, a dedada do cara que furou o sinal, o vermelho na capa de seu livro favorito.
Cansa A. do exagero das interpretações, talvez equivocadas. Procura. Mestre cala e se esconde nos livros coloridos das estantes lotadas (e nota A., meio mofadas), quando questionamentos como bolhas estouram molhando com delicadeza e persistência o ambiente inteiro. Mofo demais.
Ir embora é o que resta. Embora reste tudo que o levara.
O símbolo não se esgota para A. Cansa. Cansa. Cansa. Símbolos e cores e possibilidades. A. fecha os olhos por mais tempo que o necessário agora. Quando ri, quando pensa, quando anda. Tropeça.
Cerveja com os amigos, consolo depois da oitava ou nona. Rótulos, gestos e cartazes não interessam mais assim. Tanto assim.
Anda cambaleante e obviamente se depara com o cambalear e sua obviedade no vidro que para na sua frente em forma de porta. Resolve pegar o último ônibus que passa. Último.
Desce No bairro que abriga a casa que viu seus olhos abrirem. Vê casa e lembranças e dor e vê, vê, vê. Paredes e azulejo e placas de cuidado cão bravo.
Cansa A. e encosta na parede de algum lugar que apóia bêbados e doloridos e os que acreditam enxergar em excesso.
Vê ferro e fome. Olha para cima. A. chora pelo ferro e pela fome, chora por precisar do apoio das pedras empilhadas por contenção, chora pela casa da primeira vez que abriu os olhos e pela tristeza do que deixara de ver. E do que vira. A. chora. pelo amor que perdeu na mentira do fechar delicado de lábios e coração. A. chora pela esmola que deu em troca de outra mentira ao cego da esquina (e que algum dia estivera nas manchetes de jornais sensacionalistas). Chora pela novela e pela propaganda e pelo cartaz e pela escultura e pelo que havia desenhado pela manhã.
De olhos inchados, vermelhos e ridículos, A. não consegue ver quando o cego da esquina e da esmola e da mentira e das manchetes de outrora (quando arrancou os próprios olhos) escala grades e pedras e dor.
Contenção.
Cansa A. e encosta na parede de algum lugar que apóia bêbados e doloridos e os que acreditam enxergar em excesso.
Vê ferro e fome. Olha para cima. A. chora pelo ferro e pela fome, chora por precisar do apoio das pedras empilhadas por contenção, chora pela casa da primeira vez que abriu os olhos e pela tristeza do que deixara de ver. E do que vira. A. chora. pelo amor que perdeu na mentira do fechar delicado de lábios e coração. A. chora pela esmola que deu em troca de outra mentira ao cego da esquina (e que algum dia estivera nas manchetes de jornais sensacionalistas). Chora pela novela e pela propaganda e pelo cartaz e pela escultura e pelo que havia desenhado pela manhã.
De olhos inchados, vermelhos e ridículos, A. não consegue ver quando o cego da esquina e da esmola e da mentira e das manchetes de outrora (quando arrancou os próprios olhos) escala grades e pedras e dor.
Contenção.
5 comentários:
Queria comentar..mas vou ficar só sentada, apreciando, tá? (essa dor assim, me rouba palavras)
O texto me mostra que a dor também pode ser bela...
Dor contida... a minha é sempre rolling stones. Belo. BJ
Coloquei seu crédito lá no post. =)
Aqui, mudei a URL do blog para: http://daconito.blogspot.com/
=*
Um poema de Leminski para você. Aceite como um abraço.
Ver
é dor
ouvir
é dor
ter é dor
perder
é dor
só doer
não é dor
delícia de
experimentador
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