Hoje foi um dia daqueles. Que você diz verdades, levanta a voz para se impor, coloca limites na relação com os outros antes do meio-dia, e repete a mesmíssima coisa depois das três da tarde exaurindo-se. Desmistifica situações e pessoas. Ajuda amiga com compras, estuda e trabalha muito e ainda vai lendo no ônibus para aproveitar e já ter algumas idéias engatilhadas praquele projeto que era para ontem. Escuta brigas e gritos e desabafos.
Daqueles dias em que você presencia carros capotando e gente morrendo ao sair do posto onde compra cigarros, e quando chega em casa e avista seu jardim apaziguador com mãos tremendo, recebe uma ligação da chefe-mor elogiando seu trabalho e é hoje ainda, sabe?
Você separa os livros que vai ler em ordem obsessiva-compulsiva ao lado do computador e se encaminha para o banheiro e uma ducha rápida antes de continuar sua peregrinação rumo ao brilhantismo intelectual. Então pensa em Sartre e seu “Esboço para uma teoria das emoções” enquanto seus cremes e frescurinhas te acenam saudosos da prateleira.
Egoistica e irresponsavelmente você os escolhe. Os cremes e as frescurinhas.
Desliga o chuveiro, coloca Nina Simone para cantar e ela sussurra lindamente enquanto você pacientemente retira o vermelho descascado das unhas, esfolia corpo, rosto e pés, depila até o fiofó, faz as sobrancelhas enquanto usa touca térmica e três cremes de cabelo diferentes, depois coloca máscara para o rosto (daquelas que mocinhas de comédia romântica usam quando não esperam o cara que estão a fim aparecer que é claro, surgem repentinamente no lugar do entregador de pizza e que ficam ainda mais apaixonados pela dita-cuja de cara branca), seguida de adstringente e anti-rugas. Finalmente passa óleo no corpo todo e cheirosa, linda, esfregada, renovada, lambuzada e saltitante percebe que há muito não se dava ao direito destes ataques de vaidade reconfortantes e merecidos.
Você fez isso hoje? Que feio! “Esboço para uma teoria das emoções” é um livro essencial na vida de qualquer ser humano. Tsc, tsc... mulherzinha fútil!
Daqueles dias em que você presencia carros capotando e gente morrendo ao sair do posto onde compra cigarros, e quando chega em casa e avista seu jardim apaziguador com mãos tremendo, recebe uma ligação da chefe-mor elogiando seu trabalho e é hoje ainda, sabe?
Você separa os livros que vai ler em ordem obsessiva-compulsiva ao lado do computador e se encaminha para o banheiro e uma ducha rápida antes de continuar sua peregrinação rumo ao brilhantismo intelectual. Então pensa em Sartre e seu “Esboço para uma teoria das emoções” enquanto seus cremes e frescurinhas te acenam saudosos da prateleira.
Egoistica e irresponsavelmente você os escolhe. Os cremes e as frescurinhas.
Desliga o chuveiro, coloca Nina Simone para cantar e ela sussurra lindamente enquanto você pacientemente retira o vermelho descascado das unhas, esfolia corpo, rosto e pés, depila até o fiofó, faz as sobrancelhas enquanto usa touca térmica e três cremes de cabelo diferentes, depois coloca máscara para o rosto (daquelas que mocinhas de comédia romântica usam quando não esperam o cara que estão a fim aparecer que é claro, surgem repentinamente no lugar do entregador de pizza e que ficam ainda mais apaixonados pela dita-cuja de cara branca), seguida de adstringente e anti-rugas. Finalmente passa óleo no corpo todo e cheirosa, linda, esfregada, renovada, lambuzada e saltitante percebe que há muito não se dava ao direito destes ataques de vaidade reconfortantes e merecidos.
Você fez isso hoje? Que feio! “Esboço para uma teoria das emoções” é um livro essencial na vida de qualquer ser humano. Tsc, tsc... mulherzinha fútil!
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