Trabalhei ontem das onze da manhã às três da outra manhã. Na frente do computador. O resultado (um blog institucional de um evento de artes) poderia ter saído em apenas quatro horas se eu não fosse tão metida a cavalo do cão. Mas eu sou. E quis aprender sozinha ao invés de pedir ajuda aos universitários.
Dei breves pausas no trabalho, para fazer café e conversar no msn com a amiga esvoaçante e amore, e ele que ontem cedo não merecia sequer uma poesia, voltou a entranhar-se no meu coração.
Nunca pensei em escutar de alguém que eu parecia uma boneca de porcelana, tamanha minha fragilidade. Gargalhei ao ler isso, mas avaliei que o cabelo desarrumado, as olheiras e a pele branca que a cam me mostrava como reflexo, deviam estar ajudando a causar essa impressão. Impressão errada, claro, porque sou uma mulher forte, decidida e independente, como todos sabem.
Enfim, estávamos eu e amore, concordando quanto à idiotice de nos gostarmos tanto, quando ele recebeu a notícia da morte do avô.
Chorei depois, confesso, tanto por ter visto seu rosto em choque sem sequer poder dar-lhe um abraço, como por minha fragilidade recém-apresentada. E por todos esses outros sentimentos tão esquisitos, que ultimamente tem me tirado o chão e puxado o tapete da minha racionalidade. Por serem eles tão reais, tão reais, mesmo que em termos literais não o sejam. Vejam bem, não sou a favor de escrever e fantasiar a vida ao invés de vivê-la. Preciso de presença e de cheiro e de toque. Sou taurina, pelo amor de dadá, o que quer que isso signifique.
Pensando bobagens, quando finalmente fui deitar, cadê o sono? Tomei um ansiolítico e fantasiei que o endredon era ele e me aninhei. Dormi pesadamente e sem fantasmas até as quatro da tarde de hoje.
E eu não quero entender mais nada.
Dei breves pausas no trabalho, para fazer café e conversar no msn com a amiga esvoaçante e amore, e ele que ontem cedo não merecia sequer uma poesia, voltou a entranhar-se no meu coração.
Nunca pensei em escutar de alguém que eu parecia uma boneca de porcelana, tamanha minha fragilidade. Gargalhei ao ler isso, mas avaliei que o cabelo desarrumado, as olheiras e a pele branca que a cam me mostrava como reflexo, deviam estar ajudando a causar essa impressão. Impressão errada, claro, porque sou uma mulher forte, decidida e independente, como todos sabem.
Enfim, estávamos eu e amore, concordando quanto à idiotice de nos gostarmos tanto, quando ele recebeu a notícia da morte do avô.
Chorei depois, confesso, tanto por ter visto seu rosto em choque sem sequer poder dar-lhe um abraço, como por minha fragilidade recém-apresentada. E por todos esses outros sentimentos tão esquisitos, que ultimamente tem me tirado o chão e puxado o tapete da minha racionalidade. Por serem eles tão reais, tão reais, mesmo que em termos literais não o sejam. Vejam bem, não sou a favor de escrever e fantasiar a vida ao invés de vivê-la. Preciso de presença e de cheiro e de toque. Sou taurina, pelo amor de dadá, o que quer que isso signifique.
Pensando bobagens, quando finalmente fui deitar, cadê o sono? Tomei um ansiolítico e fantasiei que o endredon era ele e me aninhei. Dormi pesadamente e sem fantasmas até as quatro da tarde de hoje.
E eu não quero entender mais nada.
MIMOS
Alberto Cunha Melo
Eu te amo tanto,
que, se o bem,
todo o bem,
for você dormir,
eu me esqueço de mim
e te acalanto.
que, se o bem,
todo o bem,
for você dormir,
eu me esqueço de mim
e te acalanto.
2 comentários:
Ei, mulher forte, independente e decidida, acho lindo as idas e vindas do coração. E os tapetes da racionalidade precisam ir pro sol de vez em quando e a gente pisar no chão frio da emoção. Love you, tatu...
RETRANCA BRANCA
Não, Alberto da Cunha Melo
não parou com seus octossílabos,
nem parou de experimentar
o que a linguagem oferece;
a tua morada te espera:
Recife, Olinda, Jaboatão,
todos querem te receber,
os versos contados e livres,
brancos, rimados e ritmados
— após quarenta anos de luta,
o poema que te faz oração.
Fred Caju
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