sábado, 4 de setembro de 2010

Magra

Conversar com você é me tirar de ritmo. Olha, eu sou até que inteligente, até que legal, até que interessante.

E como assim, querer saber mais de você do que de mim?

Minha geladeira descongela e hoje eu comprei presunto e desinfetante e todas as coisas que me revestiram de responsabilidades. Papel higiênico e água sanitária, inclusive.

Veja bem, é uma sexta e é noite e eu não saí. Eu estava fazendo faxina. Eu quero ser responsável, por mais que as duas garrafas de vinho gritem que não, eu não quero ser porra nenhuma. Responsável.

Mas aí você chega nesse espelho e castigo.

E eu tenho meus homens, meu nego, mas é você, é para você que eu queria pedir meu café. Você se entrega aos poucos e sei que és estranho. Ví na aula de hoje. Você é do que me escondo. Para quem me mostro. Meu estranho. Estranho...

Hoje me mostraste um vídeo em que sangravas pessoas, eu te mostrei um em que eu lia contos eróticos. Eu primeiro. Entendo. Quero que sangres por mim e venhas. Venhas. Onde queres que tatue em sangue e dor teu nome?

Eu tô é muito fudida. Muito.

Quando você finalmente vai me fuder?

E engraçado você me sonhar assim... magra. Serei o que queres sempre e o tempo inteiro. Se quiseres...

Queres?

Doente?


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